segunda-feira, 20 de setembro de 2021

ONU: UM “COVIL DE BANDIDOS” DOMINADO PELA GOVERNANÇA GLOBAL DO CAPITAL FINANCEIRO 

O secretário-geral da ONU, António Guterres, essa organização mundial imperialista, que Lênin alcunhou como um “covil de bandidos” quando da sua criação no primero pós-guerra, propôs antes da assembleia geral que começa amanhã em Nova York que se criasse uma força-tarefa de emergência para preparar um “Plano de Vacinação Global” contra a Covid-19: “Nós nos unimos para criar o mecanismo COVAX, a única ferramenta global para adquirir e entregar vacinas para países de baixa e média renda. O COVAX precisa ser totalmente financiado. Mas devemos fazer ainda mais. Nossos esforços precisam ser abrangentes e bem coordenados em todos os lugares”. Lembremos que a Liga das Nações, precursora da ONU, foi criada em 1922 como uma resposta a Revolução de Outubro e a existência da URSS uma entidade “não nacional” cujo próprio nome (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) era o projeto da revolução socialista mundial, ou seja, da autonomia e auto-determinação de todos os povos no marco da república internacional dos conselhos operários.

A criação da Liga das Nações não enganou Lênin, que a definiu como um “covil de bandidos”: “A guerra imperialista de 1914-1918 colocou em evidência diante de todas as nações e todas as classes oprimidas do mundo a falsidade dos fraseados democráticos e burgueses - o tratado de Versalhes, ditado pelas famosas democracias ocidentais, sancionou, em relação às nações fracas, as violências mais covardes e mais cínicas... A Liga das Nações e a política da Entente em seu conjunto apenas confirmam este fato e põem em andamento a ação revolucionária do proletariado dos países avançados e das massas laboriosas dos países coloniais ou dominados, levando assim à bancarrota as ilusões nacionais da pequena burguesia quanto à possibilidade de uma vizinhança pacífica, de uma igualdade verdadeira das nações sob o regime capitalista”. 

Registre-se que hoje a OMS é controlada efetivamente pela indústria farmacêutica, com crescente dependência de doadores privados como a Fundação Bill & Melinda Gates, doou mais US$ 150 milhões (aproximadamente R$ 785 milhões) destinados aos supostos combate à Covid-19, esse “filantrocapitalismo” não vem obviamente de graça. São interesses capitalistas que movem a agência da ONU para a saúde que gerencia a pandemia de Coronavírus.

Bill Gates que controla a cúpula da OMS não destina um único centavo de sua “Fundação” para pesquisas de medicamentos para o tratamento da Covid, mas não cessa de reunir mega investidores financeiros internacionais para aportar na descoberta da vacina, o “negócio do século”... Foi ele quem colocou o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus à frente do referido organismo da ONU, pela primeira vez, alguém que não é médico “cuida” da saúde mundial. Gates é a face “humanitária do imperialismo”, é ele quem define as pandemias e quem as cura, um pioneiro que abre novos mercados onde antes não existiam.

Não por acaso, o maior “acionista” da OMS, propõe formar uma equipe de cerca de 3.000 profissionais “plenamente capacitados, prontos para responder a possíveis crises a qualquer momento” em todo o mundo, uma espécie “exército global pandêmico”. Como parte do “Grande Reset” planejado pelo Fórum Econômico Mundial (FEM) de “aproveitar as oportunidades oferecidas pela Covid-19” para redesenhar o modo de produção capitalista, Gattes propõe o fim das soberanias dos Estados-nações e adoção de um “sistema de alerta global" e um "esquadrão de bombeiros pandêmico" para doenças futuras, proposta agora assumida oficialmente pela ONU.

O ex-primeiro ministro português, hoje a frente da ONU, foi além “Estou pronto para estimular todo o sistema da Organização das Nações Unidas em apoio a esse esforço. A reunião do G7 (Grupo dos Sete) no final desta semana pode criar o ímpeto para mobilizar os recursos financeiros necessários” demonstrando como o negócio trilionário da vacina está no centro de suas preocupações “humanitárias”. Ele complementa “Derrotar a Covid-19, agora que começamos a ter capacidade científica para tal, é mais importante do que nunca. O lançamento das vacinas contra Covid-19 está gerando esperança. Neste momento crítico, a igualdade da vacina é o maior teste moral perante a comunidade global. Devemos garantir que todos, em todos os lugares, possam ser vacinados o mais rápido possível”.

Não por acaso, um programa de vacinação infantil financiado principalmente pelo fundador da Microsoft, Bill Gates, foi criticado por criar mercados para novas vacinas de alto custo e não ter muito impacto na cura de doenças. Num relatório, a "insuspeita" ONG Save the Children (Salvem as Crianças) afirma haver conflitos de interesse na direção da Aliança Global para Vacinação e Imunização, dando oportunidade às empresas farmacêuticas de fazer marketing para os seus produtos. Segundo a ONG, o programa tem se concentrado em distribuir novas vacinas de alto custo e não tem feito nada para combater as doenças mais comuns nos países pobres, particularmente na África.

A Aliança Global foi criada em 1999 com uma doação de US$ 750 milhões (R$ 1,8 bi) da Fundação Bill and Melissa Gates. O objetivo do programa financiado por Gates, em princípio, é aumentar a vacinação entre crianças que vivem nos países mais pobres do mundo e financiar a pesquisa de novas vacinas. Trata-se de uma organização com forte ligação com a Unicef e OMS. Segundo a denúncia, a presença de membros da indústria farmacêutica na direção do projeto cria um conflito de interesses claro, porque a indústria pode estar produzindo produtos que vão ser comprados e distribuídos pela Aliança. Pelo relatório, cerca de três milhões de crianças morrem todos os anos de doenças para as quais existem vacinas de uso consagrado.

Desgraçadamente a esquerda reformista vem abandonando qualquer “senso crítico” elementar diante de organismos internacionais do imperialismo, como a ONU/OMS. Adotaram a linha da OMS diante da pandemia como uma “tábua de mandamentos sagrada”, apagando inclusive sérias denúncias que esta mesma esquerda fez contra a conduta este organismo. Os Marxistas Revolucionários reiteram que os trabalhadores e o povo oprimido do mundo todo não devem depositar confiança alguma em instituições que são financiadas por grandes corporações ou Estados imperialistas.