BANDEIRAS VERMELHAS E MONUMENTOS A LENIN RETORNAM À UCRÂNIA
COM TROPAS RUSSAS: POR NOVAS REVOLUÇÕES DE OUTUBRO PARA DERROTAR O IMPERIALISMO E SUPERAR AS DIREÇÕES BURGUESAS!
Como se observa na guerra na Ucrânia, estamos diante de um quadro geopolítico estratégico frente à luta de classes mundial, o que exige uma posição clara e justa dos Marxistas-Revolucionários: ao lado da resistência contra o imperialismo e os bandos fascistas, inclusive estabelecendo frentes únicas de ação com o exército russo para derrotar a ofensiva da OTAN em sua fronteira! Esta perspectiva abre caminho para que os trotskistas façam propaganda revolucionária nas trincheiras de combate para construir o verdadeiro Partido Comunista na Rússia e nas ex-Repúblicas Soviéticas, retomando as tradições internacionalistas revolucionárias de Lênin e Trotsky que neste momento se condensam na palavra de ordem de derrotar o imperialismo para edificar uma nova revolução de Outubro!
Uma reportagem do jornal britânico The Guardian afirma: as tropas russas trazem bandeiras vermelhas e monumentos a Lenin para a Ucrânia. Já aconteceu em 2015 após a anexação da Crimeia. A população começou a guardar os monumentos a Lenin dia e noite para que ninguém pudesse derrubá-los. Da mesma forma que agora, não se tratava dos prefeitos, ou do exército, ou da polícia, ou de qualquer funcionário público, mas dos moradores dos bairros, presos aos símbolos que consideram seus. Há cidades que têm memória histórica, e uma muito recente, diga-se de passagem.
A reportagem do Guardian refere-se à cidade costeira de
Henichesk, onde Lênin retornou ao seu pedestal com sua careca e cavanhaque
característico em frente ao prédio principal da Prefeitura. Bandeiras
soviéticas e russas tremulavam no teto. Era 22 de abril, aniversário de Lenin.
A imprensa imperialista é tão desajeitada e não tem vergonha de dar uma reviravolta completa em qualquer história. Em 2014, os nazistas ucranianos derrubaram os monumentos a Lenin, e agora eles reaparecem.
Eles reescreveram a história da Ucrânia à sua maneira e agora precisam colocar os fatos de volta no lugar a que pertenciam. Eles baniram a língua e a literatura russas, que agora estão de volta onde sempre estiveram, porque ninguém deve admitir que os nazistas se safarem, nem no século passado nem neste.
A destruição contrarrevolucionária dos Estados operários, e mais particularmente da URSS, não significou “apenas” a perda de conquistas sociais para o proletariado destes países, adquiridas a partir da revolução socialista de 1917 na Rússia, como o pleno emprego, saúde, educação e habitação gratuitas garantidas constitucionalmente; o monopólio do comércio exterior etc., mas também para o proletariado mundial representou o aumento brutal dos ritmos de produção, privatizações, aumento do desemprego etc.
Foi a
consequência direta da hegemonia absoluta assumida pelo imperialismo no cenário
mundial. Apesar de toda a degeneração burocrática, promovida pelo stalinismo a
frente dos Estados operários, estes representavam um contraponto à dominação
imperialista e seus planos de expansão militar e econômica sobre todo o
planeta.
O fim da URSS, em 1991, foi sem dúvida a maior tragédia
política para os trabalhadores de todo o mundo no século XX. A contrarrevolução
que restaurou o capitalismo na União Soviética, abriu uma etapa histórica de um
profundo retrocesso político e ideológico do proletariado mundial, marcado pela
quebra das conquistas sociais dos trabalhadores em todo o mundo e pela ofensiva
da recolonização imperialista cada vez mais amparada na agressão militar contra
as nações oprimidas.
Para os autênticos Revolucionários Marxistas, que não se
curvaram diante da ofensiva ideológica do imperialismo, cabe à tarefa de
resgatar as tradições revolucionárias dos Bolcheviques e as lições da grande
Revolução de Outubro como ferramentas elementares na construção do partido
revolucionário para libertar o proletariado da influência dos agentes da
burguesia e do imperialismo, colocando o movimento operário novamente sob a
bandeira da revolução proletária mundial e do socialismo, esta incumbência
destinada à reconstrução da IV Internacional.
Não nutrimos a menor simpatia política pelos bandos
burgueses restauracionistas que se instalaram no poder na Rússia desde a
contra-revolução de agosto de 1991. Ao contrário, nos postamos ao lado da ala
da burocracia stalinista (Bando dos 8) que tentou barrar a seu modo torpe esse
processo então comandado por Boris Yeltsin. Porém não apoiamos qualquer
“movimento popular" de fachada democrática patrocinado pelo Departamento
de Estado ianque que tenha como objetivo preparar as condições para defenestrar
Putin pelas mãos de uma ofensiva imperialista para impor um nome alinhado com a
Casa Branca.
Passados mais de cem anos da revolução Bolchevique a classe
operária russa deve superar o setor burguês nacionalista agrupado em torno da dupla Putin-Medvedev (e também os
fantoches "democráticos" do imperialismo) preparando uma outra
revolução social que faça da construção de uma nova Rússia soviética uma
realidade política concreta, erguendo um Estado operário e uma economia
planificada capaz de enfrentar a máquina que guerra do imperialismo ianque em
unidade com as ações de massas do proletariado mundial.