AGLOMERAÇÕES NA BIELORRÚSSIA: PORQUE A PANDEMIA NÃO DIZIMOU O PAÍS QUE NÃO ADOTOU AS MEDIDAS ORDENADAS PELA OMS?
Sem adotar os modelos epidemiológicos ordenados pela OMS, como o confinamento social e o uso obrigatório das máscaras que utilizadas por mais de duas horas consecutivas acabam concentrando bactérias e vírus, a Bielorrússia deveria agora ser uma área devastada pela morte do coronavírus. O país atravessa uma “onda” de manifestações que levam todas as semanas milhares de pessoas às ruas contra o governo que acusam de “ditadura”. Neil Ferguson, um dos maiores “teóricos” da onda da histeria pandêmica, previu um excesso de mortalidade entre 54 a 70 mil óbitos na Bielorrússia. O número real de mortes atribuídas ao coronavírus é de 1.299 para uma população de 9,4 milhões de habitantes, é aproximadamente 150 vezes menos que a Espanha, segundo os dados oficiais da própria União Europeia. A Bélgica com uma população semelhante (cerca de 11 milhões de habitantes) registra um número de mais de 18 mil mortos, mais de dez vezes superior à Bielorrússia.
Mas será "ditador" Lukashenko esconde o verdadeiro
número de mortos? Ele o subestima? A
resposta é não, isto comprovado por organismos sanitários independentes do
governo. Houve um excesso de mortalidade no país no período da pandemia? A
resposta é sim, embora pequena: no segundo trimestre deste ano ocorreram 5.606
mortes a mais que no ano passado, 15% em termos relativos, longe das previsões
catastróficas dos modelos epidemiológicos da OMS, dados que poderiam ser
agravados pela agitação social que vive o país. Até um jornal conservador da
mídia corporativa como o “La Razón” teve que admitir: “Uma pequena‘ aldeia ’de
irredutíveis bielorrussos está resistindo à pandemia de coronavírus que
paralisou mais da metade do planeta”. Um verdadeiro libelo do eurocentrismo
racista contra a Bielorrússia.
Em 15 de setembro, o jornal científico British Medical
Journal publicou um artigo para explicar a baixa incidência da pandemia na
Bielo-Rússia sem medidas restritivas: “A Bielo-Rússia é um dos poucos países
europeus que não decretou medidas de emergência para deter a pandemia. As
escolas continuam abertas, o campeonato local de futebol continua a sendo
disputado, os movimentos dos cidadãos não foram restringidos e os eventos de
massa como protestos e os festivais de música não foram proibidos”, afirmou o
Periódico científico inglês. A baixa mortalidade na Bielorrússia não é
propaganda da “ditadura” e, uma vez que o British Medical Journal esclareceu o
fato fundamental, o não confinamento.
Os dados sanitários do pequeno país que pertencia a antiga
URSS são surpreendentes: a Bielorrússia tem um número muito maior de leitos
hospitalares em proporção à população do que países, como a Grã-Bretanha, que
ainda pensam ser “o centro do mundo”: 11 por 1.000 contra 2,5 por 1.000, ou
seja, cinco vezes mais. Na Bielorrússia ,
o governo não impôs cortes ou desmantelaram a saúde pública, possivelmente
porque é uma "ditadura" que “estranhamente” se preocupa muito mais
com sua população do que as "democracias" capitalistas. Porém o
elemento mais importante do cenário político e sanitário da Bielorrússia é que o
suposto “ditador” Lukashenko não utilizou a justificativa da pandemia para
proibir as manifestações no país, mesmo sendo estas contra seu governo. Uma
verdadeira lição para a esquerda reformista e domesticada que defende
vergonhosamente a “repressão sanitária” do Estado capitalista contra o
movimento de massas que ganha as ruas contra a supressão das liberdades de
organização política e democráticas, somadas a retiradas dos direitos sociais.