ASSASSINATO DO CONGOLÊS MOISE: EXPRESSÃO MACABRA DA BARBÁRIE SOCIAL POTENCIADA COM A PANDEMIA... JUSTIÇA PARA MOISE É LUTAR CONTRA O CAPITALISMO!
O congolês Moise Mugenyi Kabagambe foi espancado durante 15 minutos, por 5 covardes, até a morte, e tudo isso porque o jovem de 24 anos estava cobrando devidamente duas diárias de trabalho num quiosque chamado Tropicália, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. O assassinato do congolês Moise Mugenyi Kabagambe é uma expressão macabra da sociedade capitalista e sua barbárie social potenciada com a pandemia que aprofundou a crise econômica e as desigualdades sociais. Lutar por Justiça para Moise é lutar para acabar com o modo de produção e exploração capitalistas que torna os seres humanos escravos modernos!
Moise foi espancando até a morte
por cerca de 15 minutos com pedaços de pau em um quiosque na Barra da Tijuca,
Zona Oeste do Rio de Janeiro, na última segunda-feira (24/1). O momento foi
flagrado por câmeras de segurança. De acordo com a Polícia Civil, as imagens
estão sendo avaliadas para identificação dos suspeitos.
Moise teria ido cobrar ao gerente do quiosque o pagamento por duas diárias atrasadas. Ele trabalhava no local como ajudante de cozinha.
Segundo uma nota, emitida pela comunidade congolesa no Rio de Janeiro, cinco pessoas teriam agredido Moise, incluindo o gerente do quiosque, com pedaços de pau e um taco de baseball. Moise morreu no local. "Esse ato brutal, que não somente manifesta o racismo estrutural da sociedade Brasileiro, mas claramente demonstra a XENOFOBIA dentro das suas formas, contra os estrangeiros, nós da comunidade congolesa não vamos nos calar", diz nota da comunidade congolesa.
O primo de Moise, Yannick Iluanga Kamanda, que teve acesso às imagens obtidas pela Polícia Civil, disse ao Extra que o primo chegou até a ter as pernas e os braços amarrados durante a agressão. "Num primeiro momento, o meu primo é visto reclamando por que ele queria receber. Em determinado momento, os ânimos se acirraram e o gerente pega um pedaço de madeira. O meu primo corre para se defender com uma cadeira. O gerente vai embora e em seguida volta com cinco pessoas e pegam o meu primo na covardia. Um rapaz dá um mata-leão (chave de pescoço) nele e os outros quatro se revezam em bater", disse. " Ele apanhava e as pessoas se revezavam para bater. Não satisfeitos, eles amararam os braços e as pernas dele e continuaram batendo. O meu primo ficou desacordado e mesmo assim ele espancavam ele. Só depois de um tempo , eles viram que ele estava desacordado e deixaram ele jogado na areia", acrescentou.
Moïse Kabamgabe estava no Brasil desde 2011, quando fugiu da guerra na República Democrática do Congo. O corpo dele foi enterrado no Cemitério de Irajá, na Zona Norte do Rio, no domingo (30/1). O Blog da LBI presta sua solidariedade com a família e o parentes.