sexta-feira, 30 de abril de 2021

HÁ 46 ANOS DA MAIOR DERROTA DO IMPERIALISMO IANQUE EM TODA SUA HISTÓRIA: VIETNÃ GUERREOU COM O VIGOR DA CLASSE OPERÁRIA PARA VENCER O MONSTRO DO CAPITAL FINANCEIRO INTERNACIONAL   

Há exatos 46 anos atrás chegava ao fim uma das principais guerras imperialistas do século passado. Em 30 de abril de 1975, os vietnamitas colocaram um ponto final na guerra de ocupação contra seu país e impunham ao imperialismo ianque sua maior derrota histórica, um fato marcante da luta de classes mundial que determinou uma sequência de humilhações aos EUA em toda a década de 70. Na Guerra do Vietnã, a maior potência bélica do mundo gastou mais de 200 bilhões de dólares e chegou a enviar 550 mil soldados para a nação “rebelde” asiática. Com a reputação arranhada, os norte-americanos foram derrotados e saíram às pressas e humilhados de Saigon.

Com boa parte da opinião pública internacional contrária ao conflito da agressão imperialista e com grande parte dos norte-americanos considerando a morte de seus militares compatriotas totalmente sem sentido, o então presidente do país, Richard Nixon, foi obrigado a bater em retirada e seus planos reacionários de combate ao comunismo na região foram derrotados. A agressão, que foi o método utilizado para viabilizar estes planos, provocou a morte de mais de 1 milhão de vietnamitas e de 60 mil norte-americanos.

Com a vitória, o Vietnã encerrou um longo período de ingerência belicista em seu território. Embora os combates tenham se iniciado por volta de 1957, os vietnamitas já vinham sofrendo, há décadas, com os desmandos de potências ocidentais. Em 1883 a região, na época conhecida como Indochina (atual território de Vietnã, Laos e Camboja), caiu sob domínio do colonialismo francês.

Esta exploração colonial europeia foi interrompida durante a Segunda Guerra Mundial, quando, entre 1941 e 1945, o Japão assumiu o papel de subjugar a população local em prol de interesses próprios. O fim do conflito em escala global deu a falsa impressão aos franceses de que poderiam seguir com seu domínio. Esse engano deu origem à Guerra da Indochina, embrião da Guerra do Vietnã.

Em 1954, influenciados pela busca por soberania e liberdade, os vietnamitas conseguiram se livrar da França, mas tiveram seu país dividido na Conferência de Genebra. O Norte seria liderado pelo grande líder revolucionário Ho Chi Minh e o Sul ficaria sob a influência capitalista dos EUA, mais um dos muitos efeitos da “Guerra Fria”, nominata da ofensiva dos EUA sobre a URSS por quase um século.

A proposta inicial previa que dois anos depois, em 1956, eleições fossem realizadas e a nação fosse reunificada. No entanto, influenciado pelos norte-americanos, o governo da região Sul descumpriu o acordo, dando origem a uma série de combates na fronteira.

A ideia do governo dos EUA, em especial de Robert McNamara, secretário de Defesa durante os governos de John Kennedy (1961 – 1963) e Lyndon Johnson (1963 – 1969), era de que se os comunistas vencessem as eleições no Vietnã, logo o comunismo tomaria forma em toda a Ásia, o que era inadmissível na estratégia de dominação mundial norte-americana e justificava, para os ianques uma guerra de grandes proporções.

No início da década de 1960, percebendo que apenas dinheiro e armamento não seriam suficientes para que a região Sul vencesse os conflitos internos, os EUA intensificaram o envio de soldados e de bombardeios, passando a utilizar até armas químicas contra o Norte, cujo efeito devastador é sentido até hoje no Vietnã.

Nada disso foi suficiente. Os vietcongues, como ficaram conhecidos os combatentes vietnamitas, conseguiram libertar o país, mesmo com menor poderio bélico, utilizando técnicas de guerrilha. Depois de encurralar as forças norte-americanas e seus aliados do Vietnã do Sul, organizaram uma grande ofensiva, os vietcongues marcharam até Saigon e rebatizaram a cidade para Ho Chi Minh. Um ano depois, a nação foi enfim reunificada, transformando-se em um Estado Operário, que sobreviveu burocraticamente até hoje.