segunda-feira, 6 de setembro de 2021

03 ANOS DA “FACADA” EM BOLSONARO: QUANDO A ESQUERDA REFORMISTA PRESTOU SOLIDARIEDADE COM O NEOFASCISTA EM NOME DA “DEFESA DA DEMOCRACIA”

Era tarde de uma quinta-feira, dia 6 de setembro de 2018, há exatos 3 anos, quando o então candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, levou uma facada durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). O golpe na barriga foi desferido por Adélio Bispo de Oliveira, preso por apoiadores. Analisando as imagens da facada não foram encontradas uma única gota de sangue na camisa que Bolsonaro, tudo levando a crer que se tratou de uma "fakeada". Como o Blog da LBI analisou na época em um atentado terrorista ainda envolto em circunstâncias muito “estranhas”, para falar apenas o mínimo, o então candidato neofascista foi alvo de uma “facada”, aparentemente desferida por uma pessoa com supostos "distúrbios" mentais. Não há nada conclusivo neste atentado, sequer podemos afirmar que assumiu a gravidade letal com que a mídia corporativa tratou o fato. Sabemos historicamente que os “barões murdochianos” são capazes de produzir qualquer “Fake News” e esta constatação não faz parte de qualquer adesão as “teorias da conspiração”, utilizada sempre para desqualificar as denúncias feitas pela esquerda revolucionária.

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Pela grande dimensão política do atentado, só podemos garantir uma questão, se foi “fabricado” artificialmente partiu de uma iniciativa do regime burguês em seu conjunto (polícia, justiça e forças armadas), e com o apoio “logístico” da Rede Globo, não podemos desconsiderar que Bolsonaro reuniu-se com a famiglia Marinho uma semana antes da suposta agressão a sua integridade física.

Alertamos naquele dia que era absolutamente lógico que nenhuma organização de esquerda ou mesmo militantes lúcidos do movimento de massas praticaria atos violentos desconectados, sem que correspondesse a uma ação de autodefesa da classe trabalhadora. Porém se um ato "tresloucado" como este (no caso de ter sido uma iniciativa pessoal de Adélio), que joga água no moinho da candidatura de Bolsonaro ao Planalto, não poderia contar com o aval político da esquerda revolucionária, outra posição completamente distinta é sair se solidarizando com o fascista, em nome da democracia dos ricos e seu circo eleitoral.

Que o PT, PCdoB, PSOL e PCO, como partidos de esquerda totalmente integrados ao regime burguês, façam a apologia da "paz social" e repudiem genericamente a "violência", como forma de não abalar a estabilidade do modo de produção capitalista, nada mais coerente e lógico para reforçar a política da colaboração de classes. Mas para a esquerda que se reivindica revolucionária, defender Bolsonaro contra um ataque de um outro energúmeno direitista, ou mesmo uma marionete de forças políticas ainda mais sinistras, revela um altíssimo grau de degeneração ideológica e programática.

Correntes revisionistas como PSTU, MRT, "Resistência" e CST (estes últimos satélites externos e internos do PSOL), justificaram sua "condenação" ao ataque imputando um suposto caráter "democrático" ao fascista Bolsonaro, arrolando o fato do mesmo estar concorrendo às eleições, por uma via de "normalidade institucional", em outras palavras Bolsonaro era candidato e merecia portanto um "tratamento" democrático e republicano. 

A participação nas eleições parlamentares produziria uma espécie de "salvo conduto" para estes fascistas. Nós os Marxistas Revolucionários levantamos posições radicalmente diferentes das defendidas pela esquerda revisionista, não separamos as eleições gerais do processo abrangente da luta de classes, por isso mesmo dispensamos o mesmo tratamento político para um fascista, seja ele candidato ou não.

Em uma situação específica como deste atentado, onde todos os elementos não estão suficientemente claros, nós Trotskistas adotamos uma posição muito semelhante a que adotamos no "11 de Setembro de 2001", mais conhecido como o ataque às torres gêmeas em New York: "Não condenamos e nem apoiamos o ataque terrorista a um centro da reação", guardadas as proporções históricas dos dois fatos, a postura política correta no momento deve ser a mesma. Não podemos fazer nenhuma "deferência" a democracia dos ricos e a normalidade de suas instituições burguesas.