“PAZ DOS CEMITÉRIOS” NA COLÔMBIA: 52 DIRIGENTES E ATIVISTAS
SOCIAIS ASSASSINADOS EM 2022 PELO GOVERNO DUQUE E SEUS GRUPOS PARAMILITARES
Nos primeiros três meses de 2022 pelo menos 52 líderes sociais e defensores de direitos humanos foram assassinados nesta nação latino-americana. O relatório dos mortos e desaparecidos destaca que no mês de janeiro foram registrados 13 homicídios dolosos contra lideranças e defensores, em fevereiro 18 casos e em 21 de março. Por departamentos, Cauca lidera a fatídica lista com oito casos, Putumayo segue com sete e Nariño, Arauca e Norte de Santander relataram quatro assassinatos cada. É a "paz dos cemitérios" quem se impondo da Colômbia após a asssinatura do acordo com as FARC e o recrudescimento da repressão estatal e paramilitar pelo chacal Iván Duque!
Através de concessões crescentes se apostou na via da
conciliação de classes e na política de integração ao regime títere. Sempre
alertamos que a única ‘paz’ que sairia dos “acordos” é a dos cemitérios, já que
desgraçadamente as vidas dos heroicos combatentes das FARC foram sendo
sacrificadas em nome de uma política que em nada serve para a luta
revolucionária e, muito menos, para libertar a Colômbia do domínio da burguesia
e do imperialismo.
É vital para o movimento de massas colombiano reorganizar os
sindicatos operários que sejam capazes de acaudilhar atrás de si as
organizações guerrilheiras como o ELN, submetendo-as militarmente à democracia
das assembleias proletárias.
Perante o terror de Estado que assassina o povo na
impunidade da justiça burguesa, devemos redobrar as denúncias, os bloqueios e a
mobilização nas ruas! Todas as iniciativas e esforços devem ser colocados
juntos para avançar na preparação da Greve Geral Indefinida na Colômbia e na
constituição de comitês de autodefesa!
A LBI, apesar de nossas profundas divergências com o
programa das FARC (hoje transformada em partido político legal) mantém de pé a
tarefa da defesa militar e política incondicional dos militantes da guerrilha
que não abandonaram a luta frente aos ataques do atual governo
ultrarreacionário de Iván Duque, que permanecem mesmo após a sua deposição de
armas. Em oposição pelo vértice aos revisionistas do Trotskismo e dos
estalinistas “moderados” que condenaram as FARC pela adoção da luta armada,
isolando-a ainda mais para que sejam presa fácil da burguesia na defesa da
democracia dos ricos, defendemos que uma política justa para o confronto entre
a guerrilha e o Estado burguês passa por aplicar a unidade de ação com os
combatentes, porém com a mais absoluta independência política em relação ao
programa reformista das FARC.