sábado, 25 de setembro de 2021

UBER “DESLIGA” 15 MIL MOTORISTAS NO BRASIL: PRECARIZADOS VIRAM DESEMPREGADOS APROFUNDANDO A MISÉRIA ENTRE OS TRABALHADORES

A Uber demitiu, em todo o Brasil, mais de 15 mil motoristas de aplicativo da plataforma, com a justificativa de excesso de cancelamentos, segundo denúncia da Associação dos Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp). Lebremos que os governos burgueses de vários países definiram seu trabalho como serviço essencial durante pandemia, sem que as empresas como o Uber, entretanto, fossem obrigadas a fornecer as condições básicas para a preservação da saúde dos trabalhadores, muito mesmos remuneração mais alta devido a exposição mortal ao vírus. A maior inovação que esses serviços por aplicativo trazem é justamente flexibilizar ainda mais a relação de trabalho entre empregados e patrões, permitindo que os verdadeiros donos dos meios de produção, por trás da Uber, lucrem absurdos em cima do trabalho precarizado de seus “colaboradores voluntários”, “empreendedores” ou qualquer outro jargão ultraneoliberal para ocultar a exploração, isentando os capitalistas das mínimas responsabilidades trabalhistas e maximizando seus lucros.

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De acordo com a entidade, o número corresponde a 1% de toda a base de motoristas do país. O aplicativo teria 1,5 milhões de motoristas cadastrados. A quantidade de pessoas que ficaram desempregadas é três vezes maior aos trabalhadores demitidos pela Ford, que informou, neste ano, o fim da produção no Brasil com a demissão de 5 mil trabalhadores.

O fato revela o problema da uberização, isto é, da “APPficação” em geral do mercado de trabalho. Considerados “microempreendedores”, os trabalhadores sofreram com uma demissão sumária e simultânea e sem aviso prévio. Por isso, alguns setores lutam pela sindicalização do setor.

“Foi uma exclusão sumária, o que deixou os motoristas em situação complicada. Nos termos de uso da plataforma, não há proibição à prática do cancelamento”, diz Eduardo Lima de Souza, presidente da Amasp. 

Segundo reportagem do G1, “os condutores passaram a selecionar corridas em virtude do aumento do preço dos combustíveis. Do gasto diário de um motorista, a gasolina representa entre 40% e 50% e segundo o resultado do IPCA-15, divulgado nesta sexta-feira (24), o combustível acumula alta de 39,05% nos últimos 12 meses”. Ainda, segundo a Amasp, a alta dos combustíveis fez com que cerca de 25% da frota paulistana de motoristas desistisse de trabalhar no segmento.