FIM DO “ESTADO DE EXCEÇÃO SANITÁRIA” NO CHILE: UMA VITÓRIA
DO COMBATIVO MOVIMENTO DE MASSAS
Depois de um ano e meio, na última sexta-feira (24/09)terminou o “estado de exceção e toque de recolher” no Chile, medida supostamente sanitária adotada pelo governo de extrema direita do presidente Piñera em março do ano passado, utilizando como desculpa a situação da pandemia, mas que na realidade tinha como objetivo “esfriar” a rebelião popular que cruzava o país, ameaçando derrubar pela via direta o regime pinochetista vigente até os dias de hoje. O fim do “estado de exceção sanitária” foi um reivindicação das combativas mobilizações populares que ocorreram em plena pandemia e que não contaram com o apoio da esquerda reformista, que somente saiu às ruas para pedir votos no processo de eleição da “comissão constituinte”, uma paródia política para desviar as massas do combate por uma verdadeira Assembleia Constituinte Livre e Soberana.
Sem haver cumprido um objetivo sanitário claro, o presidente
neofascista em exercício, Sebastián Piñera, foi forçado a anunciar o fim do
questionado “estado de exceção sanitário” e, portanto, do repressivo “toque de
recolher” em todo o território nacional. Desde o início, o movimento de massas
questionou o significado dessas medidas anticientíficas, ditadas pelos
protocolos da OMS. Com o pretexto de reduzir o fluxo viário da população em
determinados momentos, o que em meados do ano passado resultou no aumento do
congestionamento no transporte público, aumentando o risco à saúde da população
submetida a trens e ônibus superlotados.
O “toque de recolher” passou a ser uma espécie de “prisão
sanitária” das pessoas, subtraindo os direitos democráticos elementares do povo
chileno, como sua livre locomoção pelas cidades do país. O combativo movimento
de massas na luta por suas reivindicações democráticas e sociais passou por
cima das reacionárias restrições, que eram asseguradas pela repressão da
polícia assassina do regime pinochetista, os odiados “carabineiros”,
tragicamente apoiados desta vez pela esquerda reformista que pregava o
“Isolamento Social”.