quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

PCB E JONES MANOEL SÃO CONTRA REALIZAÇÃO DO CARNAVAL DE RUA EM PERNAMBUCO: COMUNISTAS DE FACHADA DEFENDEM QUE PM DA OLIGARQUIA CAMPOS IMPEÇA A FESTA POPULAR PARA IMPOR O ISOLAMENTO SOCIAL

Jones Manoel acaba de publicar em seu Facebook (02.02) uma postagem escandalosa intitulada “A questão do Carnaval e a festa da família campos” que defende “o cancelamento do carnaval de rua tem sido tema de debate desde seu anúncio. De fato, todos os indicadores apontam que não há possibilidades de realização da grande festa do povo que é o carnaval”. Em resumo, assim como os governos burgueses do PT colocaram a PM para reprimir as festas populares ano passado, o PCB e seu candidato ao governo do Pernambuco defendem que a polícia da Oligarquia Campos persiga e reprima os brincantes de rua, alegando que esta ação repressiva do aparato policial seria uma medida “em defesa da vida e contra a Covid”. Jones e o PCB apoiam a medida arbitrária dos Campos, disse textualmente em uma "live" que o cancelamento do Carnaval pelo governo Campos é uma "medida sensata do ponto de vista sanitário" e usam a crítica distracionista sobre a liberação das festas privadas pelo governo do PSB para encobrir sua verdadeira defesa reacionária do “isolamento social” que penaliza os pobres e joga na miséria o povo trabalhador, uma medida totalmente ineficaz para deter a pandemia. 

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Para melhor disfarçar sua posição vergonhosa Jones Manoel dá sua receita social-democrata para gerir o Estado burguês “Um governo comprometido com o povo trabalhador tem a obrigação de garantir a sobrevivência dos trabalhadores da cultura, de barraqueiras, aderecistas, costureiras, comerciantes de produtos de carnaval, enfim, todos os trabalhadores da cadeia do carnaval, através de uma política de renda básica que garanta seu sustento e de suas famílias. Por isso defendemos garantia de renda para os trabalhadores do carnaval!”. Em resumo, como não irá haver essa política própria dos programas assistencialistas do PT, o povo trabalhador irá receber é muito cassete e porrada da polícia que com suas armas em punho vai impor com repressão que “fiquem em casa” e “não aglomerem”. É isso de fato que defendem Jones e o PCB, a aplicação do fascismo sanitário usando a “defesa da vida” para atacar as liberdades democráticas na pandemia.

Os festejos de Carnaval estão proibidos em todo o Brasil. O clima de terror sanitário imposto pelos governos burgueses em colaboração com a chamada “esquerda lockdown” acabaram por minar a festa popular mais tradicional do país. A manipulação clara das estatísticas pela mídia e os órgãos estatais às vésperas do carnaval, como denunciou o Blog da LBI, serve justamente para amedrontar o povo explorado e legitimar as medidas repressivas contra as chamadas “aglomerações sociais”. 

Enquanto isso, os mesmos governos que reprimem as “festas mundanas e subversivas contra a ordem da quarentena” cinicamente patrocinam o chamado “turismo ordeiro e familiar” conservador, reacionário e de elite, tanto que os hotéis nos destinos turísticos nacionais estão lotados, as praias distantes com pousadas tem ocupação de 100% e as regras de restrição de funcionamento não afetam certos “filões” do entretenimento, como bares em resorts de luxo, passeios de embarcações “top” e baladas privadas com segurança particular. 

Para o povo a lei e o peso da ação da PM, para os “VIPs” e endinheirados o lazer nababesco, como foram as festas dos finais de anos das “celebridades” e serão os bailes em clube. Mais uma vez afirmamos que a pandemia foi potencializada pelo neoliberalismo (sucateamento do SUS, falta de medicamentos e profissionais de saúde) e não pelas manifestações populares!

O Carnaval, uma festa originariamente espontânea e dos setores explorados, se transformou gradativamente em um espetáculo grandioso, ferreamente controlado e armado pela burguesia e o grande capital que intervierem no evento impondo caríssimos ingressos e desfiles para camarotes de “vips” destinados à “alta sociedade”. 

