GUATEMALA VOLTA AS RUAS: COM OU SEM MÁSCARAS, MASSAS POPULARES TOMAM AS RUAS DA CAPITAL EXIGINDO A DERRUBADA DO GOVERNO. SÓ A ESQUERDA “LOCKDOWN” FICOU EM CASA COM MUITO MEDO...DA LUTA...!
Depois dos massivos protestos populares do final do ano passado, as massas voltam a tomar as ruas na Guatemala exigindo a derrubada do governo burguês corrupto. Milhares de camponeses, indígenas e trabalhadores se concentraram na Praça da Constituição, em frente ao Congresso Nacional, na cidade da Guatemala, para exigir a imediata renúncia do presidente Alejandro Giammattei pelo desastre econômico que vem submetendo o país, e também pelas fortes denúncias de corrupção estatal. Convocados pelo Comitê de Desenvolvimento Camponês (Codeca), as massas marcharam desde as primeiras horas da última quinta-feira para dizer basta aos desmandos de Giammattei e exigir dos parlamentares uma iniciativa de lei para estatizar os bens privatizados pela onda neoliberal, ordenada pelos rentistas de Wall Street.
“A pior pandemia para o nosso país, não é a do coronavírus,
mas sim a corrupção e o roubo da oligarquia, deste modelo de Estado”, denunciou
a líder indígena Thelma Cabrera, à frente de uma multidão que, com suas
wiphalas, faixas e cartazes, reivindicaram ver inscrita na Constituição o
direito à plurinacionalidade. Neftaly López, outro dirigente do Codeca,
assegurou que “o governo de Giammatei não é legítimo e não responde às demandas
da população e que, portanto, está despedido!”
Além das críticas à corrupção governamental e à profunda
crise econômica, os manifestantes protestaram contra a criminalização e morte
dos líderes dos movimentos sociais, exigindo que se investigue e castigue os
responsáveis por estes e outros crimes, como os ocorridos recentemente crianças
e mulheres. Enfrentar os altos níveis de violência, recuperar os bens estatais
e serviços privatizados, unindo o combate para conquistar um governo operário e
camponês.
No final de novembro de 2020, em plena pandemia, após dois
dias de protestos com dezenas de presos e feridos, o Congresso da Guatemala
suspendeu os cortes nos recursos da saúde, educação e de combate à desnutrição
que o governo havia anunciado sob o pretexto de resposta aos estragos causados
pelos furacões. Ateando fogo em algumas instalações do Congresso, na
oportunidade os manifestantes também rechaçaram a ampliação da dieta
orçamentária que beneficiaria os parlamentares. Há poucos dias atrás, o
presidente corrupto, Alejandro Giammattei solicitou do Congresso a aplicação da
pena de morte, permitida pela Constituição e o Código Penal mas não aplicada
desde 2000, uma clara tentativa de amedrontar o movimento de massas. Porém a
resposta veio em forma da mobilização popular corajosa, sem medo do nefasto
governo ou do terror sanitário, postura política inversa à da esquerda
reformista “lockdown” que ficou acovardada em casa defendendo o isolamento
social...