quarta-feira, 8 de setembro de 2021

O “DAY AFTER” AO 7 DE SETEMBRO: PT E OPOSIÇÃO BURGUESA ENCENAM PRESSÃO PELO IMPEACHMENT ENQUANTO NEOFASCISTA BOLSONARO SAI FORTALECIDO PARA AS ELEIÇÕES

No “Day After” ao 7 de Setembro, vemos uma tentativa desesperada do PT e da Oposição burguesa, inclusive de Dória e do PSDB, para dar uma “resposta” institucional aos milhares de apoiadores da direita bolsonarista que saíram as ruas em apoio as bravatas do Planalto. Ficou evidente ontem que essas falas de Bolsonaro tem um claro objetivo eleitoral: fortalecer sua candidatura até 2022, protegendo seu clã miliciano das investidas do STF, da Globo e da CPI da Covid-19. 

Lula considera que Bolsonaro é o candidato ideal para enfrentar na disputa presidencial, por essa razão visa ampliar a frente burguesa com os partidos do capital para desgastar seu mandato, tentando consolidar o “Centro Civilizatório” burguês no parlamento enquanto o PT e a CUT mantêm em paralisia o movimento de massas, como vimos ontem no fiasco dos atos da esquerda reformista.

Nesse cenenário do dia seguinte ao 7 de Setembro ganham holofotes na mídia as articulações parlamentares da oposição burguesa encenando a movimentação pelo impedimento de Bolsonaro, mas tudo não passa de um teatro para manter a pressão sobre o neofascista. 

O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), diz que as falas golpistas de Jair Bolsonaro nos atos de 7 de Setembro empurrarão muitos partidos do centre e da direita liberal, como o DEM, para o apoio ao impeachment.  

PSDB e Solidariedade vão convocar suas bases para tratar do tema. “Pode virar onda”, diz Ramos. Presidente do Solidariedade, Paulinho da Força avalia que a tentativa de mostrar força converteu-se em prova de fraqueza: "Aumentou uma tendência de os partidos tomarem posição contra ele, o que não estava muito claro antes. O pessoal estava deixando correr. Depois dessas bravatas, estão se posicionando. Ele saiu no prejuízo com o que disse. Cresceu a quantidade de gente querendo derrubá-lo", avalia Paulinho.

Gilberto Kassab, do PSD, diz que o presidente construiu uma armadilha para si próprio. “Se cumprir o que assumiu em público, de não respeitar as instituições, vai consolidar as condições para o impeachment. Se não cumprir, ficará desmoralizado. É uma sinuca de bico".

PDT e PSB estão convocando uma reunião de siglas para discutir nesta quarta-feira as ações possíveis às falas golpistas de Bolsonaro. Eles cobram, antes de tudo, um posicionamento mais incisivo de Arthur Lira (PP-AL). "Temos que juntar todos os democratas. Hoje mesmo já tem PSDB, Doria, presidente Lula, Kassab. Estou dialogando muito com ACM Neto, tenho relação com Rodrigo Maia. Tem que jogar a Constituição contra ele. O Lira tem que ser sensível a uma realidade que hoje é contra nós, mas amanhã pode ser contra ele. O que aconteceu hoje pode balançar muita gente", diz Carlos Lupi, do PDT.

"Precisamos organizar uma reação ao autoritarismo, e que inclua setores que vão para além da esquerda. O problema atual não é esquerda e direita. A contradição central do nosso país hoje é autoritarismo e democracia, infelizmente", afirma Carlos Siqueira, presidente do PSB.

Diante da grande mobilização eleitoral da direita bolsonarista, que levou milhões de pessoas às ruas para “ingenuamente” pedir ao presidente um “golpe militar”, enquanto o alto comando das Forças Armadas jurava no 7 de Setembro total fidelidade as “instituições democráticas e ao STF”, a impotente esquerda reformista implora ao Centrão que inicie no corrupto Congresso Nacional o processo de impeachment do presidente neofascista. 

Em um coro uníssono as principais lideranças políticas da Frente Popular, que hoje se escoram nas iniciativas “oposicionistas” da famiglia Marinho e da Casa Branca, apelam para que as “instituições” detenham a ofensiva da reação, que mais além da verborragia neofascista está muito distante ou mesmo pretender dar um golpe militar. 

Todo o arco político burguês, seja da extrema direita, centro ou da esquerda reformista joga nas “4 linhas da Constituição”, parafraseando o acuado presidente. 

Os Marxistas Leninistas são a única organização política no país que abertamente defendem a ruptura revolucionária com este regime capitalista da “democracia dos ricos”. Apostamos na luta direta como via de combate pela derrubada revolucionária do governo Bolsonaro, assim como do conjunto das instituições do Estado burguês que atacarm as liberdades democráticas e as conquistas sociais dos trabalhadores, com todas as alas unidas pelo avanço do ajuste neoliberal até as eleições de 2022!