segunda-feira, 18 de março de 2024

GREVE NACIONAL DOS SERVIDORES DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS: BUROCRACIA SINDICAL DO ANDES NÃO ACOMPANHA A PARALISAÇÃO E SABOTA A UNIDADE DA LUTA 

Os servidores das Universidades Federais em todo o Brasil entraram em greve no último dia 11 de março lutando por recomposição salarial diante o arrocho imposto pelo governo burguês de Lula&Alckmin, que não ofereceu qualquer tipo de reajuste para 2024. Além de não recompor as perdas salariais o governo do PT, através do Ministro da Educação Camilo Santana, deu uma tesourada de R$380 milhões nas universidades. Contra esse ataque os técnicos-administrativos em educação (TAEs) ligados a FASUBRA estão de braços cruzados em mais de 60 unidades de educação. O que salta os olhos é que apesar disso a burocracia sindical do ANDES, que representa os professores universitários das federais, não acompanha a paralisação e sabota a unidade na luta. Uma prova disso é que enquanto a greve dos servidores das universidades está em pleno curso há quase dez dias, o ANDES convocou assembleias de base que devem ocorrer até 21 de março, em uma política claramente de não impulsionar a unificação imediata da luta. Somente no dia 22 de março haverá uma reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino (Ifes) para avaliar os resultados, sem data prevista até agora para decretação de uma verdadeira paralisação nacional puxada pelo ANDES!

Como a LBI denunciou em seu balanço do 42º Congresso Nacional do ANDES, a direção da entidade se mostra completamente corrompida pelo governo Lula&Alckmin, aprovando um indicativo genérico de “greve geral” para o primeiro semestre de 2024 mas não tomou nenhuma medida concreta para organização na base da categoria apesar do tremendo arrocho salarial imposto pela gerência da Frente Ampla.

Os servidores técnico-administrativos em educação são os responsáveis pelas funções de administração, atendimento hospitalar, laboratórios, redes e diversas outras atividades do dia a dia das universidades. A unidade com os professores é uma condição para a vitória da greve geral nas universidades, mas a direção “Lulopetista” do ANDES não unificou o calendário de paralisação justamente para preservar o governo e dividir a luta!

Segundo a FASUBRA, federação que reúne os sindicatos da categoria, 66 instituições já deflagraram a greve. Dezenas de milhares de trabalhadores cruzam os braços reivindicando reestruturação da carreira e recomposição salarial pelas perdas impostas pela inflação nos últimos anos, os TAEs têm a pior remuneração média do serviço público federal.

Nesse contexto, cinicamente o ANDES afirma que “as assembleias deverão discutir e deliberar acerca da construção da greve, nos termos aprovados no 42º Congresso, passo fundamental para ampliar a mobilização da categoria e construir as pautas locais com agendas e ações de mobilização, buscando a articulação com os demais trabalhadores e estudantes das universidades, institutos federais e Cefets” (Andes, 06/03). Ocorre que a greve nacional dos servidores das universidades federais foi decretada em 11 de março e o ANDES sequer concluiu suas assembleias de base, ou seja, tudo não passa de puro distracionismo quando na verdade sua direção está concretamente sabotando a unidade ao não acompanhar a paralisação! 

A decisão dos servidores das universidades federais foi a mais acertada, começou a greve nacional nos dias iniciais letivos do primeiro semestre de 2024, diante da negativa do governo em responder às reivindicações salariais e não-salariais, debatidas exaustivamente durante o ano de 2023 e sem qualquer avanço. Na Mesa Nacional de Negociação Permanente, o governo Lula enrrolou mais uma vez e reafirmou o zero reajuste para 2024, “sugerindo” que, se a meta fiscal (de déficit zero) for atingida, pode indicar algum reajuste. Em resumo, a vida dos servidores federais e suas familias está subordinada à política fiscal neoliberal de Haddad, queridinho do "Deus Mercado", que beneficia o parasitismo do capital financeiro.

Os técnicos, no entanto, compõem apenas uma parcela do funcionalismo federal das universidades, o ANDES tem delongado para tomar a mesma decisão que teria força social para colocar o governo burguês da Frente Ampla contra a parede e arrancar o reajuste salarial! É preciso romper com a paralisia do ANDES e deflagrar imediatamente a greve (que já está atrasada!) para unificar a luta e derrotar o arrocho salarial imposto pelo governo burguês de Lula!