segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

60 ANOS DO BLOQUEIO IMPERIALISTA A CUBA: DEMOCRATA BINDE REFORÇA PRESSÃO PELA RESTAURAÇÃO CAPITALISTA QUE AVANÇA COM A CUMPLICIDADE DA BUROCRACIA CASTRISTA!

Nesse 07 de fevereiro completam-se 60 anos do bloqueio econômico do imperialismo ianque a Cuba, que já provocou um prejuízo superior a US$ 1,5 trilhão segundo o governo da Ilha Operária. Por ordem do então presidente “democrata” Kennedy, a Casa Branca suspendeu em fevereiro de 1962 as relações comerciais com o Estado operário cubano, além de proibir linhas de crédito e vários outros tipos de intercâmbios. A medida era uma retaliação às nacionalizações de empresas norte-americanas e às crescentes relações com a URSS. Essa política tem sido levada a cabo até hoje, foi renovada por Biden, pondo assim um fim às ilusões da burocracia castrista que acreditou inicialmente que este alteraria as relações políticas entre Cuba e os EUA.

Hoje, o bloqueio é usado como fonte de forte pressão para impor dificuldades econômicas ao povo cubano e, ao mesmo tempo, serve de chantagem para o incremento da abertura gradual capitalista por parte da atual direção stalinista do PCC opositora frontal do programa trotskista da revolução permanente em escala mundial. A melhor forma dos Marxistas Revolucionários responderem as investidas do imperialismo ianque que se incrementaram com a ascensão de Trump a Casa Branca, é chamando a classe operária em nível mundial a derrotar o imperialismo e não apoiando a política de “coexistência pacífica” com a Casa Branca e a Igreja Católica. Orgulhamo-nos de em meio à ofensiva mundial do imperialismo contra Cuba e outros regimes políticos que são alvo da sanha guerreirista da Casa Branca, como a Coreia do Norte, Síria, Venezuela e o Irã, estarmos na linha de frente do combate internacionalista para derrotar as grandes potências capitalistas, inclusive em unidade de ação com o PC cubano diante dos ataques do pior inimigo dos povos, o imperialismo. Desde a trincheira de luta da defesa do Estado operário cubano e das nações oprimidas, fazemos o combate programático e político pela construção nestes países de uma autêntica direção revolucionária para o proletariado pela via da revolução política no Estado operário deformado cubano.

Com a liquidação contrarrevolucionária da URSS no início dos anos 90, os efeitos do bloqueio econômico ianque se fizeram sentir ainda mais ferozmente. A derrubada do Muro de Berlim e a liquidação da URSS no final da década de 80, saudada como um “avanço ao socialismo” por grupos revisionistas como a LIT/PSTU, UIT/CST, MRT/PTS e afins, forçou a direção castrista a adotar uma série de medidas de mercado para incrementar a atividade econômica na Ilha, completamente sufocada e esgotada pela ausência de relações comerciais com países capitalistas. Até então a ilha mantinha 85% de seu intercâmbio econômico e comercial com a URSS. Com o fim do Estado operário Soviético Cuba deixa de receber abruptamente 14 milhões de toneladas de combustível ao ano a preço abaixo do mercado mundial, quando a produção nacional chegava a no máximo 500 mil toneladas anuais. O desaparecimento das condições vantajosas do comércio de Cuba com o Leste europeu e, fundamentalmente, com a URSS fez caírem as exportações cubanas em mais de 70% em apenas três anos, entre 1989 e 1993. Como produto dessa situação 1/3 do PIB caiu, dividido na redução de 50% da produção da agricultura, 30% da indústria e 70% da construção civil. Em resposta à Lei de Torricelli e a Lei Helms-Burton que reforçaram o bloqueio econômico, o governo cubano aprovou a Lei de Inversões Estrangeiras, em 1995, que flexibilizou o monopólio do comércio exterior, permite investimentos do capital estrangeiro em ramos centrais da economia, autoriza a remessa integral dos lucros e dissolveu a Junta Central de Planificação, órgão responsável pela planificação da economia no Estado operário.

