quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

BINDEN INCREMENTA ARMAMENTO DO JAPÃO: NOVAS BASES IANQUES VISAM AMPLIAR CERCO MILITAR A CHINA 

O governo do carniceiro "Democrata" Biden avançou nas negociações sobre o financiamento das bases militares norte-americanas no Japão, incluindo novos campos de defesa, como espaço e segurança cibernética. Os EUA têm aproximadamente 55 mil militares destacados em várias bases no país nipônico. O Japão assinou nesta quarta-feira (24.02) um acordo com os EUA no qual se compromete a destinar US$ 1,92 bilhões (aproximadamente R$ 10,45 bilhões) para a manutenção das tropas norte-americanas em seu território no novo ano fiscal, que começa em 1º de abril e vai até 31 de março de 2022. A Casa Branca prometeu ao primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, que defenderá a falsa soberania japonesa sobre as ilhas Senkaku, administradas por Tóquio, mas reivindicadas há meio século pela China. Ele reafirmou a Suga o compromisso de reforçar a aliança com o Japão, parceiro estratégico dos EUA. O imperialismo ianque anunciou que aprofundarão as cooperações militares com a Austrália, Índia e Japão, um novo impulso de Biden para a aliança conhecida como QUAD.

O Japão planeja obter a aprovação parlamentar para o acordo até o final de março. As negociações bilaterais de compartilhamento de custos são conduzidas aproximadamente a cada cinco anos, mas a última rodada foi retardada pela transição de governo dos EUA, se concluindo agora com Biden na Casa Branca.

Japão e Filipinas reivindicam para si, entenda-se para os EUA, o domínio colonial das centenas de ilhotas no Mar da China, desabitadas, porém ricas em jazidas de petróleo e gás natural. A estratégia de defesa do Pentágono tem a China como alvo e por isso intensifica suas manobras políticas e militares no Oceano Pacífico. Evidentemente que as “intenções” ianques não se resumem à questão meramente petrolífera. Trata-se da expansão de seu domínio geopolítico e militar na região em litígio, ou seja, visa não só minar a influência chinesa nesta parte do globo, como principalmente “ganhar terreno” em direção a Coreia do Norte a fim de enfraquecer a todo custo o Estado operário. De quebra, pressiona militarmente a China visando neutralizá-la diante da futura agressão imperialista ao Irã.

Como Marxistas-Leninistas declaramos que a campanha orquestrada pela Casa Branca de fortalecimento militar do Japão está voltada contra a China e a Rússia. Na medida em que na China está em curso um processo de acumulação primitiva de capital para forjar a nova burguesia, a Casa Branca e o imperialismo europeu buscam incentivar no curso dessa transição tensões políticas e militares que lhes favoreçam. 

As constantes provocações contra o Estado nacional chinês cumprem, em última instancia, o objetivo de acabar com qualquer possibilidade de que algum regime ao redor do planeta se oponha ainda que minimamente ao “american way life”, como são os casos específicos da Coreia do Norte e Irã.

Lembremos que em agosto de 1945, sob as ordens do presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, a bomba atômica de urânio foi detonada a 600 metros de altura nos céus da cidade de Hiroshima. Em segundos, mais de cem mil vidas humanas foram exterminadas. Em torno do centro do impacto da explosão, tudo fora reduzido a cinzas e escombros. Três dias depois, uma segunda bomba de plutônio era jogada sobre Nagasaki, provocando cerca de 80 mil vítimas fatais. Este foi o macabro resultado de três anos de desenvolvimento da tecnologia nuclear sob a égide do capitalismo, conhecido como “Projeto Manhattan”, criado em 1942 e dirigido pelo físico norte-americano Julius Oppenheimer, em Los Alamos. O imperialismo ianque concentrou todos os seus esforços para desenvolver a bomba atômica com o objetivo de superar os alemães, que supostamente estariam desenvolvendo esta tecnologia. Não por coincidência, o “Projeto Manhattan” começou a ser desenvolvido pouco antes da URSS dar início à sua ofensiva contra as tropas nazistas em território russo. O Exército Vermelho passou à ofensiva militar a partir de novembro de 1942, esmagando heroicamente as unidades alemãs e se dirigindo rumo ao Ocidente. Três anos depois, no dia 8 de maio de 1945, a Alemanha se rendeu incondicionalmente. Os ianques assimilaram muito bem a derrota nazista, pois Hitler, conforme pensavam os estrategistas do Pentágono, havia subestimado a força do Exército Vermelho. Era necessário agir o mais rápido possível. Derrotada a Alemanha, de 17 de julho a 2 de agosto de 1945 são realizados os “Acordos de Potsdam”, através dos quais foram definidas as zonas de ocupação do território alemão pelas tropas imperialistas e pela URSS. Neste período, o Japão ainda arrastava-se em frangalhos na guerra.

