terça-feira, 1 de março de 2022

CÍNICA POSIÇÃO DA BUROCRACIA RESTAURACIONISTA CHINESA: “TODOS PAÍSES DEVEM TER SUA INTEGRIDADE TERRITORIAL E SOBERANIA RESPEITADAS. PRINCÍPIOS DA CARTA DA ONU DEVEM SER RESPEITADOS, MANTENDO A PAZ”

Enquanto a guerra na Ucrânia continua e os confrontos entram no sexto dia, a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) se reuniu ontem para discutir a situação do país. Em seu cínico discurso, o embaixador da China na ONU, Zhang Jun, defendeu a integridade dos territórios. “Todos os países devem ter sua integridade territorial e soberania respeitadas. E os princípios da Carta da ONU devem ser respeitados, mantendo a paz”, afirmou Jun. O embaixador reforçou os pedidos de paz e a importância da atuação da ONU para solucionar a crise – que já fez mais de 500 mil pessoas abandonarem o território ucraniano, segundo dados da própria organização. “Todas as ações tomadas pela ONU e pelas partes relevantes da comunidade internacional devem priorizar a paz, a estabilidade e a segurança para todos.”

A China se “absteve” na votação de ontem do Conselho de Segurança da ONU. A burocracia restauracionista busca um acordo com o imperialismo ianque e acaba por fortalecer o cerco da OTAN contra a Rússia. Sem dúvida trata-se de um golpe contra Putin que havia há poucos dias assinado um acordo estratégico com Xi Jinping anunciando uma parceria “sem limites”, uma suposta aliança defensiva para enfrentar o imperialismo ianque e a OTAN. Ocorre que quando se chegou na hora de votar no CS a China não honrou com sua “palavra”, demonstrando o caráter covarde da burocracia restauracionista. 

No encontro do Conselho de Segurança da ONU, na última sexta-feira, a China se absteve de votar na resolução que condenava a invasão russa da Ucrânia. No discurso de hoje, o embaixador se posicionou contrário às “tensões”. “A China não aprova nenhuma abordagem que exacerbe tensões. As agências da ONU devem seguir com o seu apoio humanitário na Ucrânia. Nós precisamos proteger as vidas civis e as estruturas civis”, disse. O embaixador também relembrou os tempos de guerra-fria, afirmando que a mentalidade do período ainda vigora. “Não podemos estar diante de uma nova guerra-fria. Todos perderíamos.”

A resolução recebeu o voto favorável de 11 dos 15 membros do Conselho, entre eles o Brasil, que é membro temporário do órgão. A Rússia foi o único voto contrário e vetou a proposta na sexta-feira (25), mas três países que fazem parte do Conselho se abstiveram: China, Índia e Emirados Árabes.

A história da luta de classes já demonstrou todos os limites das direções nacionalistas e restauracionistas em avançar na direção de um genuíno programa socialista, entretanto a mesma história já revelou que sob intensa pressão da luta de classes mundial, estas mesmas direções podem ir mais além do que se propõe programaticamente, como é o caso de Putin pela positiva.

Como nos ensinou Trotsky, deixemos que a classe operária se imponha na crise mundial capitalista, dando a última palavra na história!