GREVE HISTÓRICA NO CORAÇÃO DO IMPERIALISMO: SE ESTENDE A
OCEANIA E EUROPA AS CARAVANAS DA MANIFESTAÇÃO DOS CAMINHONEIROS CANADENSES
CONTRA A VACINAÇÃO OBRIGATÓRIA
Pela primeira vez, o exército canadense ameaçou reprimir com tanques de guerra os caminhoneiros que se opõem às restrições sanitárias, passaporte covid, uma das lutas históricas mais importantes que vem acontecendo desde o final de janeiro, bem no coração do “monstro” imperialista.
O protesto dos caminhoneiros no Canadá se espalhou para a
Nova Zelândia, onde os veículos bloqueiam o acesso ao Parlamento em Wellington
há três dias. Esta manhã (09/02) houve confrontos entre manifestantes e
policiais e mais de 120 trabalhadores
foram presos.
A greve também se espalhou para a Europa, onde está sendo
preparada uma marcha a Paris que já foi proibida pela polícia. As caravanas
devem chegar à capital francesa na noite de sexta-feira (11/02) e os
caminhoneiros estão pedindo uma "convergência europeia" em Bruxelas
na segunda-feira da próxima semana.
A polícia canadense prendeu 23 manifestantes desde o início
do movimento. Na terça-feira, o reacionário governo Trudeau alertou "que
quem bloquear as ruas ou ajudar outros a bloqueá-las pode ser perseguido"
e "está sujeito a ser preso". O verdugo imperialista também ameaça
apreender veículos. "Manifestações ilegais são inaceitáveis" e têm
"um impacto negativo em nossos negócios, em nossos fabricantes", declarou
o Primeiro-Ministro Justin Trudeau aos parlamentares.
Na Europa, algumas caravanas deixaram a cidade francesa de
Nice (sudeste), Bayonne (sudoeste) e Perpignan (sul) na quarta-feira. "Um
dispositivo específico será instalado (...) para evitar bloqueios nas estradas
e para acusar e prender aqueles que violarem a proibição", alertou a
polícia de Paris, que disse ter dado "instruções firmes” para reprimir o
movimento.
Na Nova Zelândia, a polícia interveio para dispersar a
manifestação e, em particular, para desmantelar o acampamento improvisado
montado perto do Parlamento. Centenas de autocaravanas e caminhões bloquearam o
acesso ao Parlamento, a maioria partiu
em 24 horas, mas um grupo central ficou, determinado a ficar "o tempo que
for preciso". O governo fascista, que implantou até campos de concentração
para não vacinados, fechou o Parlamento e seus acessos, algo inusitado, para
evitar que os manifestantes recebam reforços.
No Canadá, nas ruas de Ottawa o clima dos manifestantes
continua sendo de protesto e celebração. "Não vamos a lugar nenhum",
afirmou John Deelstra, que está lá desde o primeiro dia da mobilização, ao
volante de seu caminhão, envolto em faixas.Pouco depois, Lloyd Brubacher,
motorista de caminhão em Ontário, disse que "lutaria até o fim, não
importa o resultado". “Pelo menos eu sei que estou fazendo minha parte,
isso é tudo que posso fazer... não importa quanto tempo leve”.
Cerca de 400 caminhões pesados permanecem estacionados no
Parliament Hill e logo abaixo do escritório político de Trudeau, sem intenção
de sair. Mas além das ruas da capital, os caminhoneiros querem paralisar
algumas rotas comerciais essenciais.Na segunda-feira, o bloqueio da Ponte
Ambassador, na fronteira com os Estados Unidos, foi o passo decisivo que
desencadeou a ira da burguesia.
A ponte suspensa, que liga Ontário a Detroit, nos Estados
Unidos, é crucial para a indústria automobilística. “O bloqueio coloca as
cadeias de suprimentos, a indústria automobilística, em risco porque esta ponte
é um canal importante”, declarou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki. Quase 2,5 milhões de caminhões usam a
Ambassador Bridge a cada ano. Mais de um
quarto das mercadorias exportadas entre os Estados Unidos e o Canadá passam por
ela.
Os manifestantes estão "infringindo a lei",
condenou o ministro canadense da Segurança Pública, Marco Mendicino, dizendo
estar preparado para enviar reforços à fronteira em resposta a um pedido de
ajuda do prefeito de Windsor, cidade canadense que faz fronteira com Detroit. O
movimento operário internacional tem a obrigação política de cobrir com toda a
solidariedade de classe, este movimento grevista dos caminhoneiros, que já é um
marco na história do proletariado de um país imperialista.