O Japão, um país imperialista, entrou na guerra com o objetivo de apoderar-se do petróleo e dos recursos minerais do Sudeste Asiático. Desde a década de 30, tropas japonesas invadiram a China, e impuseram seu domínio sobre a região da Manchúria, onde promoveram o massacre de 350 mil chineses na tomada da cidade de Nanjing, em 1937. Seu expansionismo imperialista visava ainda o domínio sobre a Coréia e importantes ilhas do Pacífico, região controlada por bases militares norte-americanas. Penetrar nesta região implicava declarar guerra aos EUA, o que aconteceu em 7 de dezembro de 1941, com o ataque japonês a Pearl Harbor, abrindo, assim, um confronto interimperialista. Em junho de 1942, o Japão é vencido na “Batalha de Midway”, e os EUA dominam esta região do Pacífico, assinalando praticamente a derrota japonesa na guerra. Com a guerra total, declarada pelos EUA, as indústrias japonesas foram aniquiladas, não havia matérias-primas, nem produção de armamentos, nem como prover o exército com alimentos. As principais cidades, incluindo a capital Tóquio, estavam em ruínas, destruídas por pesados bombardeios. Em Potsdam, o imperialismo ianque já havia tomado a decisão de detonar a bomba atômica no Japão. A reunião serviu para dissimular e medir as forças do real inimigo, o Estado operário soviético, que se tornara uma ameaça ao domínio capitalista na Europa.

A imprensa e os historiadores burgueses pagos pelo imperialismo têm como método ocultar o fator URSS, tanto no que tange aos objetivos da II Guerra Mundial, como em relação ao que levou os EUA a jogar as bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki, cidades cujas localizações não tinham nenhuma importância militar, isto é, não se constituíam em alvos estratégicos. O genocida Truman se valeu cinicamente de um já derrotado Japão que começava a negociar os termos de rendição para escapar de uma derrota acachapante, declarando que o ataque “foi feito contra a base militar de Hiroshima para evitar vítimas entre a população civil”. Esta cidade foi escolhida precisamente para demonstrar o poder de destruição da bomba atômica sobre uma cidade densamente povoada. O objetivo desse massacre era pôr um basta ao rápido avanço militar soviético sobre o Oriente e a Europa. Tanto é verdade que a primeira bomba não foi finalizada até meados de julho de 1945, quase três meses depois da tomada de Berlim pelas tropas soviéticas e da subseqüente rendição alemã. Com esse abominável ataque terrorista, os assassinos do Pentágono demonstraram para a União Soviética e para qualquer povo que se opusesse à hegemonia dos EUA, que estavam dispostos a promover atrocidades piores que as cometidas pelos nazistas, para preservar os interesses do capital financeiro internacional. 

A burocracia soviética, sob o comando de Stalin, apesar de seu prestígio após ter derrotado o nazismo, não tinha como objetivo enfrentar o imperialismo, uma vez que defendia a política do socialismo em um só país, manteve-se estrategicamente no campo da contrarrevolucionária coexistência pacífica, adstrita aos marcos de uma “guerra fria”. A bomba lançada no Japão pelo imperialismo ianque, portanto, também cumpriu a finalidade de colocar a burocracia ainda mais na defensiva, haja vista que os movimentos antifascistas estavam prestes a tomar o poder em vários países na Europa, mas foram sabotados e reprimidos pelo stalinismo, pois qualquer rompimento dos acordos de coexistência (Yalta, Potsdam) poderia resultar num ataque atômico contra a própria URSS por parte dos EUA.

As tendências fascistizantes do imperialismo ianque tornaram-se ainda mais fortes após a contrarrevolução triunfante sobre o Estado operário soviético, na medida que não tem um oponente à altura. Assim, os falcões da Casa Branca seguem impondo seus planos belicistas sobre os povos do planeta. Mas, apesar do enorme poderio bélico, o imperialismo pode ser derrotado pela resistência firme dos povos oprimidos, tal como ocorreu no Vietnã. 

Atualmente, a máquina de guerra do imperialismo ianque enfrenta uma enorme dificuldade de consolidar seu domínio. Porém, somente a vitória da revolução proletária mundial poderá pôr fim à sua sanha assassina e assegurar o uso das forças produtivas para promover o bem-estar da humanidade.