terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

“SIGA O DINHEIRO”: BILIONÁRIOS NO BRASIL QUE MAIS LUCRARAM NA PANDEMIA SÃO DO SETOR DA “SAÚDE”... UM GRANDE NEGÓCIO ONDE A MORTE E VIDA DO POVO TRABALHADOR É FONTE DE ALTOS LUCROS PARA OS GRANDES CAPITALISTAS 

Os bilionários brasileiros da área da saúde são os que mais ganharam dinheiro durante a pandemia. Dos 10 bilionários brasileiros da área da saúde que mais aumentaram suas fortunas durante a pandemia de Covid-19, 3 pertencem ao ramo farmacêutico. Os demais lucram com redes de laboratórios e diagnósticos, operadoras de planos de saúde e hospitais. Sob o regime capitalista, a “Big Pharma” é na verdade uma fábrica de doenças em busca de lucros sob a promessa (literalmente vendida) da cura, a saúde de toda a humanidade está nas mãos de capitalistas miseráveis (seja na pesquisa, produção ou no comércio), ela enxerga a pandemia com uma oportunidade única para seus negócios.

Todos que estão lendo agora esse artigo entraram em uma farmácia lotada em meio à pandemia do Coronavírus. Caixas e caixas de remédios “preventivos” ou “curativos” para gripes, febre, dores no corpo e afins... Máscaras com preços decuplicados! As longas filas dão uma noção do negócio bilionário que a indústria farmacêutica movimenta no mundo, cifras astronômicas que deram um salto gigantesco em meio ao alastramento da peste viral.

Segundo a Forbes Money (05.02), “Nos últimos meses, os bilionários da área da saúde estão sob holofotes. Em dezembro de 2020, a Rede D’Or protagonizou o maior IPO de uma companhia nacional desde 2013, impulsionando a fortuna de Jorge Moll Filho, de 76 anos, cardiologista e fundador da empresa, de US$ 2 bilhões em abril de 2020 para US$ 13 bilhões. Como resultado da abertura de capital, Moll Filho pulou da 16ª posição do ranking de bilionários da Forbes para a terceira, fechando o top 3 com Jorge Paulo Lemann e Eduardo Saverin”.

Para a família Godoy Bueno, controladora do grupo de diagnósticos clínicos Dasa, o cenário também está positivo. Após se destacar no mercado da saúde em 2020 por conta de sua estratégia de expansão e sua atuação médica ativa na crise sanitária causada pela pandemia de Covid-19, as ações da companhia dispararam 62,5% no início deste ano, mais precisamente entre 8 e 15 de janeiro. 

O salto nos papéis rendeu algumas conquistas aos membros da família. Dulce Pugliese de Godoy Bueno, por exemplo, assumiu o posto de mulher mais rica do Brasil em janeiro de 2021, com uma fortuna agora contabilizada em US$ 6,4 bilhões.

Pedro de Godoy Bueno, CEO e herdeiro da Dasa, é mais uma personalidade que se destaca na área da saúde. Com um patrimônio líquido de US$ 3,2 bilhões, o empresário é o jovem mais rico do Brasil e está entre os dez bilionários mais jovens do mundo.

Carlos Sanchez, Dono e presidente do Grupo NC, conglomerado que tem como área de atuação principal o setor farmacêutico, dentre elas a EMS, empresa fundada por seu pai. Seu patrimônio em abril de 2020 era de US$ 1,9 bilhão, sua fortuna atual é US$ 2,7 bilhões, uma valorização de 42,1%. Maior indústria farmacêutica do Brasil, o laboratório EMS foi o primeiro a fabricar medicamentos genéricos. Ano passado a empresa cresceu mais que o dobro da indústria nacional de medicamentos. Muito disso se deve à alta demanda de medicamentos por conta da pandemia.

Fortuna dos bilionários da Hapvida saltou de US$ 4 bilhões para US$ 8,8 bilhões. Candido Pinheiro Koren de Lima tinha em abril um patrimônio de 2020: US$ 1,6 bilhão, a fortuna atua é de US$ 4,4 bilhões, uma valorização de 175%.

Em números, a média das fortunas dos 53 membros brasileiros da lista dos mais ricos do mundo saltou de US$ 2,28 bilhões para US$ 3,53 bilhões, uma valorização de 54,82% em menos de um ano. Já o recorte do patrimônio líquido dos bilionários da área da saúde mostra que o valor médio saiu de US$ 1,64 bilhão em 2020 para US$ 3,85 em 2021, crescimento de 134,76% –80% a mais que a média geral.

Depois de uma onda de fusões e aquisições sem precedentes, os 10 maiores grupos farmacêuticos dividem entre si mais de 70% do mercado mundial dos remédios. A influência das companhias farmacêuticas é tamanha que elas não conhecem “contra-poder” algum, nem mesmo do ponto de vista dos seus governos burgueses. As empresas farmacêuticas enxergam no Covid-19 uma oportunidade de negócios sem precedentes. A crise global é um imenso sucesso para a indústria em termos de vendas e lucros, quanto pior a pandemia, maior a expectativa de lucro.

O capital se aproveita de toda e qualquer situação para se reproduzir, se valorizar. Vida, morte, saúde ou doença são vistas como detalhes de um grande negócio, como fonte lucro para a classe dominante. 

Dizem os CEO´s das grandes empresas que o importante é aproveitar as oportunidades comerciais mesmo que isso signifique a morte de milhares de pessoas, particularmente dos trabalhadores e do povo pobre. É o caso da atual pandemia de Coronavírus. Enquanto milhões de pessoas não têm acesso a saúde pública e convivem com a falta de leitos (principalmente UTI) para atender os doentes, as empresas do ramo da saúde, grandes conglomerados capitalistas são indiferentes ao desespero e às milhares de mortes em todo o mundo, lucram com a crise pandêmica.

A propriedade privada desses laboratórios é obstáculo central para debelar a pandemia. Somente estatizando toda a indústria farmacêutica e tornando públicas todas as patentes de medicamentos será plenamente possível garantir o acesso aos melhores medicamentos de todas as doenças para cada necessitado. 

Na sociedade capitalista dividida em classes sociais o direito à vida se confronta com o lucro e a propriedade privada dos meios de produção. Para os grandes capitalistas, o lucro é o centro das suas preocupações. 

Para os Marxistas Revolucionários o direito à vida dos trabalhadores é o centro de nossa luta. Esse direito pleno somente poderá ser alcançado pela via da Revolução Socialista, quebrando todas essas patentes e liquidando a propriedade privada!

Somente com o fim da saúde privada, dos planos de saúde pagos e com a completa estatização de todo o setor (clínicas, laboratórios, hospitais e indústria farmacêutica) sob o controle dos organismos de poder dos trabalhadores, associada a uma nova concepção de medicina preventiva e humanizada pode atender as demandas da população explorada, contribuindo por uma vida com bem-estar físico e mental, condições impossíveis de serem alcançados pelo capitalismo doente e senil que arrasta a humanidade para a barbárie!