quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

GOVERNO DO EGITO É CÚMPLICE DO GENOCÍDIO EM GAZA: A FRONTEIRA DO PAÍS DOS FARAÓS É CONTROLADA PELOS SIONISTAS 

Em 2006, o enclave de Israel puniu os palestinos com fome por terem votado no Hamas nas eleições parlamentares e para o “governo” da Faixa de Gaza. É a antiga “guerra silenciosa” dos genocidas de Tel Aviv, um cerco que está lentamente cobrando o seu preço em vidas, privando os 2,3 milhões de civis de Gaza de alimentos e cuidados médicos. Desde a retirada das tropas sionistas e Gaza em 2005, a Faixa tem estado sob um bloqueio rigoroso, transformando-a em uma enorme prisão ao ar livre rodeada por arame farpado e postos militares de controle.

Oito passagens foram abertas em Gaza, seis delas por Israel , ligando a Faixa aos territórios palestinos ocupados em 1948, que hoje chamam de Israel. Quatro destas passagens permaneceram completamente fechadas e duas estavam abertas de forma intermitente: “Beit Hanoun” e “Kerem Shalom”.

Desde a retirada militar israelense de Gaza, Tel Aviv tem tido um único objetivo, ou seja estabelecer a hegemonia completa sobre o território por terra, ar e mar. Para conseguir isso, foram assinados três acordos que regulam o movimento nos pontos de passagem: o Acordo de Pontos de Passagem entre Israel e a corrupta “Autoridade Palestina “(2005), o Acordo de Controle de Fronteiras Palestino-Europeu-Israelense e o Protocolo de Filadélfia entre o Egito e Israel. Este último acordo com o Egito estabeleceu uma faixa de segurança de 14 quilômetros ao longo da fronteira entre o Egito e Gaza e exigiu a coordenação de segurança entre Israel e o Egito, a presença de guardas de fronteira egípcios ao longo do corredor e patrulhas de segurança de ambos os lados.

Rafah é a única “tábua de salvação” para os palestinos de Gaza. A travessia de Rafah foi restrita aos titulares de bilhetes de identidade palestinos, com exceções que exigiam notificação prévia ao governo israelense e aprovação da “Autoridade Palestina”. No entanto, as tensões aumentaram quando o Hamas assumiu o controle da passagem em 2007, levando a mudanças nas operações e encerramentos à medida que as relações entre o governo do Egito e o Hamas evoluíam.

A dinâmica mudou em 2017, quando a Fatah e o Hamas assinaram um acordo de reconciliação destinado a pôr fim ao um impasse. No entanto, o bloqueio total da Faixa imposto por Israel após a Intifada de 7 de Outubro aumentou a importância dos pontos de passagem da Faixa com o Egito. Um ano antes, a passagem de Rafah esteve aberta durante 245 dias, facilitando a passagem de mais de 140 mil pessoas e de muitos bens essenciais, como combustível, gás de cozinha e materiais de construção.

Paralelamente ao seu contra-ataque militar brutal e sem precedentes a Gaza, Israel impôs um cerco draconiano aos palestinos na Faixa, cortando o acesso à água, à eletricidade e às comunicações, bem como a pontos de passagem essenciais.

No meio dos últimos massacres, o Estado sionista ocupante proibiu definitivamente a saída de pessoas que não constem das listas aprovadas, com exceção de pessoas com dupla nacionalidade após intervenções de embaixadas estrangeiras. No entanto, alguns agentes egípcios na fronteira exploraram uma lacuna conhecida como “exclusão de segurança”. Trata-se de recusar a partida sob o pretexto da ligação do viajante com o Hamas, o que leva a uma “negociação” por quantias substanciais.

Apesar da devastação militar e humanitária de Gaza e das exigências urgentes  para permitir a entrada de ajuda na Faixa, Israel está fazendo “ouvidos moucos”. Na sua defesa perante o Tribunal Internacional de Justiça, o advogado sionista, Christopher Stacker, apontou outros culpados, argumentando sem rodeios que “O acesso à Faixa de Gaza através da passagem de Rafah é controlado pelo Egito”, o que é uma mentira absurda.

O governo do Cairo esclareceu cinicamente ao Tribunal Internacional de Justiça que o Egito não tinha fechado a passagem de Rafah, só não declarou para a Corte Internacional que abriu mão de sua soberania nacional, entregando a supervisão da fronteira com Israel aos militares sionistas. Acontece que o governo do general Al Sisi é uma ditadura militar, totalmente subordinada aos interesses do imperialismo ianque na região.