segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

LUIZA TRAJANO ENCABEÇA MOVIMENTO “UNIDOS PELA VACINA”: MEGAEMPRESÁRIA É A NOVA “QUERIDINHA” DA ESQUERDA DOMESTICADA PELA BIG PHARMA... 

A mega empresária Luiza Trajano criou, ao lado de outros capitalistas “engajados pela vida”, o “Unidos Pela Vacina”. A intenção do movimento policlassista que tem o apoio declarado da esquerda domesticada servil à Big Pharma, um negócio que movimenta trilhões de dólares, é acelerar o processo de vacinação no Brasil. De repente, os grandes empresários, como a dona do “Magazine Luiza”, que explora dioturnamente os trabalhadores em suas lojas espalhadas pelo Brasil, milhares de comerciários que todos os dias enfrentam ônibus lotados, shopping centers abarrotados, não tem “direito” a qualquer “distanciamento social” e mesmo acesso a ambientes sanitários limpos (sequer possuem locais dignos para comer no escasso horário do almoço), passaram a “defender a vida, encabeçando cínicas campanhas juntos aos governos burgueses e a OMS. Qual seria o verdadeiro interesse dos donos do capital nessa pretensa empreitada civilizatória? A resposta é clara: manter a classe trabalhadora submetida ao terror sanitário, com os “salvadores da pátria” como Luiza Trajano, se apresentando como benfeitores acima da luta de classes, tese patrocinada também pela esquerda reformista que prega a conciliação e não a luta contra a burguesia, pela expropriação dessa classe parasitária para impor pela luta revolucionária a sociedade socialista onde o Estado burguês não seja um comitê de negócios dos capitalistas como nos ensinou Marx! Não por acaso, PT já “namora” com a milionária para compor sua futura chapa presidencial com Haddad em 2022.

São mais de 400 nomes ligados a grandes empresas e entidades capitalistas “da sociedade civil“ ligados ao projeto da dona do Magazine Luiza. O Unidos Pela Vacina começou a tomar forma a partir de outro grupo presidido pela empresária, o Mulheres do Brasil, que soma mais de 70 mil mulheres de diversos setores burgueses. 

Luiza reforça demagogicamente que o movimento é “apartidário” e busca viabilizar a vacina para o máximo de pessoas, trabalhando para ajudar na logística, armazenamento, resolução de problemas e até na compra de agulhas e seringas se necessário. “Não vamos sair comprando vacinas, o governo não precisa de dinheiro para comprar vacina. Se a necessidade fosse dinheiro, seria mais fácil. Mas podemos agilizar, com a influência das nossas empresas, e ajudar a vacina a chegar”, disse ela na coletiva de imprensa.

“Graças aos nossos cientistas, ao SUS, nós temos as vacinas. E, agora, nós vamos trabalhar para que nenhum entrave, de qualquer natureza, impeça que elas cheguem a qualquer ponto do país, seja nos grandes centros, no interior mais remoto, nas comunidades ou populações ribeirinhas. Vamos, juntos, cumprir essa meta de ter vacinas para todos os brasileiros até setembro deste ano”, finaliza Trajano.

O sócio da EB Capital, Duda Sirotsky Melzer, e a consultora Betania Tanure também participaram do lançamento do grupo. Além deles, nomes como Walter Schalka, CEO da Suzano, e Paulo Kakinoff, presidente da Gol, também fazem parte da força-tarefa burguesa. São os supostos “capitalistas do bem” que na verdade estão engajados no plano lançado pelo Fórum Econômico Mundial em torno do “Grande Reset” da economia capitalista mundial.

O “Grande Reset” foi a forma do capital financeiro “planejar” (com o pretexto da pandemia) a crise da economia capitalista. Revelado em maio do ano passado por Klaus Schwab do Fórum Econômico Mundial, o ‘Grande Reset’ é um plano ambicioso para criar uma sociedade global mais disciplinada, integrada ao regime e “sustentável” para os interesses da abertura de novos nichos de mercado. Luiza Trajano faz parte dessa iniciativa.

Ela declarou que “Nada vai ser como antes: diminuição de força de trabalho, equipes trabalhando em home office, delivery... com tudo isso, o cenário das empresas no país deve mudar após a covid-19”. A previsão da presidente do conselho do Magazine Luiza, no programa UOL Debate, é: “Eu espero que esse momento amadureça a gente. Não adianta você pensar só no aqui e agora e não pensar no todo no Brasil”, disse Luiza. “Quarenta por cento de limpeza em uma folha de pagamento é não querer que a gente tenha empregado também”. Para Luiza, é importante entender: as medidas atuais são importantes, mas, neste momento, são tomadas a curto e médio prazo. Ainda assim, podem servir para reflexão. “As medidas estão sendo tomadas para dois ou três meses. Agora, se essas medidas vão melhorar a produtividade, a arrecadação, é outra história. Uma coisa que tenho certeza é que nada vai ser como antes: tamanhos de escritórios não serão como antes, custos operacionais de escritórios não serão como antes, as casas não vão ser como antes. Uma casa de 30m² vai ter até um lugarzinho para as pessoas fazerem seu home (office)”, afirmou. “Não digo que vai ser tudo home (office), mas uma coisa é uma certeza: a gente tem que aproveitar esse momento para ter muita sabedoria e humildade”.

Nesse embalo, o vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá, afirmou, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, que o partido quer se “reconectar” com o setor produtivo e com o eleitor de centro. Segundo ele, para que isso possa ser feito, a empresária Luiza Trajano, da rede Magazine Luiza e do portal de compras Magalu, seria uma opção para ser candidata a vice na chapa presidencial de 2022. "Eu acho uma super chapa: Haddad/Luiza Trajano", disse Quaquá, se referindo a Fernando Haddad (PT), lançado por Lula no fim de semana passado como pré-candidato do partido à Presidência da República. Quaquá não afirmou, porém, se já houve algum convite para Luiza Trajano. "Precisamos nos reconectar com o empresariado que tem relação com o mercado interno e com o eleitor de centro, para formar maioria, ganhar e governar".

Lembremos que Lula lançou oficialmente para Haddad o “posto” de ser o nome do PT para a disputa contra o neofascista Bolsonaro no primeiro turno, abrindo desta forma um leque político bem mais palatável para a negociação com a Frente Ampla no segundo turno, muito provavelmente encabeçada pelo tucano João Dória e integrada pelo PDT, PSB, PCdoB, Cidadania e Rede, à semelhança do que ocorreu no apoio a Baleia Rossi na vergonhosa eleição da Câmara dos Deputados. O nome de Trajano como vice se encaixa como uma luva nessa estratégia "civilizatória" antenada com os planos da nova governança global capitalista.