BOLSONARO INTERVÉM NO SETOR ENERGÉTICO: O QUE ESTÁ POR TRÁS DO TARDIO “NACIONALISMO” NEOFASCISTA?
Um dia após anunciar a troca na direção da Petrobras, o presidente neofascista Jair Bolsonaro declarou no último sábado (20/02) que também "vai meter o dedo na energia elétrica", prometendo mudanças nesta semana. A troca de comando da Petrobras gerou um tombo de 100 bilhões de Reais na cotação de suas ações negociadas na Bolsa de Valores, somente em São Paulo. Foi a segunda maior queda diária em valor da mercado da Petrobras desde o início do plano Real.A deterioração dos ativos também atingiu outras empresas estatais. Nesta segunda, o valor de mercado do Banco do Brasil encolheu R$ 10,8 bilhões, e o da Eletrobras diminuiu em R$ 280 milhões. Uma máxima desvalorização do valor de mercado das estatais em tão pouco tempo, evidentemente só interessa a rentistas que miram a compra destas empresas no processo de privatização, já anunciado pela equipe econômica palaciana do neofascista.
Em recente conversa com apoiadores de sua turba de extrema
direita, Bolsonaro criticou a política de preços da Petrobras, afirmando que o
reajuste de 32% no preço do óleo diesel foi "covardia". "Ninguém
esperava essa covardia desse reajuste agora. Ninguém quer interferir, assim
como não interferi na Petrobras, mas estão abusando", afirmou o gerente do
Planalto. Entretanto, o real interesse de Bolsonaro no setor energético está
ligado à situação estrutural de dependência que as matrizes energéticas do país
têm da energia elétrica e fóssil. Vários setores da economia foram prejudicados
durante a pandemia, porém os mais afetados estão ligados ao setor energético.
De uma maneira ou de outra, as matrizes energéticas do
Brasil ainda são tipicamente matrizes voltadas para a energia elétrica e fóssil
,e consequentemente isso faz com que o aumento nos preços de combustível, de
óleo diesel, de energia elétrica, tudo isso seja repassado para o consumidor
final. E o consumidor proletarizado, ou mesmo desempregado neste momento está
bastante “deficitário” e com renda familiar muito reduzida.
Segundo os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel),
o sistema de bandeira tarifária teve um rombo de R$ 3,1 bilhões em 2020 por
conta da pandemia. Para cobrir o prejuízo, a conta de luz deve sofrer um
aumento neste ano. O reajuste tarifário estimado pela Aneel (Agência Nacional
de Energia Elétrica) deve ser de cerca de 13% neste ano, apesar do órgão
afirmar que o impacto desse custo adicional nas tarifas só será fechado nas
datas de reajuste de cada distribuidora de energia. Está se formando outra
“tempestade” econômica, a da conta de luz, que somada à subida dos preços de
combustíveis poderá representar uma verdadeira explosão social no país.
O neofascista Bolsonaro se meteu em uma “sinuca de bico” com
o mercado financeiro, diz que não quer e não pode intervir, como de fato é a
plataforma ultra neoliberal de seu governo, mas quando ele anuncia
demagogicamente as medidas de troca de chefia nas empresas estatais de uma
certa forma o presidente está fazendo uma “intervenção branda”, o que desagrada
profundamente seus patrões imperialistas, gerando uma avalanche de fúria por
parte da mídia corporativa. Para o movimento de massas, a tarefa agora é romper
o cordão sanitário imposto pela esquerda reformista “lockdown”, ganhando as
ruas com mobilizações multitudinárias para por abaixo o gerente de turno do capital,
como temos visto recentemente na Guatemala, Haiti, Índia, etc...