COREIA DO NORTE ANUNCIA TESTE DE MÍSSIL HIPERSÔNICO HWASONG-8: APOIAMOS O PLENO DIREITO DE AUTODEFESA DO ESTADO OPERÁRIO FRENTE AS PROVOCAÇÕES DO IMPERIALISMO IANQUE!
Nesta terça-feira (28), o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul informou que Pyonyang lançou um míssil de curto alcance na direção do mar do Japão a partir da província norte-coreana de Chagang. A Academia de Ciências da Defesa da Coreia do Norte assegurou nesta quarta-feira (29) ter testado um 'míssil hipersônico de novo desenvolvimento', denominado Hwasong-8, lançado da província de Chagang, informa a agência de notícias Yonhap, citando a Agência Central Telegráfica da Coreia (ATCC). "O desenvolvimento do míssil hipersônico, uma das cinco tarefas prioritárias do plano quinquenal que o campo das armas estratégicas enfrenta com vista ao desenvolvimento da ciência de defesa e do sistema de armas citadas no VIII Congresso do Partido, foi impulsionado de acordo com um processo de desenvolvimento sequencial, científico e confiável", informou a agência. O míssil Hwasong-8 aparentemente estava equipado com um veículo de reentrada manobrável, que teria alcançado velocidade hipersônica.
Segundo a agência norte-coreana, citada pela a agência de
notícias AFP, o míssil cumpriu com suas especificações técnicas "incluindo
a manobrabilidade de orientação e as características do voo de deslizamento da
ogiva hipersônica destacada". Na terça-feira (28), o Estado-Maior Conjunto
da Coreia do Sul confirmou que os norte-coreanos lançaram um míssil de curto
alcance até o mar do Japão a partir de Chagang, província localizada no
noroeste do país.
Em uma reunião de emergência do Conselho de Segurança
Nacional, altos funcionários sul-coreanos lamentaram a ação, e planejam
analisar o lançamento detalhadamente. O mesmo será feito pela inteligência
norte-americana. Entretanto, o primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga,
afirmou que a Coreia do Norte lançou "o que poderia ser um míssil
balístico" e que seu governo reforçou a vigilância.
O desenvolvimento dos programas de energia nuclear e comunicação na Coreia do Norte é uma necessidade de obtenção de uma alternativa de fonte energética e de monitoramento climático-militar diante do brutal bloqueio a que o país está submetido, tecnologia fundamental para possibilitar que Estado possa desenvolver projetos nesse setor com condições de enfrentar os períodos de adversidade climática, marcado também por secas e inundações.
Nesse sentido, esta estrutura de energia atômica legitimamente desenvolvida também pode e deve ser utilizada pelo Estado operário norte-coreano para se defender das ameaças do imperialismo norte-americano através de seu enclave, a Coreia do Sul e o Japão, onde os EUA mantêm bases militares desde o final da Segunda Guerra Mundial.
Os recentes testes de mísseis em meio as provocações organizadas por Biden na península coreana é um ato de autodefesa do Estado operário norte-coreano diante das provocações do imperialismo. A imprensa pró-imperialista em todo planeta faz alarde acerca dos testes nucleares promovidos pela Coreia do Norte, afirmando serem uma “ameaça à humanidade”. Oculta, criminosamente, que só na Coreia do Sul, um enclave criado e militarizado pelos EUA, há um contingente militar acima de 40 mil soldados, mais de mil ogivas nucleares apontadas para o Norte.
Como explicar que a Coreia do Norte não pode lançar um satélite ou inclusive testar um míssil ou uma bomba H, se quem a condena, os EUA, têm 439 satélites em órbita, sendo 98 deles para uso especificamente militar? Diante dessa realidade de conflito permanente não negamos a possibilidade da Coreia Popular, devido ao isolamento econômico imposto pela China restaurada e das provocações do império ianque, ser forçada a utilizar suas ogivas atômicas ou termo-nucleares contra o território “enclave” da Coreia do Sul ou mesmo o Japão.
Com o fim da URSS e a perda dos parceiros comerciais do Leste europeu, a Coreia do Norte viu sua economia contrair-se em 30% nos cinco anos que se seguiram a 1991. Restou a China, hoje convertida ao capitalismo. A intensa reação ideológica mundial patrocinada pela mídia imperialista e o cerrado bloqueio econômico tendem, cada vez com maior intensidade, a estrangular o Estado operário.
Como Marxistas Revolucionários, não podemos assumir diante de um conflito que pode ter proporções nucleares a “posição de avestruz” da maioria das correntes revisionistas, por isto declaramos em “alto e bom som” nosso apoio ao Estado Operário norte-coreano, apesar da burocracia dinástica que o governa. Devemos mobilizar amplos setores do proletariado e da juventude para repudiar as provocações militares do império ianque contra a Coreia do Norte e apontar o governo Biden como responsável pela escala militar.
Por outro lado, não devemos nutrir a menor confiança política na capacidade de resistência da burocracia stalinista coreana, pronta para capitular a qualquer momento em troca de sua própria sobrevivência enquanto uma casta social privilegiada.
A tarefa que se impõe no momento é o chamado ao conjunto do
proletariado asiático que se unifique na bandeira da derrota do imperialismo
ianque e seus protetorados militares da região, em particular convocando a
classe operária do Sul para cerrar fileiras na luta pela reunificação
socialista do país.