UM ANO DO MOTIM POLICIAL NO CEARÁ: GOVERNADOR DO PT ACEITOU AS REIVINDICAÇÕES DOS ASSASSINOS DE FARDA E RECORREU A PM PARA ATACAR OS SERVIDORES EM LUTA CONTRA SUAS REFORMAS NEOLIBERAIS! SUPOSTA “GREVE” TEVE APOIO DO PSOL, PSTU, PASSANDO POR MORO E CHEGANDO ATÉ O PCO...
Hoje faz um ano do início do motim policial no Ceará (18 de fevereiro a 2 de março). Após 13 dias de motim da Polícia Militar do Ceará, comissão de negociação do governo estadual (PT/PDT) e lideranças políticas milicianas chegaram a um acordo e encerram motim armado de extrema direita no estado. A proposta de acordo foi entregue aos amotinados pela comissão de representantes dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, o compromisso do governador Camilo Santana não prevê uma anistia geral, mas aceita revisão disciplinar de cada caso, o que na prática equivaleu a uma “anistia individualizada”, o que se confirmou passado um ano do motim.
A assembleia de policiais militares do 18º Batalhão de
Polícia Militar (BPM) realizada em 2 de março, resolveu aceitar a “generosa”
proposta da Comissão do governo e encerrar a suposta “greve”, depois de 13 dias
“barbarizando” a população pobre do Ceará, com um saldo deixado de quase
trezentos mortos no período. No acordo firmado, além da promessa da “anistia
individualizada” foram acatadas três das reivindicações de policiais militares:
Reajuste ser pago em três parcelas, em março deste ano, março de 2021 e março
de 2022; primeira parcela ser maior, de 40% do reajuste e as duas posteriores
de 30%; além de incorporação das gratificações.
De acordo com o governador Camilo Santana, algumas patentes
teriam ganhos de até 100% até 2022. O salário-base de um soldado, com o aumento
progressivo até 2022, saltaria de R$ 3,2 mil para R$ 4,5 mil, e o salário da
maior patente, de coronel, chegará a superar R$ 20 mil. Enquanto o governador
do PT/PDT estende a mão aos milicianos fardados, para que possam ganhar melhor
e reprimir com mais presteza a população, e não defendê-la como afirmam os
cretinos revisionistas do PSTU, o conjunto do funcionalismo estadual continua
sem aumento nenhum há vários anos.O governador Camilo afirmou que tem um teto de
gasto de R$ 495 milhões com a Polícia Militar até 2022, porém para os
professores seu “teto” é muito mais reduzido, ou seja para a máquina de
repressão da população o governo tem fartos recursos, mas para a educação e
saúde impera a lei do “ajuste fiscal”.
A capitulação da oligarquia Gomes que controla o governo do
Ceará em parceria com o PT já era esperada, desde quando pediram a intervenção
federal de Bolsonaro e Moro no estado, justamente os protetores da criminosa
milícia fardada que liderou o motim, o que realmente estava em jogo para os
irmãos Ciro e Cid não era a defesa da cidadania contra os “esquadrões da
morte”, mas sim uma disputa eleitoral com o capitão Wagner (deputado federal que
foi candidato a prefeito de Fortaleza quase derrotando o nome da Oligarquia Gomes)
e seus assemelhados de extrema direita.
Desgraçadamente a esmagadora maioria da esquerda
revisionista, PSOL, PSTU e até mesmo o PCO embarcou na canoa da “legitimidade
da greve”, reforçando o discurso do ex-ministro justiceiro Sérgio Moro em apoio
ao sinistro motim que deixou um rastro de centenas de mortos, quando afirmou: “Os
policiais não são criminosos”. Os Marxistas Leninistas não apoiaram um
movimento da extrema direita, liderada por policiais militares fascistas, que
exigiam melhores “condições de trabalho” para atacar o povo pobre e os movimentos
sociais. Defendemos sim, a destruição revolucionária do aparato policial do
Estado Burguês e uma política justa para aproximar os destacamentos de baixa
patente e conscritos das Forças Armadas, que não pode ser confundida com uma
instituição policial, ou milícias formadas para pavimentar a ascensão do
fascismo.