segunda-feira, 27 de setembro de 2021

FIM DA “CONSERVADORA ERA MERKEL” OU COMEÇO DA REACIONÁRIA ETAPA DE PODER DO “CENTRO CIVILIZATÓRIO”: SOCIAL DEMOCRACIA GANHA AS ELEIÇÕES ALEMÃS

O tradicional Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD), convertido no país em principal braço da Nova Ordem Mundial, obteve mais de 25% dos votos nas eleições para o Parlamento Federal ou Bundestag, realizadas neste domingo (26/09) após o término da votação em todos os 299 círculos eleitorais. O bloco da União Democrática Cristã da Alemanha (CDU), da chanceler Angela Merkel, e sua 'irmã', a União Social Cristã da Baviera (CSU), cujo candidato a chanceler foi Armin Laschet, obteve 18,9% e 5,2% dos votos respectivamente, enquanto o terceiro lugar foi ocupado pela Alianza 90/Verdes, liderada por Annalena Baerbock, com 14,8%. Atrás na contagem dos votos estão o Partido Democrático Livre (FDP) e a Alternativa para a Alemanha (AfD), fechando a lista de quem poderia acessar o Parlamento. Enquanto isso, a formação política “A Esquerda” (Die Linke) não obteria os 5% necessários e assim sairia da luta por cadeiras.

A “derrotada” Angela Merkel tem sido até hoje a figura central na política alemã e europeia. Chanceler de 2005 até hoje, ela foi eleita quatro vezes consecutivas e tem sido o guia indiscutível da política imperialista da União Europeia. Merkel soube manobrar durante a crise econômica mundial iniciada em 2008, conseguindo retomar o crescimento capitalista a partir de 2011, mais cedo em relação ao resto da Europa. Porém, junto com os índices macroeconômicos, a desigualdade social cresceu paralelamente. Pelo menos na última década, um setor social de trabalhadores precários, os "caídos" das fileiras da classe média, emergiu na Alemanha.

Olaf Scholz, o candidato vitorioso da Social-Democracia, ex-Ministro das finanças do governo Merkel, aparece como novo pilar do Centro Civilizatório na Alemanha, para impulsionar a etapa reacionária do “fascismo sanitário” ocupando o espaço deixado pela saída de Merkel.  O Social Democrata em duas “virtudes” para impor a repressão estatal contra as massas, é  por isso que Scholz se apresentou como a linha de continuidade natural da “herança Merkelista”.

No entanto, mesmo com a vitória do SPD, a porta para a sucessão de Angela Merkel no cargo de chanceler  ainda não está totalmente aberta. Só ficará claro quem assumirá a chefia de governo após as negociações para a formação de uma ampla coalizão com todas as alas da burguesia, que devem se desenrolar nas próximas semanas ou meses. Não apenas o SPD, mas também os conservadores das uniões Democrata Cristã e Social Cristã (CDU/CSU) poderiam formar uma aliança com o Partido Verde e o Partido Liberal Democrático (FDP). Em síntese, o suposto fim da “conservadora era Merkel”, nada mais é do que o início da reacionária etapa de poder do “Centro Civilizatório” (junção da esquerda burguesa com a velha direita), agora sob a liderança dos neoliberais da Social Democracia alemã.