segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

AGLOMERAÇÕES NA BIELORRÚSSIA: PORQUE A PANDEMIA NÃO DIZIMOU O PAÍS QUE NÃO ADOTOU AS MEDIDAS ORDENADAS PELA OMS? 

Sem adotar os modelos epidemiológicos ordenados pela OMS, como o confinamento social e o uso obrigatório das máscaras que utilizadas por mais de duas horas consecutivas acabam concentrando bactérias e vírus, a Bielorrússia deveria agora ser uma área devastada pela morte do coronavírus. O país atravessa uma “onda” de manifestações que levam todas as semanas milhares de pessoas às ruas contra o governo que acusam de “ditadura”. Neil Ferguson, um dos maiores “teóricos” da onda da histeria pandêmica, previu um excesso de mortalidade entre 54 a 70 mil óbitos na Bielorrússia. O número real de mortes atribuídas ao coronavírus é de 1.299 para uma população de 9,4 milhões de habitantes, é aproximadamente 150 vezes menos que a Espanha, segundo os dados oficiais da própria União Europeia. A Bélgica com uma população semelhante (cerca de 11 milhões de habitantes) registra um número de mais de 18 mil mortos, mais de dez vezes superior à Bielorrússia.

Mas será "ditador" Lukashenko esconde o verdadeiro número de mortos? Ele o subestima?  A resposta é não, isto comprovado por organismos sanitários independentes do governo. Houve um excesso de mortalidade no país no período da pandemia? A resposta é sim, embora pequena: no segundo trimestre deste ano ocorreram 5.606 mortes a mais que no ano passado, 15% em termos relativos, longe das previsões catastróficas dos modelos epidemiológicos da OMS, dados que poderiam ser agravados pela agitação social que vive o país. Até um jornal conservador da mídia corporativa como o “La Razón” teve que admitir: “Uma pequena‘ aldeia ’de irredutíveis bielorrussos está resistindo à pandemia de coronavírus que paralisou mais da metade do planeta”. Um verdadeiro libelo do eurocentrismo racista contra a Bielorrússia.

Em 15 de setembro, o jornal científico British Medical Journal publicou um artigo para explicar a baixa incidência da pandemia na Bielo-Rússia sem medidas restritivas: “A Bielo-Rússia é um dos poucos países europeus que não decretou medidas de emergência para deter a pandemia. As escolas continuam abertas, o campeonato local de futebol continua a sendo disputado, os movimentos dos cidadãos não foram restringidos e os eventos de massa como protestos e os festivais de música não foram proibidos”, afirmou o Periódico científico inglês. A baixa mortalidade na Bielorrússia não é propaganda da “ditadura” e, uma vez que o British Medical Journal esclareceu o fato fundamental, o não confinamento.

Os dados sanitários do pequeno país que pertencia a antiga URSS são surpreendentes: a Bielorrússia tem um número muito maior de leitos hospitalares em proporção à população do que países, como a Grã-Bretanha, que ainda pensam ser “o centro do mundo”: 11 por 1.000 contra 2,5 por 1.000, ou seja, cinco  vezes mais. Na Bielorrússia , o governo não impôs cortes ou desmantelaram a saúde pública, possivelmente porque é uma "ditadura" que “estranhamente” se preocupa muito mais com sua população do que as "democracias" capitalistas. Porém o elemento mais importante do cenário político e sanitário da Bielorrússia é que o suposto “ditador” Lukashenko não utilizou a justificativa da pandemia para proibir as manifestações no país, mesmo sendo estas contra seu governo. Uma verdadeira lição para a esquerda reformista e domesticada que defende vergonhosamente a “repressão sanitária” do Estado capitalista contra o movimento de massas que ganha as ruas contra a supressão das liberdades de organização política e democráticas, somadas a retiradas dos direitos sociais.