7º CONGRESSO NACIONAL DO PSOL... VAI FORMALIZAR PAPEL DE “PUXADINHO DO PT” APROVANDO APOIO A LULA JÁ NO 1º TURNO, MAS TODAS AS ALAS DEFENDEM UM PROGRAMA SOCIAL-DEMOCRATA
O 7º Congresso nacional do PSOL que se realizará neste último fim de semana de setembro vai confirmar a estratégia de colaboração de classes de todas as alas do partido com seu programa social-democrata, com a maioria aprovando o apoio a Lula já no primeiro turno. Lembremos que em agosto, a eleição nacional dos filiados do PSOL foi vencida pelo chamado "campo" reformista que agrupa Guilherme Boulos, Ivan Valente, Chico Alencar, Edmilson Rodrigues e Valério Arcary, aliança que vai continuar com maioria na sigla e defende o apoio a Lula já no primeiro turno. Esse arco uniu a chamada direita e o centro do partido, incluindo nesse espectro político a tendência Resistência de Valério Arcary. O "campo" teve aproximadamente 60% dos votos, contra cerca de 40% de grupos concorrentes revisionistas (MES, LSR, Luta Socialista, CST....), que têm como principais referências o deputado federal Glauber Braga (RJ), o vereador Babá e a deputada estadual Luciana Genro (RS).
Boulos e seu “campo” defendem a possibilidade do partido não
lançar candidato à Presidência em 2022, privilegiando assim a composição de uma
frente ampla de colaboração de classes. O debate, no entanto, deve continuar no
partido até o ano que vem. Até o momento, cresce a possibilidade de apoio ao
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o candidato que atualmente lidera
as pesquisas eleitorais.
Os envolvidos apontam que ainda há muitas questões a
equacionar, como a posição que o PSOL ocuparia na aliança, o programa político
desse grupo de partidos e os demais membros dessa coalizão.
“O partido sai mais forte, foi um processo democrático
interno com a participação de quase 50 mil filiados do Brasil inteiro, e a
posição que defende o PSOL com mais amplitude mantendo sua coerência de
princípios saiu fortalecida desse congresso”, disse Boulos
Segundo Roberto Robaina, dirigente do MES, “Sobre a segunda questão decisiva do congresso, a resposta que o PSOL dará às eleições de 2022, eis um debate que depende exclusivamente do congresso. Pelo que sabemos, é unânime entre os delegados eleitos a decisão de que a tática eleitoral seja ordenada pela necessidade de derrotar Bolsonaro. Creio que, corretamente, predomina a ideia de fazer os cálculos com o genocida disputando o pleito. Essa decisão se expressa de modo muito claro a partir da seguinte definição: o PSOL apoiará no segundo turno qualquer candidato que se oponha a Bolsonaro. Essa é uma resposta à necessidade número um do país. Dialoga com o medo legítimo de milhões de pessoas de que Bolsonaro possa continuar de alguma forma. Isso deve ser dito de modo claro desde o início, desde agora. No segundo turno, nosso engajamento será por qualquer candidato que não seja Bolsonaro."
O MES afirm que "Se tivesse risco a uma candidatura de esquerda ou centro
esquerda, concretamente, se tivesse risco de o nome de Lula perder no primeiro
turno para um candidato diretamente burguês, seríamos a favor de chamar a votar
em Lula no primeiro turno. Mas está muito evidente que sequer esse risco
existe. E não há margem qualquer para que Bolsonaro vença as eleições no
primeiro turno. Essas questões devem ser esclarecidas porque a novidade neste
congresso é que parte da direção atual, hoje maioria, está ensaiando, pela
primeira vez na história do partido, abdicar de ter candidatura própria a
presidente da República. Para dizer as coisas como são, estão querendo um
cheque em branco para negociar as condições do apoio a Lula. Querem que o
congresso não defina sobre a tática eleitoral. Querem definir eles mesmos, na
próxima direção. Nesse ponto, temos em curso um verdadeiro escândalo e uma
capitulação sem precedentes. Esse caminho precisa ser barrado”.