Agora essa realidade é reforçada ainda mais com a pandemia, usada como pretexto para impedir o carnaval de rua, espontâneo e de massas!

A burguesia historicamente passou a controlar o Carnaval de rua (transformado em sambódromos e trios elétricos milionários voltados unicamente para a “espetacularização” do evento) nos grandes centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Olinda e interferiu não só na organização do evento (algo perceptível, particularmente, nos elevados preços dos ingressos e de tudo que está em torno da festa), como também, na transformação desta em um espetáculo para a exibição de valores e comportamentos que não têm qualquer correspondência com o espírito popular de sua origem chamado “entrudo”, ou seja, a “festa de libertação” que antecede a quaresma. 

O entrudo era considerado uma forma de explosão de sentimentos contidos durante o ano todo e com a possibilidade de liberá-los durante os três dias, manifestação cultural que foi a época duramente combatida pela mídia e a elite, sofrendo forte repressão estatal.

É preciso resgatar o carnaval com o genuíno espírito de resistência, lutando ideologicamente para dotar o movimento operário e popular de uma clara conscientização programática acerca do que o terror sanitário imposto pela nova ordem mundial do capital financeiro, que criminaliza os festejos populares e o lazer operário, como o Carnaval espontâneo e não do “mercado”.

Não por acaso há em nossos dias uma campanha orquestrada contra as festas populares nos bairros periféricos, devido à resistência de milhares e milhares de jovens, que se recusam a deixar de se divertir nas praias, bares ou em festas improvisadas, que para o regime, com uma clara marca ditatorial, passaram a ser chamados de “eventos clandestinos”.

Repudiamos essa política repressiva apoiada pelo PT, PCB e Jones Manoel. Saudamos a justa reação de milhares que negam a possibilidade do Estado burguês e suas forças repressivas colocarem limites ao seu direito à diversão, após meses do mais insano dos confinamentos e sucateamento da saúde pública, deixando os transportes públicos lotados para serem explorados pelas grandes empresas.

O problema de saúde não está nas manifestações populares, mas nas políticas do Estado burguês, que por não garantirem uma vida digna à população como um todo, colaboram para a existência e o desenvolvimento de todo tipo de doenças, que sempre atingem os setores empobrecidos.

As forças de esquerda que se dizem democráticas deveriam gritar bem alto e fazer marchinhas e enredos denunciado essa realidade das massas oprimidas: “Não a clandestinidade da diversão popular, tirem suas mãos repressivas do lazer do povo trabalhador! Pelo direito elementar da classe operária e do povo de circular, se reunir e brincar o Carnaval de resistência! Por um aumento significativo do orçamento da saúde a partir do não pagamento da dívida externa e interna! Pelo fortalecimento do SUS! O capitalismo é o verdadeiro vírus da morte!”.

Desgraçadamente, a esquerda domesticada pela OMS e a Big Pharma como o PCB, adeptada da "vacina milagrosa" cujas vendas vem gerando um negócio trilionário, vai no sentido contrário, defendendo a repressão estatal contra as “aglomerações sociais” e se aliando a Igreja reacionária, polícia, a mídia venal e aos governos de plantão, que passaram ser apresentados cinicamente como aliados e parceiros na “defesa da vida”, fechando os olhos que esses setores sempre serviram aos interesses do capital, um sistema onde a vida do povo não tem quaquer valor e importância!

Os Marxistas Revolucionários e amantes do Carnaval de massas, chamamos a retornar o “espírito” guerreiro e subversivo da festa de rua, uma vez que o Carnaval era sinônimo de subversão dos “bons costumes” da elite oligarca ultrarreacionária, inclusive que representava o caráter contestatório político-religioso presente até meados da década de 50, com a sátira política como crítica ao regime político vigente. Esse resgate se faz necessário hoje em tempos de pandemia, de repressão aberta contra o direito dos explorados de se divertirem e terem lazer!