CRISE PERMANENTE NO PERU: GOVERNO DA CENTRO-ESQUERDA
BURGUESA DE CASTILLO EMPOSSA TERCEIRO GABINETE EM 6 MESES COMANDADO PELA EXTREMA-DIREITA
O presidente do Peru, Pedro Castillo, deu posse nesta terça-feira em seu novo gabinete ministerial, renovado pela terceira vez em seis meses, e desta vez liderado por Héctor Valer como primeiro-ministro, um homem completamente servil ao imperialismo e escolhido para ser uma garantia burguesa diante da crise permanente do governo da centro-esquerda burguesa. A renúncia da então primeira-ministra Mirtha Vásquez foi baseada na declaração de que o Peru havia chegado a “um momento crítico”. O novo primeiro-ministro foi eleito deputado para o período 2021-2026 pelo partido de extrema-direita Renovação Popular. Mais tarde, ele renunciou à referida formação para se juntar ao grupo centrista de Somos Perú, e mais tarde formou o caucus de Perú Democrático. Nesta terça-feira, o secretário da Presidência do Peru, Carlos Jaico, renunciou irrevogavelmente e especificou que existe um “gabinete sombra” no governo de Pedro Castillo.
Um importante foco da tensão na aliança oficialista está na
relação entre o presidente e o partido Perú Libre. A pressão para distanciar
Castillo de Vladimir Cerrón (ex-governador de Junín, presidente do Perú Libre e
um dos principais quadros da estrutura partidária de esquerda) foi uma
constante que emergiu dos grupos de direita, mas que ecoou na própria esquerda
burguesa, que deu um giro à direita na formação do gabinete para agradar a
burguesia e o imperialismo ianque. Cerrón está sendo perseguido pela justiça
burguesa.
Cabe ao movimento de massas partir para a ofensiva e impor
com seus próprios métodos de luta uma alternativa de poder dos trabalhadores.