BC(COPOM) SOBE TAXA DE JUROS PARA TENTAR CONTER DISPARADA
INFLACIONÁRIA: UM “REMÉDIO” QUE MATA O “DOENTE” E AGRADA O RENTISMO FINANCEIRO
Após o governo Bolsonaro elevar o imposto sobre operações financeiras (IOF), encarecendo mais o crédito para pequenas empresas e famílias, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (22/09) elevar em mais um ponto percentual a taxa básica de juros (Selic), que passou de 5,25% a.a para 6,25% a.a, a pretexto de frear a inflação. Um “remédio” que pode matar o “doente” e agrada o rentismo financeiro. É mais um passo dado por este governo neofascista, que apesar dos “arroubos patrioteiros”, revela toda sua essência de subordinação a governança global do capital financeiro.
Em nota, a cúpula do Copom ainda afirmou que “antevê outro ajuste da mesma magnitude”, isto é, de um ponto percentual, na taxa Selic a ser definido na próxima reunião, no final de outubro. Ou seja, em meio a desvalorização do Real frente ao dólar, a elevação dos preços dos combustíveis, da conta de luz e dos preços dos alimentos (devido ao aumento do preço das commodities no exterior e da crise hídrica), aumenta o clima de instabilidade econômica que Bolsonaro impõe ao Brasil. O Copom está jogando mais gasolina no fogo ao elevar a Selic pela quinta vez consecutiva neste ano, o maior patamar desde julho de 2019.
A taxa de juros vai influenciar o preço dos alimentos
enquanto for cotado em nível internacional. Também o preço dos combustíveis,
que é estabelecido pelo governo com base no preço internacional, a tarifa de
energia, que também é cotada pela equipe econômica neoliberal do governo com
base numa indexação ao dólar, acelerará ainda mais a espiral inflacionária.
A elevação da taxa de juros irá atuar diretamente para atrair capital externo especulativo para o Brasil, e provocar a desvalorização ainda maior do Real. Uma das diretrizes traçada pelo Fórum Econômico de Davos, foi com a pandemia do coronavírus provocar uma elevação global dos preços, principalmente das comodities agrárias. Neste cenário com inflação global em alta, os governos nacionais (submissos a Nova Ordem Mundial) são levados a elevar o nível da emissão dos títulos financeiros remunerados pelo Estado, ou seja, a taxa de juros oficial.
Com a estagflação, isto é a subida generalizada dos insumos e preços ao consumidor, gerando a retração do mercado interno, cai naturalmente a cotação do Real. Este “fenômeno” econômico vai obviamente potencializar as importações, destruindo a produção industrial interna, e aprofundando o desemprego, já bastante avançado no país. Como o capitalismo no Brasil é periférico, ou seja, nosso país é um exportador de commodities no mercado mundial, toda vez que o preço das commodities cai, isso tende a produzir uma desvalorização do câmbio. Então, vai ocorrer mais desvalorização do câmbio, que vai ser repassado para os preços e, portanto, vai elevar a inflação.
Após as cinco altas seguidas da taxa básica de juros, o Brasil voltou a encabeçar uma das maiores taxas de juros reais (descontada a inflação) do mundo. Segundo o site “MoneYou”, o Brasil está em segundo lugar no ranking de 40 maiores economias do mundo, com juro real de 3,34% ao ano, atrás apenas da Turquia (+4,96%). A média desses 40 países está negativa em -1,36%. Para reverter este desempenho de “campeão” de lambe botas do rentismo internacional, é necessário primeiro derrubar este governo neofascista, mas também todo o regime político da democracia burguesa!