quarta-feira, 8 de setembro de 2021

PSTU RECLAMA QUE “BOLSONARO NÃO DEFENDE AS DEMANDAS DOS POLICIAIS”: ZÉ MARIA DE ALMEIDA REIVINDICA MELHORES CONDIÇÕES PARA OS CÃES DE GUARDA DO ESTADO CAPITALISTA REPRIMIREM OS TRABALHADORES

José Maria de Almeida, presidente nacional do PSTU, nos brinda no escandaloso artigo “O lugar dos praças das Polícias Militares é ao lado dos trabalhadores, não de Bolsonaro” (06.08), publicado um dia antes dos atos bolsonaristas do 7 de setembro, com a seguinte pérola revisionista: “Bolsonaro não defende as demandas dos policiais por melhores condições de vida” e completa: “Todos sabemos da necessidade de uma boa segurança pública, especialmente para os pobres, que são a ampla maioria das vítimas dos crimes de roubo, assassinatos, etc. No entanto, é justamente essa função das polícias que vem sendo cada vez mais sucateadas, carentes de investimento, que funciona cada vez menos”. Em que país vive Zé Maria? No Brasil real, as polícias estão super-equipadas pelos governos estaduais para perseguir o povo trabalhador e, a nível federal, Bolsonaro aprovou diversos projetos dando relagias aos policiais federais, civis e militares, além de fortalecer enormemente o aparato militar dos policiais com amplo finaciamento, inclusive deu reajuste salarial recorde a PM do Distrito Federal que é paga pelo Planalto.

Nos últimos anos não faltaram as vozes na “esquerda” reformista em defesa da greve dos policiais, os arautos do “tradeunismo” vulgar dizem que são “trabalhadores fardados” e nesta condição vítimas da exploração e arrocho salarial como os outros servidores públicos. 

Os policiais, como uma categoria social, realmente são assalariados (e na sua grande maioria de origem proletária) e nisto se resume seu único “denominador comum” com os trabalhadores. Como um destacamento de “serviços especiais” do Estado burguês, os policiais não fazem parte da classe trabalhadora, como demonstrou o próprio Lenin, em seu excepcional artigo sobre os serviços de “inteligência” do regime tsarista. 

A polícia cumprindo a função social de um destacamento armado para preservar a propriedade privada dos meios de produção, jamais poderia ser considerada parte integrante da classe trabalhadora, pelo menos para os que têm referência no marxismo. Somente revisionistas mais decompostos podem acreditar que a função da polícia em uma sociedade de classes é cuidar da “segurança pública”, de todos os cidadãos independente de sua posição na cadeia produtiva. 

A verdadeira “proteção” da polícia é dada apenas à burguesia nos momentos em que se sente “ameaçada” de seus lucros pelas lutas do proletariado. Para Trotsky, “inclusive as frações mais avançadas (do exército) não passarão aberta e ativamente para o lado do proletariado até que vejam com seus próprios olhos que os operários querem lutar e são capazes de vencer (“Aonde vai a França?”). Ou seja, a unidade do proletariado mesmo com os setores mais avançados do exército só se dará em situações pré-revolucionárias. No entanto, na falta do proletariado em cena, os epígonos pseudotrotskistas seguem a reboque dos interesses reacionários dos policiais. 

Apesar das greves das polícias objetivamente potenciarem um quadro de desagregação do Estado burguês, inclusive em um setor vital, como suas forças repressivas, não é apoiando as reivindicações da polícia a melhor forma de acelerar a fissura aberta no seio das próprias classes dominantes. 

Devemos impulsionar a formação de comitês de autodefesa e milícias operárias, educando o proletariado para a necessidade da destruição do aparato repressivo do Estado burguês, única via que poderia inclusive forçar uma ruptura revolucionária na hierarquia militar.

Os cretinos Morenistas extrapolam qualquer princípio de classe, pois se colocam sem o menor pudor ao lado das tropas assassinas do povo, os cães de guarda da burguesia, uma vez que não há qualquer consigna progressista na pauta de reivindicações dos policiais que justifique o apoio ao movimento. 

Defendemos um programa de reivindicações transitórias destinadas aos soldados e cabos das FFAA, a fim de que rompam com a hierarquia militar subordinando-se a uma clara estratégia de destruição revolucionária do aparato repressivo do Estado burguês (difusão de imprensa política nos quartéis, direito a sindicalização, formação de sindicatos vermelhos, etc.). 

O apoio incondicional às greves policiais defendido pelos morenistas, que o PSTU denomina como sendo “trabalhadores de farda”, conduzirá a fortalecer o aparato de repressão para atacar os protestos populares, na medida em que desarma qualquer tentativa dos explorados enfrentarem os agentes da repressão estatal com suas milícias operárias e seus comitês de autodefesa. 

É, portanto, necessário alertar mais uma vez que uma PM bem equipada e motivada, como almeja o PSTU, melhor reprimirá as lutas do proletariado. Suas “armas” são espalhar o terror na população através de prisões de sindicalistas, intimidações, espancamentos, estupros e assassinatos de inocentes. 

A brutal ação da PM aos protestos dos trabalhadores mostra que esta política suicida deve ser rechaçada pelo ativismo classista, que neste momento deve tirar a lição elementar de prestar qualquer apoio ou solidariedade a essa corporação militar reacionária que não tem nenhum interesse em comum com os da classe operária!