segunda-feira, 12 de abril de 2021

CONLUTAS E CUT CONTRA A LUTA DIRETA PARA IMPEDIR FECHAMENTO DA LG: NADA DE OCUPAÇÃO DA FÁBRICA PARA BARRAR AS DEMISSÕES, BUROCRACIA PELEGA LIMITA-SE A CONVOCAR “ATO VIRTUAL” 

A burocracia sindical pelega da Conlutas e da CUT convocaram um “ato virtual” contra o fechamento da LG. Os sindicatos dos metalúrgicos de São José dos Campos e de Taubaté anunciaram essa farsa midiática a ser realizada nesta terça-feira (13.04). A transmissão será ao vivo, pelas redes sociais, a partir das 18h. Trata-se de uma clara medida distracionista para sabotar a luta direta, que exige a greve na LG com ocupação de fábrica. Nesta segunda, os funcionários recusaram proposta de indenização oferecida pela LG e iniciaram uma greve na fábrica de Taubaté (SP). A votação aconteceu na porta da fábrica nesta manhã e a proposta da LG para indenizar os trabalhadores que serão demitidos foi recusada. Na assembleia, os trabalhadores também aprovaram uma greve por tempo indeterminado mas a burocracia sindical pelega não encaminhou a ocupação da fábrica, buscando um acordo em torno de melhores indenizações. Diante da inércia da CUT, Conlutas, do PT e do PSTU é necessário que as organizações classistas intervenham imediatamente neste processo de “falência branca” da LG no Brasil, convocando assembleias democráticas na deflagração de uma greve de ocupação por tempo indeterminado, única via para barrar o seu fechamento e o desemprego operário. Fica claro nesse episódio que a esquerda covarde e domesticada utiliza o terror sanitário orquestrado pelo grande capital para defender a política do “fique em casa”, paralisando assim a luta de classes no Brasil, ao mesmo tempo que impõe a política de colaboração de classes com os patrões!

A LG anunciou no começo de mês que vai encerrar a produção de celulares. No Brasil, a medida vai impactar diretamente a fábrica da sul-coreana em Taubaté, no interior de São Paulo, a única da companhia no país voltada para a produção de smartphones. A unidade, que também produz monitores, tem cerca de 1 mil funcionários. Desse total, 400 estão alocados na área celulares. A empresa afirma que o fim das operações foi definida após sucessivos prejuízos na área e se impôs na pandemia para fazer a chamada "reestruturação produtiva" como parte do "Grande Reset" que a esquerda não quer ver!

A companhia havia tentado vender todo o setor, mas, sem sucesso, optou pelo encerramento das atividades. Os trabalhadores da divisão de celulares da fábrica de Taubaté aprovaram estado de greve em 26 de março. Na ocasião, eles buscavam negociação com a empresa.

Em janeiro, outra multinacional que atua no país fez anúncio que deve impactar a economia brasileira e provocar perda de empregos, também com impacto direto em Taubaté. A montadora Ford anunciou que encerra a produção de veículos em suas fábricas no Brasil em 2021. Ao todo, 5 mil empregos vão ser afetados em Taubaté no Brasil.

O futuro da LG já era especulado pela imprensa internacional desde o início do ano. Em fevereiro, uma notícia veiculada pelo jornal "The Korea Times" informava que a LG havia iniciado as negociações para a venda da produção global de celulares da marca. No entanto, no fim de março a Bloomberg publicou que após o fracasso das negociações com uma empresa alemã e outra vietnamita, a empresa sul-coreana iria fechar o setor em vez de vendê-lo.

Atualmente a LG tem 6,5% de participação no mercado de smartphones no Brasil e 1,6% no mercado global, onde já chegou a registrar 4,1% em 2014. No Brasil, ela chegou a ter 16,1% do mercado em 2013.

O “Grande Reset” da economia capitalista mundial já está em pleno andamento, e ao contrário do que afirma a esquerda reformista não é uma “invenção da cabeça dos paranóicos”, é um fato concreto também comprovado no Brasil pelo fechamento das atividades industriais da multinacional LG. A resolução de finalizar as linhas de manufaturas brasileiras segue uma reestruturação dos negócios na América do Sul, que tende a impactar setores estratégicos da classe operária em todo o continente latino-americano.

A inação do proletariado, sob a justificativa de se precaver do contágio do vírus, é a principal arma da burguesia e os patrões para ganhar esta verdadeira guerra contra a humanidade. A exigência “em defesa dos empregos na LG” para o capital cumprir pela via de um ato vitual de mentirinha, sem a ação direta das massas é absolutamente inócua e politicamente ainda mais criminosa do que o próprio Coronavírus.