03 ANOS DA “FACADA” EM BOLSONARO: QUANDO A ESQUERDA REFORMISTA PRESTOU SOLIDARIEDADE COM O NEOFASCISTA EM NOME DA “DEFESA DA DEMOCRACIA”
Pela grande dimensão política do atentado, só podemos
garantir uma questão, se foi “fabricado” artificialmente partiu de uma
iniciativa do regime burguês em seu conjunto (polícia, justiça e forças
armadas), e com o apoio “logístico” da Rede Globo, não podemos desconsiderar
que Bolsonaro reuniu-se com a famiglia Marinho uma semana antes da suposta
agressão a sua integridade física.
Alertamos naquele dia que era absolutamente lógico que nenhuma
organização de esquerda ou mesmo militantes lúcidos do movimento de massas
praticaria atos violentos desconectados, sem que correspondesse a uma ação de
autodefesa da classe trabalhadora. Porém se um ato "tresloucado" como
este (no caso de ter sido uma iniciativa pessoal de Adélio), que joga água no
moinho da candidatura de Bolsonaro ao Planalto, não poderia contar com o aval
político da esquerda revolucionária, outra posição completamente distinta é
sair se solidarizando com o fascista, em nome da democracia dos ricos e seu
circo eleitoral.
Que o PT, PCdoB, PSOL e PCO, como partidos de esquerda
totalmente integrados ao regime burguês, façam a apologia da "paz
social" e repudiem genericamente a "violência", como forma de
não abalar a estabilidade do modo de produção capitalista, nada mais coerente e
lógico para reforçar a política da colaboração de classes. Mas para a esquerda
que se reivindica revolucionária, defender Bolsonaro contra um ataque de um
outro energúmeno direitista, ou mesmo uma marionete de forças políticas ainda
mais sinistras, revela um altíssimo grau de degeneração ideológica e
programática.
Correntes revisionistas como PSTU, MRT, "Resistência" e CST (estes últimos satélites externos e internos do PSOL), justificaram sua "condenação" ao ataque imputando um suposto caráter "democrático" ao fascista Bolsonaro, arrolando o fato do mesmo estar concorrendo às eleições, por uma via de "normalidade institucional", em outras palavras Bolsonaro era candidato e merecia portanto um "tratamento" democrático e republicano.
A participação
nas eleições parlamentares produziria uma espécie de "salvo conduto"
para estes fascistas. Nós os Marxistas Revolucionários levantamos posições
radicalmente diferentes das defendidas pela esquerda revisionista, não
separamos as eleições gerais do processo abrangente da luta de classes, por
isso mesmo dispensamos o mesmo tratamento político para um fascista, seja ele
candidato ou não.
Em uma situação específica como deste atentado, onde todos
os elementos não estão suficientemente claros, nós Trotskistas adotamos uma
posição muito semelhante a que adotamos no "11 de Setembro de 2001",
mais conhecido como o ataque às torres gêmeas em New York: "Não condenamos
e nem apoiamos o ataque terrorista a um centro da reação", guardadas as
proporções históricas dos dois fatos, a postura política correta no momento
deve ser a mesma. Não podemos fazer nenhuma "deferência" a democracia
dos ricos e a normalidade de suas instituições burguesas.