HÁ 46 ANOS DA MAIOR DERROTA DO IMPERIALISMO IANQUE EM TODA SUA HISTÓRIA: VIETNÃ GUERREOU COM O VIGOR DA CLASSE OPERÁRIA PARA VENCER O MONSTRO DO CAPITAL FINANCEIRO INTERNACIONAL
Há exatos 46 anos atrás chegava ao fim uma das principais
guerras imperialistas do século passado. Em 30 de abril de 1975, os vietnamitas
colocaram um ponto final na guerra de ocupação contra seu país e impunham ao
imperialismo ianque sua maior derrota histórica, um fato marcante da luta de
classes mundial que determinou uma sequência de humilhações aos EUA em toda a
década de 70. Na Guerra do Vietnã, a maior potência bélica do mundo gastou mais
de 200 bilhões de dólares e chegou a enviar 550 mil soldados para a nação
“rebelde” asiática. Com a reputação arranhada, os norte-americanos foram
derrotados e saíram às pressas e humilhados de Saigon.
Com boa parte da opinião pública internacional contrária ao
conflito da agressão imperialista e com grande parte dos norte-americanos
considerando a morte de seus militares compatriotas totalmente sem sentido, o
então presidente do país, Richard Nixon, foi obrigado a bater em retirada e
seus planos reacionários de combate ao comunismo na região foram derrotados. A
agressão, que foi o método utilizado para viabilizar estes planos, provocou a
morte de mais de 1 milhão de vietnamitas e de 60 mil norte-americanos.
Com a vitória, o Vietnã encerrou um longo período de
ingerência belicista em seu território. Embora os combates tenham se iniciado
por volta de 1957, os vietnamitas já vinham sofrendo, há décadas, com os
desmandos de potências ocidentais. Em 1883 a região, na época conhecida como
Indochina (atual território de Vietnã, Laos e Camboja), caiu sob domínio do
colonialismo francês.
Esta exploração colonial europeia foi interrompida durante a
Segunda Guerra Mundial, quando, entre 1941 e 1945, o Japão assumiu o papel de
subjugar a população local em prol de interesses próprios. O fim do conflito em
escala global deu a falsa impressão aos franceses de que poderiam seguir com
seu domínio. Esse engano deu origem à Guerra da Indochina, embrião da Guerra do
Vietnã.
Em 1954, influenciados pela busca por soberania e liberdade,
os vietnamitas conseguiram se livrar da França, mas tiveram seu país dividido
na Conferência de Genebra. O Norte seria liderado pelo grande líder
revolucionário Ho Chi Minh e o Sul ficaria sob a influência capitalista dos
EUA, mais um dos muitos efeitos da “Guerra Fria”, nominata da ofensiva dos EUA
sobre a URSS por quase um século.
A proposta inicial previa que dois anos depois, em 1956,
eleições fossem realizadas e a nação fosse reunificada. No entanto,
influenciado pelos norte-americanos, o governo da região Sul descumpriu o
acordo, dando origem a uma série de combates na fronteira.
A ideia do governo dos EUA, em especial de Robert McNamara,
secretário de Defesa durante os governos de John Kennedy (1961 – 1963) e Lyndon
Johnson (1963 – 1969), era de que se os comunistas vencessem as eleições no
Vietnã, logo o comunismo tomaria forma em toda a Ásia, o que era inadmissível
na estratégia de dominação mundial norte-americana e justificava, para os
ianques uma guerra de grandes proporções.
No início da década de 1960, percebendo que apenas dinheiro
e armamento não seriam suficientes para que a região Sul vencesse os conflitos
internos, os EUA intensificaram o envio de soldados e de bombardeios, passando
a utilizar até armas químicas contra o Norte, cujo efeito devastador é sentido
até hoje no Vietnã.
Nada disso foi suficiente. Os vietcongues, como ficaram
conhecidos os combatentes vietnamitas, conseguiram libertar o país, mesmo com
menor poderio bélico, utilizando técnicas de guerrilha. Depois de encurralar as
forças norte-americanas e seus aliados do Vietnã do Sul, organizaram uma grande
ofensiva, os vietcongues marcharam até Saigon e rebatizaram a cidade para Ho
Chi Minh. Um ano depois, a nação foi enfim reunificada, transformando-se em um
Estado Operário, que sobreviveu burocraticamente até hoje.