Robaina ainda explica que “Entre os setores da direção que
trabalham pelo apoio à candidatura de Lula desde o primeiro turno, há pelo
menos dois tipos. Um setor que escreve, trata de justificar, coloca algum
condicionamento programático e reivindica alguma compensação eleitoral; outro
que apenas apoia Lula, incondicionalmente, sem sequer escrever as razões desse
apoio”
O PSOL negocia aliança com PT para apoiar Lula em 2022. Se
for concretizada, será a primeira vez que a legenda não terá um candidato próprio
e apoiará o PT logo no primeiro turno. A estratégia é patrocinada pela cúpula
do PSOL devido à “gravidade do momento político do Brasil” dizem os reformistas
sob o comando de Ivan Valente.
Quem está na vanguarda desta defesa é Valério Arcary e seu
grupo (sic!) “Resistência”. Segundo o Esquerda On line (18.08), “A unidade da
esquerda não pode se limitar à organização da luta pelo Fora Bolsonaro. É
necessário construir uma alternativa de poder, que apresente um projeto de
transformação social do país dos e para os explorados e oprimidos. Por isso,
consideramos que o PSOL deve defender a unidade da esquerda e dos movimentos
sociais também nas eleições. Lula, por sua força junto à classe trabalhadora e
ao povo pobre, é o nome mais indicado para ser o candidato a presidente por uma
frente de esquerda.”.
Para melhor justificar essa aliança utiliza-se do real e
concreto perigo do avanço do fascismo e da escalada reacionária que o país
atravessa. Ocorre que longe de ser um instrumento político útil para barrar a
ofensiva da direita pela ação direta dos trabalhadores, a Frente Popular
formada pelo PT e PSOL (cada um tendo seu papel no campo do reformismo)
patrocina ilusões do circo eleitoral fraudado da democracia dos ricos e orienta
os trabalhadores a acreditar nas decadentes e apodrecidas instituições do
regime político burguês.
De fato, com a atual política de integrar o chamado
"centro civilizatório" que apoia o programa ditado pelo OMS
(lockdown, vacina e testes, tripé do famoso "fique em casa" para paralisar
a luta de classes) não há qualquer motivo para o PSOL não apoiar Lula e uma
ampla aliança burguesa para a disputa de 2022. Bolsonaro é usado por um grande
arco político (que inclui a Famiglia Marinho e o Itáu) como o
"espantalho" de extrema-direita para forjar essa frente de
colaboração entre as classes sociais.
Valério declarou recentemente que “com um acordo
programático, Lula unifica e representa a esquerda desde o primeiro turno”. O
grupo Resistência se alinha com Ivan Valente, Edmilson Rodrigues e a direta do
partido para, com sua linha social-democrata, construir a aliança com o PT
desde o primeiro turno da disputa presidencial.
Como se observa, trata-se de uma frente eleitoral em
gestação que não serve como um ponto de apoio para a luta direta das massas,
uma continuidade das gestões petistas que desmoralizaram o movimento operário e
corromperam as lideranças sociais via sua integração ao Estado capitalista.
A LBI defende um a Frente Única de Ação contra o fascismo, a
construção de comitês populares de autodefesa e da construção da greve geral
contra a intervenção militar e para barrar o recrudescimento das ações das
hordas fascistas. A “Frente Democrática” entre PT e PSOL desgraçadamente se
opõem a esse objetivo de luta direta e aponta o caminho eleitoral.
Cabe ao Marxistas Revolucionários denunciaram mais esse
engodo "civilizatório" defendido por Valério que está a serviço de
construir governos subservientes a nova ordem mundial do capital financeiro,
que mesmo posando de "progressistas" e cinicamente "defensores
da vida e da ciência" jogam o proletariado e sua vanguarda nas mãos dos
verdadeiros genocidas que representam o grande capital e seu terror sanitário!