sexta-feira, 30 de abril de 2021

1º DE MAIO DO PCO: UM ATO PRESENCIAL MAS NÃO CLASSISTA... EM DEFESA DA CANDIDATURA BURGUESA DE LULA E DA COLABORAÇÃO DE CLASSE COM O GRANDE CAPITAL

O PCO anunciou a realização de um ato presencial de 1º de Maio neste dia do trabalhador. O fato de não ser um “ato virtual” (como farão a CUT-PT e a Conlutas-PSTU) de forma alguma altera, por si só, o caráter de colaboração de classes da iniciativa de Causa Operária porque o eixo central de sua atividade na Praça da Sé é a defesa da candidatura burguesa de Lula. No momento em que o ex-presidente petista articula “presencialmente” em Brasília com os “caciques” do MDB (Renan e Sarney) e o Centrão golpista (PSD, Solidariedade, PSB) o apoio a seu nome na disputa presidencial de 2022, costurando uma ampla frente burguesa para retornar ao Palácio do Planalto com o aval do imperialismo e do patronato, Rui Costa Pimenta chama a “tomar as ruas para defender a candidatura Lula”. Neste marco, a crítica vazia do PCO ao “fique em casa” da CUT e de seus satélites é na verdade um chamado a “sair de casa” para defender aquele que personifica o programa burguês do PT e suas alianças com as raposas que representam o grande capital. O ato do PCO não é um ponto de apoio concreto para alavancar a luta direta dos trabalhadores contra o conjunto do regime político burguês, que tem em Lula um dos pilares de sua sustentação, ao contrário seu 1º de Maio é uma manifestação de “carne e osso” justamente no dia dos trabalhadores para alimentar ilusões reformistas no PT, no pacto social com a burguesia e no circo eleitoral fraudado da democracia dos ricos.

Fazer-se presente na Praça da Sé neste sábado para demonstrar “presencialmente” o apoio a Lula no dia internacional dos trabalhadores não é de forma alguma uma tarefa da esquerda revolucionária e da combativa vanguarda classista! Ao contrário, devemos denunciar essa atividade como um engodo, um embuste a serviço de sabotar a construção de uma alternativa política revolucionária que supere o PT na luta contra Bolsonaro e a direita. 

O PCO faz justamente o contrário, patrocina as ilusões contrarrevolucionárias que a candidatura burguesa de Lula é a expressão da luta por um governo dos trabalhadores da cidade e do campo, quando ficou evidente que nos dois mandatos do ex-presidente petista os grandes empresários e rentistas tiveram lucros recordes, impondo duros ataques contra os trabalhadores paralisados pelo pacto social orquestrado pelo PT e a CUT, amargando derrotas como a reforma neoliberal da previdência e as privatizações impostas no seu governo.

Por essas razões a militância da LBI, que nesta pandemia não “ficou em casa” e sim foi as portas das fábricas defender a greve de ocupação nas plantas operárias da Ford-Troller, assim como fez nas ruas a defesa de um 1º de Maio presencial e de luta, travando também a denúncia “corpo a corpo” das eleições municipais fraudadas de 2020, não se somará a atividade do PCO porque ela carece do principal elemento que justificaria nossa participação enquanto corrente política trotskista revolucionária: a defesa de um programa de independência de classe dos trabalhadores diante do pacto com a burguesia levada a cabo pelo PT e Lula! 

Não cairemos no “conto de sereia” de usar o “espantalho” neofascista Bolsonaro para apoiar eleitoralmente Lula, como defendem o PT, PCO, PCdoB, CUT, setores do PSOL além de importantes alas da burguesia nacional e mesmo do imperialismo! Essa não é uma frente para lutar e sim um acordo para trair como nos ensinou Trotsky!

Para sermos justos, o próprio PCO avisou previamente para os demais grupos “interessados” em participar de seu palanque no 1º de Maio que o ato está a serviço do apoiar a candidatura burguesa de Lula. O artigo “PCO convoca 1º de maio de luta e unidade dos trabalhadores” em que critica a paralisia da esquerda afirma publicamente: “As direções da esquerda estão todas paralisadas, mas o PCO não. Chamaremos um ato nacional, com milhares de pessoas, nossa intenção colocar em movimento a classe trabalhadora, com a defesa da candidatura de Lula”. 

Qual o sentido de ir à atividade presencial do 1º de Maio do PCO em apoio ao candidato petista, o mesmo homem que Rui Pimenta denunciou antes de se corromper completamente pelos “trocos” da Frente Popular como o “presidente dos banqueiros” e “coronel da burguesia”?

Como Marxistas Revolucionários não vemos qualquer sentido em alimentar ou patrocinar esse golpe midiático “presencial” do PCO contra a independência de classe dos trabalhadores. Nosso papel como Leninistas não é ser a pata “esquerda” da Frente Popular como deseja se apresentar o PCO e os aderentes a sua atividade, mas como nos ensinou Trotsky sermos os melhores combatentes na luta contra o reformismo e a social-democracia, convocando a ação direta para derrotar o neofascista Bolsonaro e os governos neoliberais do PT, PSDB, DEM, PCdoB... o que passa por não alimentar ilusões no circo eleitoral fraudado da democracia burguesa!

O PCO, por fim, acusa os que se negam a ir a seu 1º de Maio presencial em apoio a Lula (como é o caso da LBI e outras correntes políticas) de serem “sectários”. O revelador artigo “Lula é um pelego! E daí?”, que já pelo título demonstra o quanto o PCO é “criterioso” depois que se corrompeu ao petismo, declara: “Sequer apoiar um ato de Primeiro de Maio independente, classista e organizado por militantes revolucionários sob um pretexto extremamente secundário – o do apoio ou não à candidatura de Lula – é o cúmulo do sectarismo”. Tal declaração não passa de uma rasteira manobra distracionista para convencer falsos grupos “esquerdistas” que desejam artificialmente romper seu próprio isolamento político e social aderindo pela “porta dos fundos” a atividade Lulista do PCO.

Chega a ser hilário! O mesmo Rui Pimenta que a todo momento afirma ser a candidatura Lula o “principal elemento da conjuntura nacional até 2022” agora de véspera deseja convencer a “tolos úteis” (que legitimarão sua atividade carimbada pela colaboração de classes cujo principal chamado é a defesa da candidatura burguesa de Lula) que adotar a conduta da LBI de não ir ao seu ato de 1º de Maio na Praça da Sé seria lançar mão de um “pretexto extremamente secundário”! Não se trata do “cúmulo do sectarismo”, mas de critério de classe, estúpido! 

O PCO e seus satélites liliputianos não se orientam pela independência de classe, afinal “e daí?” se Lula é um dos candidatos preferenciais da burguesia para 2022, mas nossa corrente política seguindo as melhores tradições do Marxismo Leninismo não alimenta palanque para traidores de classe que vendem os interesses dos trabalhadores em banquetes e negociatas no Palácio do Planalto, o “cara” que Biden e o imperialismo ianque podem entronar novamente na presidência da república para gerir no Brasil os ditames da nova ordem mundial do terror sanitário imposta pela governança global do capital financeiro!