quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

A SUPERVALORIZAÇÃO DO BITCOIN NO MERCADO FINANCEIRO: PRENÚNCIO DE UMA NOVA EXPLOSÃO DA BOLHA ESPECULATIVA DO CAPITAL

Muito antes da eclosão do desastre financeiro e da explosão das hipotecas sub prime, em 2008 nos EUA, houve um estouro de bolhas como o chamado “ponto.com”, ou mais anteriormente a “crise da tequila” (referência ao México) nos anos 90, já que a expansão sem controle do capital fictício remonta a décadas, sendo um fenômeno próprio da fase superior do imperialismo. Embora o capital financeiro ocupe um lugar hegemônico no capitalismo do século passado, desde o final da década de 1990 esse processo que o envolve estruturalmente se acelerou consideravelmente, principalmente em decorrência da impossibilidade de resolver a estagnação da produção industrial de forma “clássica”, digamos através das guerras ou golpes fascistas. Agora estamos vivendo a fase da hiper hegemonia do capital rentista, fluxo de virtual de dinheiro se reproduzindo por meio de programas e supercomputadores. A pandemia do coronavírus não absolutamente mais nada do que a maquiagem institucional da crise capitalista de superprodução, onde o “Grande Reset” da economia foi acionado por meio de um “alarme global sanitário”, é fraudulento diga-se de passagem.

As bolhas financeiras virtuais criaram, como um placebo, uma certa sensação de expansão monetária e crescimento econômico, antes é claro de estourar com violência, daí o seu nome (bolha), que indica a existência de uma matéria ou fenômeno com pouca consistência real. A última grande crise, ou eclosão, quando o Lehman Brothers e outras instituições financeiras entraram em colapso, demonstrou duas questões fundamentais quando se trata de analisar o papel do capital fictício, uma é que esses “monstros” inevitavelmente explodem porque não podem se reproduzir como o capital, em termos clássicos da extração da mais-valia.

A outra questão, de igual ou maior importância, é que não há divisão nítida entre o capital financeiro e outro de nítido caráter industrial, pois o rentismo absorve quase todos os setores econômicos, inclusive agora com muito voracidade o agronegócio. Outro fator de confusão é que o reformismo tende a inventar a fábula de que "luta" contra o capital especulativo e defende o “capitalismo produtivo”, este que seria mais "progressivo" para o toda a humanidade. O que afirmamos sobre o rentismo foi demonstrado no mundo real, comprovado na crise do Lehman Brothers, que resultou imediatamente na falência da General Motors e que na sequência foi “resgatada” pelo próprio capital financeiro, com a ajuda é claro do Estado burguês. Isso ocorre com todos os grandes trustes industriais, que hoje já não pertecem em sua grande maioria as famílias burguesas fundadoras, e sim a “clubes de investimento”, controlados por uma dúzia de rentistas globais apátridas. Essa é a base econômica do poder maior da governança mundial do capital financeiro, que se sobrepõe aos Estados nacionais, inclusive os imperialistas.

Hoje, com a política terrorista da "Pandenia" e seu “lockdown” econômico internacional, as chamadas moedas virtuais passam a ocupar o lugar de destaque das bolhas especulativas anteriores, como é o caso da moeda virtual Bitcoin (gerada por programas e supercomputadores), um dos símbolos mais emblemáticos deste momento.O preço do Bitcoin marcou um novo recorde histórico na última terça-feira (09/02),continuando sua valorização sustentada no mercado depois que a empresa automotiva Tesla anunciou na segunda-feira que havia decidido obter US $ 1,5 bilhão dessa criptomoeda. Depois de quebrar a barreira histórica de US$ 45.000 na segunda-feira, a moeda digital atingiu US$ 48.215 na alta intradiária, que é seu maior recorde desde sua criação.

O crescimento acelerado dessa criptomoeda é outra das “rotas de fuga” do capitalismo, que tenta fugir do desastre iminente de sua estagnação. Portanto o aumento desproporcional do Bitcoin é determinado pelas tendências arbitrárias e anárquicas dos capitalistas rentistas que se apressam em tomá-las como forma de investimento e reserva de valor, dada a impossibilidade de colocar suas remessas de mais-valia no ciclo real da produção capitalista, justamente por causa da recessão generalizada e ausência de mercados.

O crescimento das moedas virtuais obviamente não é um sinal de boa saúde do capitalismo, muito pelo contrário e a burguesia imperialista sabe disso, só que enquanto puder, continuará a dançar e apostar no “cassino” financeiro, afinal lá tem “boa música muito whisky” para a elite se divertir, mesmo que diante de uma iminente falência. A tarefa dos Marxistas Revolucionários é compreender este contexto histórico da Nova Ordem Mundial que anuncia a explosão de novas rebeliões espontâneas ainda mais radicais (que logo serão taxadas de “fascistas” por supostamente “espalharem” o vírus), já que a esquerda reformista é parte ativa desta patifaria do rentismo contra o proletariado mundial. A disputa programática pela consciência de milhões de operários e jovens que farão parte das mobilizações espontâneas, é o elemento-chave da situação atual, que exige a construção de Partidos Leninistas que pretendam demolir com a Nova Ordem do Capitalismo e começar a edificar uma nova sociedade, baseada no planejamento econômico centralizado, e o trabalho conjunto e socialista por sua própria natureza de classe da Ditadura do Proletariado.