FIM DA “CONSERVADORA ERA MERKEL” OU COMEÇO DA REACIONÁRIA ETAPA DE PODER DO “CENTRO CIVILIZATÓRIO”: SOCIAL DEMOCRACIA GANHA AS ELEIÇÕES ALEMÃS
O tradicional Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD), convertido no país em principal braço da Nova Ordem Mundial, obteve mais de 25% dos votos nas eleições para o Parlamento Federal ou Bundestag, realizadas neste domingo (26/09) após o término da votação em todos os 299 círculos eleitorais. O bloco da União Democrática Cristã da Alemanha (CDU), da chanceler Angela Merkel, e sua 'irmã', a União Social Cristã da Baviera (CSU), cujo candidato a chanceler foi Armin Laschet, obteve 18,9% e 5,2% dos votos respectivamente, enquanto o terceiro lugar foi ocupado pela Alianza 90/Verdes, liderada por Annalena Baerbock, com 14,8%. Atrás na contagem dos votos estão o Partido Democrático Livre (FDP) e a Alternativa para a Alemanha (AfD), fechando a lista de quem poderia acessar o Parlamento. Enquanto isso, a formação política “A Esquerda” (Die Linke) não obteria os 5% necessários e assim sairia da luta por cadeiras.
A “derrotada” Angela Merkel tem sido até hoje a figura
central na política alemã e europeia. Chanceler de 2005 até hoje, ela foi
eleita quatro vezes consecutivas e tem sido o guia indiscutível da política
imperialista da União Europeia. Merkel soube manobrar durante a crise econômica
mundial iniciada em 2008, conseguindo retomar o crescimento capitalista a partir
de 2011, mais cedo em relação ao resto da Europa. Porém, junto com os índices macroeconômicos,
a desigualdade social cresceu paralelamente. Pelo menos na última década, um
setor social de trabalhadores precários, os "caídos" das fileiras da
classe média, emergiu na Alemanha.
Olaf Scholz, o candidato vitorioso da Social-Democracia,
ex-Ministro das finanças do governo Merkel, aparece como novo pilar do Centro
Civilizatório na Alemanha, para impulsionar a etapa reacionária do “fascismo
sanitário” ocupando o espaço deixado pela saída de Merkel. O Social Democrata em duas “virtudes” para
impor a repressão estatal contra as massas, é
por isso que Scholz se apresentou como a linha de continuidade natural
da “herança Merkelista”.
No entanto, mesmo com a vitória do SPD, a porta para a
sucessão de Angela Merkel no cargo de chanceler
ainda não está totalmente aberta. Só ficará claro quem assumirá a chefia
de governo após as negociações para a formação de uma ampla coalizão com todas
as alas da burguesia, que devem se desenrolar nas próximas semanas ou meses.
Não apenas o SPD, mas também os conservadores das uniões Democrata Cristã e
Social Cristã (CDU/CSU) poderiam formar uma aliança com o Partido Verde e o
Partido Liberal Democrático (FDP). Em síntese, o suposto fim da “conservadora
era Merkel”, nada mais é do que o início da reacionária etapa de poder do
“Centro Civilizatório” (junção da esquerda burguesa com a velha direita), agora
sob a liderança dos neoliberais da Social Democracia alemã.