terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

SOB O COMANDO DE LIRA, “AUTONOMIA” DO BANCO CENTRAL SERÁ VOTADA NA CÂMARA: RENTISTAS VÃO CONTROLAR FORMALMENTE O QUE LHE “PERTENCE” DE FATO HÁ DÉCADAS... 

A Câmara dos Deputados deve votar entre estas terça (9) e quarta-feira (10) o projeto que prevê autonomia para o Banco Central. O golpe já foi aprovado pelo Senado. Segundo o relator, Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), o parecer já foi chancelado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e pelo próprio presidente do BC, Roberto Campos Neto. A medida prevê que os dirigentes da instituição tenham mandatos fixos de quatro anos e não coincidentes ao do presidente da república, com possibilidade de serem reconduzidos ao cargo por uma segunda vez. Bolsonaro, Guedes e o parlamento vendido comandado por Lira vão entregar formalmente aos abutres rentistas o controle que já lhe pertence há décadas, aprofundando ainda mais o controle da política econômica nacional pelos barões do capital.

No Brasil, o Banco Central é controlado de fato há várias décadas por tecnocratas do mercado financeiro, mas que formalmente prestam alguma obediência ao presidente da república. Um exemplo é que no primeiro governo da Frente Popular Lula indicou um subrentista do Bank of Boston para presidir a autarquia, tratou-se de Henrique Meireles. Não por coincidência, a “carteira” internacional chefiada muitos anos por Meireles no Banco of Boston foi comprada depois pelo Banco Itaú cujo executivo controlou o BC no governo Temer. Na gestão Dilma Roussef era o Bradesco quem dava as cartas. Atualmente, com Bolsonaro, quem o preside é Roberto Campos Neto, ligado ao Santander.

Seria completamente ingênuo e estúpido pensar que sob os governos do PT o BC não esteve sob as rédeas do mercado financeiro, é só o olhar a monopolização do setor e o tremendo crescimento dos lucros dos bancos na última década. Agora os rentistas querem “dobrar a aposta”, pretendem “indicar” diretamente o presidente do BC. Somente a organização e ação independente do proletariado poderá barrar a sanha aguçada do capital financeiro.

Desde essa tribuna de denúncia é preciso propagandear que somente a revolução socialista poderá garantir a expropriação da burguesia e a estatização dos meios de produção, colocando todo o sistema financeiro sob controle do proletariado, para extirpar o câncer da agiotagem que saqueia o bolso dos trabalhadores em favor dos “barões” capitalistas.

Somente a estatização dos bancos, sob o controle dos trabalhadores, com o confisco de suas “carteiras” e fundos no exterior centralizadas em um banco estatal único, sem indenização alguma, poderá garantir o crédito negativo e subsidiado para a utilização do proletariado e das pequenas e médias empresas.