sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

TERROR SANITÁRIO PARA “DEFENDER A VIDA” OU A PROPRIEDADE PRIVADA? PM DESALOJA 300 FAMIÍLIAS COM BRUTAL REPRESSÃO ENQUANTO DUPLA REACIONÁRIA (RATINHO JR. E GRECCA) AMPLIA LOCKDOWN NO PARANÁ 


O Governo do Paraná e a Prefeitura de Curitiba prorrogaram o toque de recolher por mais 10 dias, entre 23h e 5h, em todo o estado e na capital. A medida começa a valer no sábado (19) e tem validade até 28 de dezembro. O ofício de prorrogação do decreto, assinado pelo governador Ratinho Júnior (PSD) e apoiado pelo prefeito Rafael Grecca (DEM) foi publicado nesta quinta-feira (17). Cinicamente, o município liberou o funcionamento de mercados, shoppings, restaurantes e serviços não essenciais, neste domingo. Enquanto isso, mil pessoas ficaram sem ter onde morar às vésperas do Natal em Curitiba, desalojadas por uma brutal ação da PM ontem, dia 17. 

Após ordem judicial, moradores da ocupação Nova Guaporé foram despejados por uma ação repressiva da PM. O prefeito do DEM se manifestou obviamente defendendo a propriedade privada. “É particular (herdeiros de João Knaut). A reintegração de posse e a ordem de despejo foi dada pela Justiça do Estado e cumprida pela Polícia Militar.”. O governo respondeu o seguinte: “Essa reintegração é com a Justiça Estadual. A Justiça, por força de lei, solicita força policial. A Comissão Estadual de Assuntos e Conflitos Fundiários, de atribuição do estado, só tem atuação em ações em áreas rurais.”. Em resumo, enquanto impõe o terror sanitário, governo e prefeitura recorre ao terror estatal contra os sem-teto! Trata-se de cumprir as ordens da OMS e ao mesmo tempo defender a propriedade provida. 

Existe uma vacina para combater a fome, a falta de moradia, desnutrição e falta de recursos para a saúde básica da população pobre? Estas são algumas perguntas que a OMS não tem o menor interesse em responder, diante das consequências humanas da pandemia do coronavírus, como os sem-teto da ocupação Nova Guaporé, que ficava na Cidade Industrial de Curitiba (CIC).

Juliana Almendro Teixeira, que vive na ocupação ao lado, a 29 de Março, tentou ajudar os vizinhos e acompanhou de perto o drama do despejo das mil pessoas que viviam ali desde outubro. “Os policiais chegaram às 5h da manhã, mas estavam escondidos. Perto das 6h, começou a sair homem de todo canto, entraram por trás da Sanepar. Eram uns 400 a 500, veio até a cavalaria”, falou. 

Lembremos que a pandemia de Covid-19 e a crise econômica provocada pela doença farão com que mais 130 milhões passem a viver em extrema pobreza em 2020 e 2021, o que resultaria no primeiro aumento, desde 1998, da porcentagem da população mundial que vive nestas condições, segundo relatório da “insuspeita” ONU. O surto fabricado de covid-19 acentuou drasticamente as desigualdades sociais e aumenta a pobreza no mundo capitalista, seja nas metrópoles ou nas semicolônias.

Como os pobres morrem aos milhões de doenças menos “espetaculares”, causadas pela extrema miséria e para as quais existe uma cura como tuberculose, sarampo ou difteria, a corrida para ver quem patenteia a vacina Covid-19 chama a atenção global. Não vamos nos iludir, o lucro e acumulação de capital dirige os promotores desta pandemia. 

A fome, falta de tratamento de água e moradia, higiene básica, atendimento ambulatorial e clínico, desemprego e condições dignas de habitação, não são consideradas uma pandemia para a OMS, morrer por essas causas é algo “natural” para os pseudos “cientistas” da Big Pharma e seus governos de plantão, como Ratinho Jr. e Grecca, que se dizem cinicamente como “defensores da vida” mas coloca mais de mil pessoas na rua, sem alimentação e teto no Paraná!