quinta-feira, 8 de abril de 2021

FOME E MISÉRIA NO “PICO” ENQUANTO BILIONÁRIOS DOBRAM SEUS PATRIMÔNIOS NO BRASIL: A PADEMIA À SERVIÇO DA BARBÁRIE CAPITALISTA E DO “GRANDE RESET”

A revista Forbes divulgou nesta terça-feira (6) o ranking dos Bilionários do Mundo de 2021. A lista, divulgada em meio à crise generalizada provocada pela pandemia de Covid-19, traz mais nomes do que a do ano anterior, tanto no mundo quanto no Brasil. No mundo, o salto foi de 660 novos bilionários, com 2.755 compondo a lista. Esse pequeno grupo concentra 13,1 trilhões de dólares (R$ 73,46 trilhões, aproximadamente) da riqueza global. Isso é quase dez vezes o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. O mais assustador é que houve um crescimento de 5 trilhões de dólares no montante acumulado pelos super ricos durante a pandemia.Para os Marxistas Leninistas a questão do agravamento da crise econômica capitalista e o surgimento da pandemia sempre estiveram intimamente ligadas, para muito além de uma mera coincidência. O aumento das fortunas com a origem do coronavírus não é aleatório, muito pelo contrário.

No Brasil, o número de bilionários saltou 44% – de 45, em 2020, para 65, em 2021. Juntos, eles detêm 219,1 bilhões de dólares, aproximadamente R$ 1,2 trilhão – quase o PIB do país. No período pandêmico, essa riqueza quase dobrou; eram 127,1 bilhões de dólares no ano passado. A subida foi de 71%. Esse aumento de acúmulo de riqueza contrasta com ao avanço da fome em um país que se recusa a implementar um auxílio emergencial pujante. O estudo Insegurança Alimentar e Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede Penssan), mostra que a segurança alimentar brasileira caiu para apenas 44,8% em 2020 – era de 77,1% em 2013. A insegurança alimentar (leve, moderada ou grave) chega a 55%.

A pandemia ajudou a agravar o quadro, mas os rumos econômicos do país – principalmente desde o golpe de 2016 – ajudaram o Brasil a seguir esse rumo de aumento da fome enquanto os bilionários ficam mais ricos. O topo do ranking brasileiro é ocupado por Jorge Paulo Lemann e família, com 16,9 bilhões de dólares. No mundo, segue Jeff Bezos, com seus 177 bilhões de dólares.

Os bilionários, os chamados barões do grande capital, ficaram ainda mais ricos durante a pandemia de Coronavírus. Os capitalistas ligados ao rentismo do cassino financeiro, aos grandes laboratórios farmacêuticos, ao setor armamentista e de novas tecnologias de comércio-informação foram os mais beneficiados no período. Ao mesmo tempo, o surto fabricado de covid-19 acentua drasticamente as desigualdades sociais e aumenta a pobreza no mundo capitalista, seja nas metrópoles ou nas semicolônias.

O que explica uma performance tão robusta dos barões do grande capital? Valorização das ações na bolsa durante a pandemia. No início de setembro pesquisa realizada pela britânica Oxfam, já havia mostrado que, ao mesmo tempo em que a economia mundial levava um tombo sem precedentes, algumas das empresas mais valiosas do mundo registravam lucros extraordinários. As 32 maiores multinacionais devem somar US$ 109 bilhões de dólares a mais do que o lucro médio que tiveram nos últimos quatro anos.

No seu livro Imperialismo, Lenin anos ensinou que toda crise sob o capitalismo, seja econômica ou política, torna-se uma ocasião para a centralização do capital. É justamente o caso da “crise sanitária” em curso. Por essa razão, alertamos mais uma vez que destes carniceiros e do Clube de Bilderberg ávidos pelo lucro, que hoje se concentram as pesquisas mais avançadas para a descoberta da vacina (um unguento milagroso graças a bondade destes "santos homens" milionários), só podemos esperar mais miséria, guerras e doenças. E ainda existem os parvos da esquerda revisionista que afirmam que o Coronavírus é um “acidente natural”...

Como se observa, as metrópoles imperialistas e suas empresas, tendo a frente os EUA e a União Europeia, através de seus governos e das grandes corporações impõe a divisão internacional do trabalho, reservando ao Brasil o papel de semicolônia, exportadora de commodities agrominerais, ao mesmo tempo em que desovam seus produtos manufaturados no país, via nosso enorme mercado consumidor. 

Este controle impossibilita qualquer traço de soberania nacional e independência política, já que a burguesia nativa é sócia menor do imperialismo.

Frente a esta realidade mantida no marco da nova ordem mundial pandêmica é preciso romper o verdadeiro “pacto colonial” que atrasa o desenvolvimento nacional, com os trabalhadores sendo vanguarda deste processo defendendo a expropriação das grandes empresas transnacionais sob o controle operário, o fim da remessa dos lucros para as matrizes centrais e o não pagamento da dívida interna e externa!