segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

BOLSONARO INTERVÉM NO SETOR ENERGÉTICO: O QUE ESTÁ POR TRÁS DO TARDIO “NACIONALISMO” NEOFASCISTA?

Um dia após anunciar a troca na direção da Petrobras, o presidente neofascista Jair Bolsonaro declarou no último sábado (20/02) que também "vai meter o dedo na energia elétrica", prometendo mudanças nesta semana. A troca de comando da Petrobras gerou um tombo de 100 bilhões de Reais na cotação de suas ações negociadas na Bolsa de Valores, somente em São Paulo. Foi a segunda maior queda diária em valor da mercado da Petrobras desde o início do plano Real.A deterioração dos ativos também atingiu outras empresas estatais. Nesta segunda, o valor de mercado do Banco do Brasil encolheu R$ 10,8 bilhões, e o da Eletrobras diminuiu em R$ 280 milhões. Uma máxima desvalorização do valor de mercado das estatais em tão pouco tempo, evidentemente só interessa a rentistas que miram a compra destas empresas no processo de privatização, já anunciado pela equipe econômica palaciana do neofascista.

Em recente conversa com apoiadores de sua turba de extrema direita, Bolsonaro criticou a política de preços da Petrobras, afirmando que o reajuste de 32% no preço do óleo diesel foi "covardia". "Ninguém esperava essa covardia desse reajuste agora. Ninguém quer interferir, assim como não interferi na Petrobras, mas estão abusando", afirmou o gerente do Planalto. Entretanto, o real interesse de Bolsonaro no setor energético está ligado à situação estrutural de dependência que as matrizes energéticas do país têm da energia elétrica e fóssil. Vários setores da economia foram prejudicados durante a pandemia, porém os mais afetados estão ligados ao setor energético.

De uma maneira ou de outra, as matrizes energéticas do Brasil ainda são tipicamente matrizes voltadas para a energia elétrica e fóssil ,e consequentemente isso faz com que o aumento nos preços de combustível, de óleo diesel, de energia elétrica, tudo isso seja repassado para o consumidor final. E o consumidor proletarizado, ou mesmo desempregado neste momento está bastante “deficitário” e com renda familiar muito reduzida.

Segundo os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o sistema de bandeira tarifária teve um rombo de R$ 3,1 bilhões em 2020 por conta da pandemia. Para cobrir o prejuízo, a conta de luz deve sofrer um aumento neste ano. O reajuste tarifário estimado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) deve ser de cerca de 13% neste ano, apesar do órgão afirmar que o impacto desse custo adicional nas tarifas só será fechado nas datas de reajuste de cada distribuidora de energia. Está se formando outra “tempestade” econômica, a da conta de luz, que somada à subida dos preços de combustíveis poderá representar uma verdadeira explosão social no país.

O neofascista Bolsonaro se meteu em uma “sinuca de bico” com o mercado financeiro, diz que não quer e não pode intervir, como de fato é a plataforma ultra neoliberal de seu governo, mas quando ele anuncia demagogicamente as medidas de troca de chefia nas empresas estatais de uma certa forma o presidente está fazendo uma “intervenção branda”, o que desagrada profundamente seus patrões imperialistas, gerando uma avalanche de fúria por parte da mídia corporativa. Para o movimento de massas, a tarefa agora é romper o cordão sanitário imposto pela esquerda reformista “lockdown”, ganhando as ruas com mobilizações multitudinárias para por abaixo o gerente de turno do capital, como temos visto recentemente na Guatemala, Haiti, Índia, etc...