PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS SE AFUNDOU COM O APOIO “CRÍTICO” AOS GOVERNOS SOCIAIS DEMOCRATAS: PCB CAMINHA NO MESMO RUMO EM NOSSO PAÍS
O Partido Comunista Português paga um alto preço político por seu apoio “crítico” (também conhecido como Geringonça) aos governos neoliberais Sociais-Democratas. Após as eleições parlamentares do último 10 de março, a “Coligação Democrática Unitária”, composta pelo Partido Comunista Português e pelos Verdes, obteve 3,30% (cerca de 203 mil votos), o que marca um retrocesso contínuo em relação aos resultados de 2022 (4,39% e 236,6 mil votos). Por outro lado, o partido populista da extrema direita eleitoral “folclórica”, o “Chega”, garantiu 18% dos votos e 48 assentos no parlamento, em um total de 230 assentos, obtendo mais de 1 milhão de votos.
A “Aliança Democrática”, considerada no espectro eleitoral de centro-direita, reivindica uma vitória eleitoral estreita sobre o seu principal adversário, o Partido Socialista (Social-Democrata), mas tem poucas ou nenhumas hipóteses de formar um governo maioritário. Neste cenário o país lusitano repetirá a velha governabilidade de décadas, onde as duas agremiações burguesas tradicionais se alternam e repartem a gerência do Estado capitalista. A novidade do “Chega”, repete a estratégia global do rentismo financeiro em lançar como “espantalhos” partidos folclóricos de extrema direita, com o objetivo de disciplinar e ameaçar as direção do movimento de massas com um possível retrocesso ao fascismo.
Entretanto esse neofascismo eleitoral, que ronda o planeta, nem de perto se assemelha ao verdadeiro nazifascismo histórico (força paramilitar de combate nas ruas) dos tempos de Hitler e Mussolini. Os “Chega”, Bozo , Melonis e Mileis da vida são apenas uma variante neoliberal mais “agressiva” da Nova Ordem, mas seguem fielmente o roteiro da Governança Global do Capital Financeiro, cujo compromisso maior é não “romper a linha vermelha” dos regimes vigentes. A tarefa de encarnar e reviver a estratégia militar do fascismo real, quando necessário, ficou na atual etapa da luta de classes a cargo dos governos alinhados com o “Deep State”, que em sua grande maioria juram amor a sagrada pauta da “democracia imperialista”, ou seja o identitarismo e a ideologia do “politicamente correto”, além do “ecologicamente sustentável”.
Como vemos o Partido Comunista Português (PCP) se afundou com o apoio “crítico” aos governos sociais-democratas. No Brasil, o PCB caminha no mesmo rumo ao ser um apoiador “crítico” da gerência burguesa na Frente Ampla. Não bastasse ter votado na candidatura burguesa de Lula&Alckmin no 2º turno da disputa presidencial sempre recorrendo o espantalho do combate eleitoral ao “fascismo”, o PCB acabou integrando organicamente uma frente de colaboração de classes e vem apoiando o governo petista nas questões fundamentais da política nacional e internacional. Sua direção extremamente pequeno-burguesa está integrada até a medula ao regime democratizante e sequer se coloca de fato no campo da “Oposição de Esquerda” ao governo Lula, sendo via de regra um apêndice eleitoral do PSOL e do próprio PT no segundo turno das disputas eleitorais. Tanto que é entusiasta da política demagógica de Lula que em suas falas reprova o genocídio palestino mas não toma nenhuma medida concreta contra Israel, conduta venal que o PCB não ousa denunciar.
Como produto dessa política oportunista, o PCB sofreu a ruptura do “RR” (PCB - Reconstrução Revolucionária). Apesar do "RR" criticar corretamente o rumo reformista da direção nacional PCB, desgraçadamente não consegue romper consquentemente com sua plataforma etapista. Ivan Pinheiro e seu heterogêneo agrupamento (“RR”) rompeu alardeando que o PCB não defendia a “Oposição de Esquerda” ao governo Lula mas acabou de aderir recentemente aos cínicos atos de "8 de janeiro" convocados pela gerência da Frente Ampla e o conjunto dos representantes golpistas e neofascistas do regime burguês (Alckmin, Moraes, Barroso, Pacheco, Sarney...), todos esses canalhas unidos “em defesa da democracia”. Como a LBI analisou anteriormente, a “disputa” entre a direção nacional do PCB e o “RR” tragicamente representa dois lados da mesma política de capitulação ao “Lulopetismo”.
O atual naufrágio do Partido Comunista Português é um alerta do destino trágico que o PCB (e o "RR") irá amargar ao seguir o mesmo camimho de satélite da social-democracia!