quinta-feira, 1 de abril de 2021

LANÇADA CAMPANHA INTERNACIONAL PELA REPARAÇÃO E JUSTIÇA AO HAITI: GOVERNO LULA LIDEROU A OCUPAÇÃO DA ONU QUE ARRASOU O PAÍS

Movimentos sociais de toda a América Latina lançaram nesta última terça-feira (30/03) uma campanha internacional em que reivindicam “Justiça e Reparações” da Missão das Nações Unidas para a “Estabilização do Haiti (Minustah)”, uma verdadeira invasão imperialista liderada pelo então governo do presidente Lula(PT, PCdoB e partidos burgueses). Em carta enviada aos secretários-gerais da ONU e da OEA, António Guterres e Luis Almagro, aos governos dos seus países membros, ao povo do Haiti e suas organizações, as entidades alertam que o país “atravesse uma crise muito profunda”.

Segundo os movimentos sociais, os 13 anos de ocupação militar pelas tropas da ONU através da MINUSTAH, “assim como as operações de prolongamento de uma situação de tutela” tem agravado a crise social haitiana, “apoiando os setores retrógrados, antidemocráticos e mafiosos”. Além disso, esclarecem, as tropas da ONU, comandadas por generais brasileiros enviados pelos sucessivos governos do PT, “cometeram graves crimes contra a população haitiana e seus direitos fundamentais (como a introdução do cólera) que merecem processos exemplares de justiça e reparação”.

“O povo do Haiti pagou caro a intervenção da Minustah: 30 mil mortos pela cólera levada pelos soldados, milhares de mulheres estupradas, que agora têm filhos órfãos de pais vivos, os soldados que regressaram aos seus países. Nada mudou positivamente em 13 anos, mais desigualdade social, mais pobreza, mais dificuldades para o povo e ausência de democracia”, acrescentam as entidades e movimentos. E ressaltam que “as condições de vida dos setores populares se agravaram de maneira dramática como consequência de mais de 30 anos de políticas neoliberais impostas pelas instituições financeiras internacionais”.

“Somente o povo haitiano pode decidir sobre seu futuro, e nessa caminhada conta com nossa solidariedade e disposição”, enfatiza o Manifesto. Assinam a carta “Por um Haiti livre e soberano” a Federação Democrática Internacional de Mulheres (FDIM), a Via Camponesa, as Mães da Praça de Maio da Argentina, entre dezenas de outras entidades de todo o continente latino-americano.