NOVA ESQUERDA A SERVIÇO DA ORDEM BURGUESA: BORIC SOBRE OS
PROTESTOS ESTUDANTIS NO CHILE “QUEM QUISER USAR MEIOS VIOLENTOS TERÁ QUE
RESPONDER PERANTE A LEI”
O presidente do Chile, o social-democrataGabriel Boric que representa a nova esquerda burguesa no continente, condenou os incidentes ocorridos no marco dos protestos estudantis que estão ocorrendo no país latino-americano, como declarou durante uma entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira no Palácio de la Moneda. Afirmou que puniria os estudantes "violentos", ou seja, a vanguarda combativa dos protestos estudantis como exige a burguesia e o imperialismo.
Um jornalista perguntou-lhe, como ex-líder estudantil, o que
diria aos jovens que nos últimos dias se envolveram em atos de violência, por
exemplo, confrontos no Instituto Nacional ou a queima de um autocarro
Transantiago. "A violência não é o caminho. Quem acredita que através
da violência pode avançar suas demandas está enganado e está prejudicando sua
causa", explicou o presidente. "Nos casos que você menciona, eles
causam um dano tremendo às suas escolas secundárias e suas comunidades, porque
nós, do nosso governo, temos as portas abertas para o Ministério da Educação
resolver os conflitos que herdamos", acrescentou.
O chefe do Executivo indicou que ouviu parte das reivindicações dos estudantes em termos de infraestrutura, alimentação, educação sexual integral e currículo, lembrando que alguns dos manifestantes já se reuniram com o subsecretário do ensino superior e com o ministro competente. .
"Neste governo, os estudantes que quiserem dialogar terão as portas abertas; aqueles que quiserem queimar ônibus ou usar meios violentos para defender suas demandas terão que responder à lei, conforme o caso", continuou.
Da mesma forma, Boric lembrou que tanto ele quanto vários políticos que compõem seu governo vêm de lutas estudantis, assegurando que esquecer sua origem seria uma "grande bobagem".
"Quando conseguimos os melhores resultados, foi quando prevaleceu o diálogo para levar a cabo estes objectivos", afirmou, detalhando que foi precisamente quando se mobilizaram pacificamente.
Por isso, exortou as comunidades escolares a evitar confrontos, enfatizando que somente unidos em objetivos podem ser alcançadas melhorias substanciais para a educação pública e a educação em geral no Chile.
Quando perguntado por que seu governo aplicou a lei de segurança com os protestos dos caminhoneiros, mas não com aqueles que cortaram as rodovias da região de Aracaunía, o presidente garantiu que eles estão ocupados e preocupados com essa situação. "A violência inaceitável é consequência de um problema político histórico não resolvido", assegurou, especificando que farão todo o possível para resolvê-lo.