quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

GREVE HISTÓRICA NO CORAÇÃO DO IMPERIALISMO: SE ESTENDE A OCEANIA E EUROPA AS CARAVANAS DA MANIFESTAÇÃO DOS CAMINHONEIROS CANADENSES CONTRA A VACINAÇÃO OBRIGATÓRIA 

Pela primeira vez, o exército canadense ameaçou reprimir com tanques de guerra os caminhoneiros que se opõem às restrições sanitárias, passaporte covid, uma das lutas históricas mais importantes que vem acontecendo desde o final de janeiro, bem no coração do “monstro” imperialista.

O protesto dos caminhoneiros no Canadá se espalhou para a Nova Zelândia, onde os veículos bloqueiam o acesso ao Parlamento em Wellington há três dias. Esta manhã (09/02) houve confrontos entre manifestantes e policiais e mais de 120  trabalhadores foram presos.

A greve também se espalhou para a Europa, onde está sendo preparada uma marcha a Paris que já foi proibida pela polícia. As caravanas devem chegar à capital francesa na noite de sexta-feira (11/02) e os caminhoneiros estão pedindo uma "convergência europeia" em Bruxelas na segunda-feira da próxima semana.

A polícia canadense prendeu 23 manifestantes desde o início do movimento. Na terça-feira, o reacionário governo Trudeau alertou "que quem bloquear as ruas ou ajudar outros a bloqueá-las pode ser perseguido" e "está sujeito a ser preso". O verdugo imperialista também ameaça apreender veículos. "Manifestações ilegais são inaceitáveis" e têm "um impacto negativo em nossos negócios, em nossos fabricantes", declarou o Primeiro-Ministro Justin Trudeau aos parlamentares.

Na Europa, algumas caravanas deixaram a cidade francesa de Nice (sudeste), Bayonne (sudoeste) e Perpignan (sul) na quarta-feira. "Um dispositivo específico será instalado (...) para evitar bloqueios nas estradas e para acusar e prender aqueles que violarem a proibição", alertou a polícia de Paris, que disse ter dado "instruções firmes” para reprimir o movimento.

Na Nova Zelândia, a polícia interveio para dispersar a manifestação e, em particular, para desmantelar o acampamento improvisado montado perto do Parlamento. Centenas de autocaravanas e caminhões bloquearam o acesso ao Parlamento,  a maioria partiu em 24 horas, mas um grupo central ficou, determinado a ficar "o tempo que for preciso". O governo fascista, que implantou até campos de concentração para não vacinados, fechou o Parlamento e seus acessos, algo inusitado, para evitar que os manifestantes recebam reforços.

No Canadá, nas ruas de Ottawa o clima dos manifestantes continua sendo de protesto e celebração. "Não vamos a lugar nenhum", afirmou John Deelstra, que está lá desde o primeiro dia da mobilização, ao volante de seu caminhão, envolto em faixas.Pouco depois, Lloyd Brubacher, motorista de caminhão em Ontário, disse que "lutaria até o fim, não importa o resultado". “Pelo menos eu sei que estou fazendo minha parte, isso é tudo que posso fazer... não importa quanto tempo leve”.

Cerca de 400 caminhões pesados ​​permanecem estacionados no Parliament Hill e logo abaixo do escritório político de Trudeau, sem intenção de sair. Mas além das ruas da capital, os caminhoneiros querem paralisar algumas rotas comerciais essenciais.Na segunda-feira, o bloqueio da Ponte Ambassador, na fronteira com os Estados Unidos, foi o passo decisivo que desencadeou a ira da burguesia.

A ponte suspensa, que liga Ontário a Detroit, nos Estados Unidos, é crucial para a indústria automobilística. “O bloqueio coloca as cadeias de suprimentos, a indústria automobilística, em risco porque esta ponte é um canal importante”, declarou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki.  Quase 2,5 milhões de caminhões usam a Ambassador Bridge a cada ano.  Mais de um quarto das mercadorias exportadas entre os Estados Unidos e o Canadá passam por ela.

Os manifestantes estão "infringindo a lei", condenou o ministro canadense da Segurança Pública, Marco Mendicino, dizendo estar preparado para enviar reforços à fronteira em resposta a um pedido de ajuda do prefeito de Windsor, cidade canadense que faz fronteira com Detroit. O movimento operário internacional tem a obrigação política de cobrir com toda a solidariedade de classe, este movimento grevista dos caminhoneiros, que já é um marco na história do proletariado de um país imperialista.