terça-feira, 6 de julho de 2021

RENTISTAS INTERNACIONAIS EXIGEM AUMENTO DOS COMBUSTÍVEIS: PETROBRÁS ATENDE E JÁ ANUNCIOU AUMENTO DE 6% DA GASOLINA E DIESEL
 

A direção da Petrobrás acaba de anunciar, nesta segunda-feira (05/07), que irá reajustar o preço dos combustíveis já a partir desta terça-feira. Os preços médios de venda de gasolina e diesel da Petrobrás para as distribuidoras passarão a ser de R$ 2,69 e R$ 2,81 por litro, o que significa reajustes médios de R$ 0,16 (6,3%) e R$ 0,10 por litro (3,7%), respectivamente. No acumulado do ano, o diesel da Petrobrás subiu cerca de 40% enquanto a gasolina avançou 46%. Já o petróleo Brent acumula alta de cerca de 50%. Esta decisão que literalmente joga gasolina na fogueira da inflação, revela que o governo neofascista Bolsonaro não está nem um pouco preocupado com a economia popular do país. Ao contrário, apenas revela que o neofascista deu as costas para as reivindicações dos consumidores, particularmente dos caminhoneiros(inclusive já anunciam uma greve geral para o dia 25 de julho) estando completamente alinhado com as multinacionais, os importadores de derivados de petróleo e os rentistas financeiros que já controlam a diretoria da Petrobras. 
Na semana passada, a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), representante de 9 trades de importadores de combustíveis, em grande parte ligadas à petroleiras estrangeiras, fez uma grande pressão pelo aumento dos combustíveis. De outro lado havia a negociação dos caminhoneiros que vinham tentando junto ao governo uma mudança na política de preços da Petrobrás que, ao atrelar o preço interno ao dólar a ao barril de petróleo, está estrangulando a economia capitalista brasileira. A decisão de Bolsonaro e da direção da Petrobrás foi claramente favorável aos importadores e em detrimento da população, dos caminhoneiros e dos pequenos negócios que dependem do transporte para vender suas mercadorias. 

A Abicom não teve dificuldade para convencer a equipe neoliberal de Paulo Guedes a garantir os seus privilégios e seus superlucros na importação de derivados. Inventou uma suposta defasagem de R$ 0,16 por litro em relação aos preços internacionais. Ou seja, as multinacionais pressionaram o governo para aumentar em 6% os preços praticados pela Petrobrás na refinaria. O governo servil ao imperialismo como sempre, foi bastante solícito com os importadores e aumentou em 6,3% o preço da gasolina e em 3,7% o preço do diesel. 

E, para não “perder a viagem”, a Petrobras também anunciou que o preço médio de venda de gás liquefeito de petróleo (GLP) para as distribuidoras passará a ser de R$ 3,60 por kg, um aumento médio de R$ 0,20 (6%) por kg. A população brasileira terá que pagar mais caro pelo gás de cozinha que já está pela “hora da morte”. Em Brasília, por exemplo, o botijão de gás já está sendo vendido a R$ 130. O governo tenta se justificar dizendo que não pode interferir nos preços do gás de cozinha porque o GLP seria uma commodity e, por isso, seus preços são definidos nas bolsas internacionais. Com essas medidas e com os aumentos nas tarifas de energia elétrica, Bolsonaro e Guedes são os principais responsáveis pelo estouro inflacionário que está levando a miséria a vida dos brasileiros. 

Quem foi totalmente desprezado com essa decisão foram os caminhoneiros que estavam negociando com o governo. Antes de definirem a paralisação para o próximo dia 25, os caminhoneiros enviaram carta a Bolsonaro pedindo um encontro, mas não obtiveram resposta. A mudança na política de preços da Petrobrás para o combustível é a principal reivindicação dos caminhoneiros, que questionam “os aumentos abusivos”, baseados “em moeda estrangeira e critérios não econômicos e em desacordo com a realidade econômica nacional”. 

De acordo com a entidade da categoria, em uma nota convocatória para a greve do dia 25 de julho, não só os caminhoneiros, “mas toda a população brasileira vem acompanhando a escalada nos preços dos combustíveis (gasolina, diesel e gás de cozinha) desde o início de 2021, promovida pela estatal de petróleo Petrobrás, sem qualquer justificativa plausível apresentada”. 

A decisão do general Luna, indicado de Bolsonaro para a direção da Petrobrás, de dar as costas as reivindicações dos caminhoneiros veio hoje com o anúncio dos aumentos dos combustíveis. Com isso Bolsonaro sinaliza que a nefasta política de atrelar os preços internos dos combustíveis aos dólar e ao barril de petróleo vai prosseguir. Os rentistas internacionais sabem muito bem que para além das bravatas nacionalistas de Bolsonaro, o neofascista não passa de um capacho do gerente imperialista de plantão da Casa Branca, seja Republicano ou Democrata.