quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

UM ANO DO MOTIM POLICIAL NO CEARÁ: GOVERNADOR DO PT ACEITOU AS REIVINDICAÇÕES DOS ASSASSINOS DE FARDA E RECORREU A PM PARA ATACAR OS SERVIDORES EM LUTA CONTRA SUAS REFORMAS NEOLIBERAIS! SUPOSTA “GREVE” TEVE APOIO DO PSOL, PSTU, PASSANDO POR MORO E CHEGANDO ATÉ O PCO...

Hoje faz um ano do início do motim policial no Ceará (18 de fevereiro a 2 de março). Após 13 dias de motim da Polícia Militar do Ceará, comissão de negociação do governo estadual (PT/PDT) e lideranças políticas milicianas chegaram a um acordo e encerram motim armado de extrema direita no estado. A proposta de acordo foi entregue aos amotinados pela comissão de representantes dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, o compromisso do governador Camilo Santana não prevê uma anistia geral, mas aceita revisão disciplinar de cada caso, o que na prática equivaleu a uma “anistia individualizada”, o que se confirmou passado um ano do motim.

A assembleia de policiais militares do 18º Batalhão de Polícia Militar (BPM) realizada em 2 de março, resolveu aceitar a “generosa” proposta da Comissão do governo e encerrar a suposta “greve”, depois de 13 dias “barbarizando” a população pobre do Ceará, com um saldo deixado de quase trezentos mortos no período. No acordo firmado, além da promessa da “anistia individualizada” foram acatadas três das reivindicações de policiais militares: Reajuste ser pago em três parcelas, em março deste ano, março de 2021 e março de 2022; primeira parcela ser maior, de 40% do reajuste e as duas posteriores de 30%; além de incorporação das gratificações.

De acordo com o governador Camilo Santana, algumas patentes teriam ganhos de até 100% até 2022. O salário-base de um soldado, com o aumento progressivo até 2022, saltaria de R$ 3,2 mil para R$ 4,5 mil, e o salário da maior patente, de coronel, chegará a superar R$ 20 mil. Enquanto o governador do PT/PDT estende a mão aos milicianos fardados, para que possam ganhar melhor e reprimir com mais presteza a população, e não defendê-la como afirmam os cretinos revisionistas do PSTU, o conjunto do funcionalismo estadual continua sem aumento nenhum há vários anos.O governador Camilo afirmou que tem um teto de gasto de R$ 495 milhões com a Polícia Militar até 2022, porém para os professores seu “teto” é muito mais reduzido, ou seja para a máquina de repressão da população o governo tem fartos recursos, mas para a educação e saúde impera a lei do “ajuste fiscal”.

A capitulação da oligarquia Gomes que controla o governo do Ceará em parceria com o PT já era esperada, desde quando pediram a intervenção federal de Bolsonaro e Moro no estado, justamente os protetores da criminosa milícia fardada que liderou o motim, o que realmente estava em jogo para os irmãos Ciro e Cid não era a defesa da cidadania contra os “esquadrões da morte”, mas sim uma disputa eleitoral com o capitão Wagner (deputado federal que foi candidato a prefeito de Fortaleza quase derrotando o nome da Oligarquia Gomes) e seus assemelhados de extrema direita.

Desgraçadamente a esmagadora maioria da esquerda revisionista, PSOL, PSTU e até mesmo o PCO embarcou na canoa da “legitimidade da greve”, reforçando o discurso do ex-ministro justiceiro Sérgio Moro em apoio ao sinistro motim que deixou um rastro de centenas de mortos, quando afirmou: “Os policiais não são criminosos”. Os Marxistas Leninistas não apoiaram um movimento da extrema direita, liderada por policiais militares fascistas, que exigiam melhores “condições de trabalho” para atacar o povo pobre e os movimentos sociais. Defendemos sim, a destruição revolucionária do aparato policial do Estado Burguês e uma política justa para aproximar os destacamentos de baixa patente e conscritos das Forças Armadas, que não pode ser confundida com uma instituição policial, ou milícias formadas para pavimentar a ascensão do fascismo.