A SUPERVALORIZAÇÃO DO BITCOIN NO MERCADO FINANCEIRO: PRENÚNCIO DE UMA NOVA EXPLOSÃO DA BOLHA ESPECULATIVA DO CAPITAL
Muito antes da eclosão do desastre financeiro e da explosão das hipotecas sub prime, em 2008 nos EUA, houve um estouro de bolhas como o chamado “ponto.com”, ou mais anteriormente a “crise da tequila” (referência ao México) nos anos 90, já que a expansão sem controle do capital fictício remonta a décadas, sendo um fenômeno próprio da fase superior do imperialismo. Embora o capital financeiro ocupe um lugar hegemônico no capitalismo do século passado, desde o final da década de 1990 esse processo que o envolve estruturalmente se acelerou consideravelmente, principalmente em decorrência da impossibilidade de resolver a estagnação da produção industrial de forma “clássica”, digamos através das guerras ou golpes fascistas. Agora estamos vivendo a fase da hiper hegemonia do capital rentista, fluxo de virtual de dinheiro se reproduzindo por meio de programas e supercomputadores. A pandemia do coronavírus não absolutamente mais nada do que a maquiagem institucional da crise capitalista de superprodução, onde o “Grande Reset” da economia foi acionado por meio de um “alarme global sanitário”, é fraudulento diga-se de passagem.
As bolhas financeiras virtuais criaram, como um placebo, uma
certa sensação de expansão monetária e crescimento econômico, antes é claro de
estourar com violência, daí o seu nome (bolha), que indica a existência de uma
matéria ou fenômeno com pouca consistência real. A última grande crise, ou
eclosão, quando o Lehman Brothers e outras instituições financeiras entraram em
colapso, demonstrou duas questões fundamentais quando se trata de analisar o
papel do capital fictício, uma é que esses “monstros” inevitavelmente explodem
porque não podem se reproduzir como o capital, em termos clássicos da extração
da mais-valia.
A outra questão, de igual ou maior importância, é que não há
divisão nítida entre o capital financeiro e outro de nítido caráter industrial,
pois o rentismo absorve quase todos os setores econômicos, inclusive agora com
muito voracidade o agronegócio. Outro fator de confusão é que o reformismo
tende a inventar a fábula de que "luta" contra o capital especulativo
e defende o “capitalismo produtivo”, este que seria mais
"progressivo" para o toda a humanidade. O que afirmamos sobre o
rentismo foi demonstrado no mundo real, comprovado na crise do Lehman Brothers,
que resultou imediatamente na falência da General Motors e que na sequência foi
“resgatada” pelo próprio capital financeiro, com a ajuda é claro do Estado
burguês. Isso ocorre com todos os grandes trustes industriais, que hoje já não
pertecem em sua grande maioria as famílias burguesas fundadoras, e sim a
“clubes de investimento”, controlados por uma dúzia de rentistas globais
apátridas. Essa é a base econômica do poder maior da governança mundial do
capital financeiro, que se sobrepõe aos Estados nacionais, inclusive os
imperialistas.
Hoje, com a política terrorista da "Pandenia" e
seu “lockdown” econômico internacional, as chamadas moedas virtuais passam a
ocupar o lugar de destaque das bolhas especulativas anteriores, como é o caso da
moeda virtual Bitcoin (gerada por programas e supercomputadores), um dos
símbolos mais emblemáticos deste momento.O preço do Bitcoin marcou um novo
recorde histórico na última terça-feira (09/02),continuando sua valorização
sustentada no mercado depois que a empresa automotiva Tesla anunciou na
segunda-feira que havia decidido obter US $ 1,5 bilhão dessa criptomoeda.
Depois de quebrar a barreira histórica de US$ 45.000 na segunda-feira, a moeda
digital atingiu US$ 48.215 na alta intradiária, que é seu maior recorde desde
sua criação.
O crescimento acelerado dessa criptomoeda é outra das “rotas
de fuga” do capitalismo, que tenta fugir do desastre iminente de sua
estagnação. Portanto o aumento desproporcional do Bitcoin é determinado pelas
tendências arbitrárias e anárquicas dos capitalistas rentistas que se apressam
em tomá-las como forma de investimento e reserva de valor, dada a
impossibilidade de colocar suas remessas de mais-valia no ciclo real da
produção capitalista, justamente por causa da recessão generalizada e ausência
de mercados.
O crescimento das moedas virtuais obviamente não é um sinal
de boa saúde do capitalismo, muito pelo contrário e a burguesia imperialista
sabe disso, só que enquanto puder, continuará a dançar e apostar no “cassino”
financeiro, afinal lá tem “boa música muito whisky” para a elite se divertir,
mesmo que diante de uma iminente falência. A tarefa dos Marxistas
Revolucionários é compreender este contexto histórico da Nova Ordem Mundial que
anuncia a explosão de novas rebeliões espontâneas ainda mais radicais (que logo
serão taxadas de “fascistas” por supostamente “espalharem” o vírus), já que a
esquerda reformista é parte ativa desta patifaria do rentismo contra o
proletariado mundial. A disputa programática pela consciência de milhões de
operários e jovens que farão parte das mobilizações espontâneas, é o
elemento-chave da situação atual, que exige a construção de Partidos Leninistas
que pretendam demolir com a Nova Ordem do Capitalismo e começar a edificar uma
nova sociedade, baseada no planejamento econômico centralizado, e o trabalho
conjunto e socialista por sua própria natureza de classe da Ditadura do
Proletariado.