NEM TOQUE DE RECOLHER, LOCKDOWN OU ISOLAMENTO SOCIAL:
MINNEAPOLIS VIVE REBELIÃO POPULAR CONTRA GOVERNOS DEMOCRATAS E SUA POLÍCIA
RACISTA!
Apesar do Isolamento Social, Lockdown e Toque de Recolher, Minneapolis teve a segunda noite de protestos massivos pela morte de Daunte Wright, o jovem negro morto por disparo de uma policial no último domingo (11/04). Já são mais de 50 manifestantes presos pela polícia do governador Democrata Tim Walz e do prefeito de Minneapolis, Jacob Frey, do mesmo partido. Os manifestantes se reuniram perto da cerca instalada ao redor da delegacia de polícia de Brooklyn Center, o subúrbio onde Daunte Wright foi morto, e exibiram cartazes com frases como “Prendam todos os assassinos racistas”, “Eu sou o próximo” e “Sem justiça não há paz”.
Wright foi baleado em uma abordagem policial a seu veículo,
na mesma cidade dos Estados Unidos onde ocorre o julgamento de outro policial,
Derek Chauvin, por ter asfixiado até a morte o negro George Floyd. Usando uma
força de repressão desmedida, a polícia Democrata usou gás lacrimogêneo em
vários momentos e ordenou a dispersão dos manifestantes. Cinquenta pessoas
foram detidas. Além do toque de recolher decretado pelos prefeitos das cidades
de Minneapolis e Saint Paul(capital do estado de Minnesota),e nos três condados
da área metropolitana, incluindo Hennepin, onde aconteceu o crime, mil soldados
da Guarda Nacional Democrata patrulham as ruas para evitar mais distúrbios.
“As injustiças que ocorreram nas últimas 24 horas não foram
apenas dolorosas, mas também calculadas e metódicas, sem remorso ou
consideração pela dor que nossa comunidade está experimentando coletivamente”,
disse Matt Branch, um dos manifestantes, ao jornal Star Tribune. “Estamos aqui
hoje em nome de Daunte e de todas as vidas perdidas nas mãos da polícia”.
Autoridades judiciais do Estado de Minnesota publicaram em um comunicado a
identidade da agente que atirou em Daunte. Kimberly Potter, policial de
Brooklyn Center há 26 anos, foi suspensa. No vídeo do incidente, registrado
pela câmera da policial, os agentes retiram o jovem do veículo e tentam
algemá-lo. Mas ele resiste e volta a entrar no carro. É possível ouvir a policial
gritar “Taser, Taser”. Mas o que se ouve é um tiro.
“Que merda, eu atirei nele”, afirmou a oficial, enquanto
Wright, mortalmente ferido, avançou com o carro, que bateu algumas ruas
adiante. A polícia insiste em que foi um acidente.Por causa da comoção social
as partidas da NBA, MLB e NHL previstas para segunda-feira na região foram
suspensas.
Após o aumento dos protestos, a defesa do ex-agente acusado
pela morte de Floyd, Derek Chauvin, pediu ao juiz que conduz o processo que
isolasse o júri, preocupado que as manifestações pudessem influenciar sua
decisão. Mas tanto a promotoria quanto o juiz se recusaram a atender ao pedido
de isolamento dos integrantes do júri.Chauvin responde a acusações de homicídio
culposo e doloso em segundo grau por seu papel na morte de Floyd, após
imobilizá-lo colocando o joelho sob seu pescoço quando ele havia sido preso por
supostamente ter feito um pagamento com uma nota falsa.
Na segunda-feira, a acusação interrogou o cardiologista Jonathan Rich, que “descalçou” a linha de defesa de Chauvin, cujo advogado alega que George Floyd morreu por overdose de fentanil somado a fatores de saúde. Rich afirmou que a morte ocorreu devido aos baixos níveis de oxigênio induzidos pela “asfixia posicional” a que foi submetido. “Não vejo nenhuma evidência de que uma overdose de fentanil tenha causado a morte de Floyd”, ressaltou. Um dos irmãos da vítima, Philonise Floyd, apresentou a um quadro da personalidade de George Floyd, ao recordar com emoção histórias de sua infância.