Inicialmente Fidel Castro, no comando do aparelho stalinista do PCC, escondeu a nocividade destas medidas e buscou identificá-las com a NEP de Lenin, quando na verdade sua política não estava baseada na expansão da revolução mundial, como podemos ver claramente nas relações que Cuba estabeleceu com o chavismo, apoiando o “presidente bolivariano” em sua política nacionalista-burguesa de não-ruptura radical com o modo de produção capitalista, ou como fez anteriormente com a Nicarágua de Daniel Ortega. 

Hoje esta orientação está clara nas resoluções dos Congressos do PCC, condensadas nas palavras de Ricardo Alarcón, presidente da Assembleia Nacional do Poder Popular: “O socialismo não é a propriedade pública de todos os meios de produção. A luta política e nosso próprio voluntarismo conduziram a exageros no passado, que precisam ser retificados. Não podemos mais compreender o empreendedorismo privado, sob controle do Estado, apenas como uma concessão temporária. Essa atividade deve ter seu lugar em nosso modelo socialista. Para essa tarefa, precisamos entender qual o socialismo possível, capaz de trazer desenvolvimento e prosperidade para as novas gerações. Não temos medo de criticar nossos próprios erros, pois não há outra forma de construir um projeto histórico de nação.” (Opera Mundi, 08/02/12). Ao contrário dessa apologia a abertura feita pela direção stalinista, que ataca direitos históricos dos trabalhadores, os genuínos trotskistas não escondem por um só momento a angustiante realidade por que passa Cuba, abraçada pelo urso imperialista, produto do isolamento da própria etapa contrarrevolucionária aberta com o fim da URSS e da ação da burocracia stalinista que segue firme negando a vigência histórica da revolução internacional.

Alertamos que os “ziguezagues” do castrismo diante da ofensiva mundial do imperialismo ianque, acreditando nas "boas intenções" dos Democratas ianques, colocam em risco a defesa das conquistas históricas da revolução cubana, que mesmo debilitadas por um bloqueio criminoso, permanecem socialmente vigentes para o proletariado da ilha operária. Os próximos passos da Casa Branca, mesmo com o idiota Trump no comando, estão bastante claros: primeiro a chantagem “democrática”, utilizando a dissidência contrarrevolucionária como as “Damas de Branco” ou os ataques midiáticos da blogueira-mercenária Yoani Sánchez, posteriormente a tradicional agressão militar como vimos na Líbia e Síria. 

Quando se completam os 60 anos do bloqueio econômico do imperialismo ianque a Cuba, reafirmamos que somente a mobilização internacionalista da classe operária poderá fazer frente aos planos do império para aniquilar totalmente a enorme referência mundial da revolução cubana. Frente às provocações ianques sobre o Estado operário cubano, a posição dos Marxistas Revolucionários deve ser a sua defesa incondicional, para na trincheira da luta contra o imperialismo preparar as condições para a revolução política. 

Seguindo disciplinadamente a orientação programática dos irmãos Castro, Miguel Diaz não se opôs a dar continuidade na economia cubana a introdução de mecanismos mercantis de dependência financeira com países capitalistas (centrais e periféricos), tornado o Estado Operário cada vez mais refém do fluxo mundial de capitais (grandes investidores globais). A fidelidade "canina" de Diaz Canel as linhas estratégicas da burocracia castrista, decorre do simples fato de Miguel representar um setor mais tecnocrático e "sem luz própria" da própria burocracia cubana, diretamente vinculada aos "negócios de estado" e com pouca relação com a política mais geral socialista.

A destruição do Estado operário cubano seja pela via da agressão militar ou da contrarrevolução “democrática”, inspirada na farseca “revolução árabe” apoiada por todo arco revisionista, não por acaso os mesmos canalhas de “esquerda” que clamam pela “derrubada da ditadura dos irmãos Castro”, representará uma enorme derrota para o proletariado da América Latina, abrindo um período sem precedentes de avanço imperialista. Por isso, nossa resposta continua sendo a defesa incondicional do Estado Operário de Cuba e das conquistas sociais da revolução!