TRANSUMANISMO: A ÚLTIMA FRONTEIRA DO NEOLIBERALISMO
O neoliberalismo se propôs a missão filosófica de “libertar” o indivíduo de todos os comprometimentos coletivos ou estatais, também de toda forma de limite ou fronteira imposta socialmente. Após décadas de destruição cultural e ideológica, a última fronteira se tornou o próprio corpo humano. É aí que surge o transumanismo, o projeto científico de superação do humano através da desconstrução do corpo humano e da fusão do homem com a máquina. Seria a maior conquista da ciência do capital, porque ao contrário do que hoje é proferido pela “religião” do consórcio midiático mundial, a ciência tem sim um caráter de classe e não é única, podendo existir várias ciências de acordo com os interesses históricos, tanto de abordagens sociais antagônicas, como a que classe social corresponde cada projeto científico. Em síntese o transumanismo seria a promessa da “vida eterna”, agora não mais promovida pelas religiões, mas sim pela ciência, através de laboratórios de alta tecnologia, controlados pelos maiores magnatas financeiros do planeta.
O neoliberalismo propõe a defesa da “liberdade máxima do indivíduo”, ou seja, opõe-se à liberdade social em todas as outras esferas fora do indivíduo, e acaba defendendo uma esfera de liberdade muito limitada. No final, a liberdade individual no sistema capitalista acaba sendo praticamente e exclusivamente a liberdade de consumo no mercado, uma liberdade que em qualquer caso é condicionada à quantidade de capital que se o indivíduo tem.
Com respeito a este reducionismo “ad-individuo”, nesta nova etapa do capitalismo, tendo relativizado todos os aspectos coletivos do ser humano, seja nacionalidade, religião, gênero, e outros, alguns neoliberais hoje oferecem o transumanismo como o futuro do indivíduo. Em outras palavras, a última identidade coletiva à qual um “indivíduo” poderia se atribuir, ou seja, a qualidade de ser humano, torna-se opcional com o transumanismo. Esta proposta, apoiada por personagens como o bilionário Elon Musk, tem como objetivo a união do homem com a máquina, a união da consciência com a máquina, e promete uma “vida eterna” no ciberespaço ou em alguma outra dimensão análoga a realidade digital.
Sobre esta realidade digital, podemos até dizer que ela já
existe, com a introdução da pandemia global do coronavírus, pois há cada vez
mais casos comuns de pessoas que vivem uma vida “online”, que muitas vezes se
torna mais importante para elas do que sua vida “offline”, oferecendo-nos um
panorama francamente assustadoramente distópico da Nova Ordem Mundial do
Capital Financeiro. As grandes corporações científicas dos principais trustes
imperialistas, já estão em estágio avançado dos experimentos de fusão homem e
máquina (bioeletrônica), e não se trata de filme de ficção em Hollywood ou
nenhuma “Teoria da conspiração”. Somente a demolição radical do regime
capitalista, pela via da revolução socialista mundial, será capaz de deter a
marcha inexorável da destruição da humanidade.