domingo, 11 de abril de 2021

CERCO IMPERIALISTA CONTRA A CHINA: EUA TRANSFORMOU TAIWAN EM SEU PROTETORADO

O novo gerente Democrata, Joe Biden, parece estar a caminho de transformar a "ilha asiática" em uma espécie de protetorado de fato dos Estados Unidos. Muitos taiwaneses saudaram tristemente a derrota de Donald Trump nas eleições, enganados pela esquerda reformista de que “tudo iria mudar”, parece mesmo que está “mudando” para pior.

O Ministério de Relações Exteriores do governo chinês, pediu que os Estados Unidos se abstenham da prática errada e perigosa de interferir nas questões do país asiático e não incentivem os “separatistas de Taiwan”, depois que o Departamento de Estado norte-americano fez nova provocação na quarta-feira alegando suposta “coerção” da China no Estreito de Taiwan.

Ninguém como Trump esteve tão envolvido nas últimas décadas no apoio a Taipei em sua disputa com Pequim. Mas, vejam só, Joe Biden parece estar a caminho de “dobrar a aposta” trumpista. A Primeira Orientação Estratégica de Segurança Nacional Provisória da nova gerência Democrata afirma claramente que os Estados Unidos apóiam Taiwan como "uma democracia avançada e um parceiro econômico e de segurança fundamental".

Por um lado, desde o último dia 20 de janeiro, os navios de guerra dos EUA continuam a transitar pelo Estreito. A isso se acrescenta a assinatura de um acordo de patrulhamento marítimo entre Taiwan e os Estados Unidos, questão altamente sensível, conforme reconheceu o vice-ministro da Defesa de Taiwan, Chang Che-ping.  Provavelmente não será o último. A liderança segue no sentido de amarrar um pouco mais os laços de defesa, embora por enquanto os EUA não ofereçam garantias férreas, mas apenas um compromisso de ajudar na capacidade de autodefesa.

Na ordem diplomática, os gestos abundaram. É impressionante, por exemplo, a presença do Embaixador dos Estados Unidos em Palau, John Hennessey-Niland, na delegação do Presidente de Palau em visita a Taipei.  Ele é o primeiro embaixador dos EUA a visitar a ilha em mais de 40 anos. 

Sem a fanfarra de seu antecessor, o Secretário de Estado Blinken reiterou seu apoio à participação de Taiwan em organizações internacionais.  Quando o governo da Guiana anunciou o cancelamento do acordo para estabelecer um Escritório de Taiwan em seu território, Washington reagiu esclarecendo que seu apoio a Taipei é "sólido como uma rocha" e encorajou Guiana e Taiwan a continuarem firmando sua parceria bilateral. Por outro lado, diante da crise com o Paraguai pelo fornecimento de vacinas, em meio a indícios de uma reaproximação com Pequim, Blinken conversou com o presidente Mario Abdo Benítez e pediu a Assunção que continue cooperando com Taiwan.

Enquanto a campanha de proteção no campo da segurança e da diplomacia ganha consistência com intensidade peculiar, aumentam as vozes nos Estados Unidos a favor da normalização plena dos laços, incluindo não só a assinatura de um TLC bilateral, mas até o reconhecimento diplomático.Essa dinâmica reforça a polarização e o confronto, que são do interesse de Taiwan e do imperialismo ianque, mas de pouco benefício para o proletariado chinês , na concretização da desejada reunificação nacional, sob bases socialistas, que não são as atuais da China e tampouco do capitalismo ocidental.