REBELIÃO POPULAR NO JACAREZINHO(RJ): PM ASSASSINA MAIS UM
JOVEM NEGRO. É HORA DE ORGANIZAR AS BARRICADAS OPERÁRIAS DE AUTO-DEFESA
Centenas de moradores da favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro, fizeram um combativo protesto contra o assassinato de mais um jovem negro durante uma ação genocida da Polícia Militar. Os trabalhadores fecharam a avenida Dom Hélder Câmara, na noite do último dia 25 de abril, em protesto contra o assassinato do jovem Jhonatan Ribeiro de Lima de 18 anos, morto por militares dentro da favela na mesma noite.
Os moradores montaram barricadas com caçambas de lixo,
pedaços de madeiras e caixas e colocaram fogo. Os manifestantes estavam
revoltados com mais um brutal assassinato de um jovem morador por forças
policiais. Militares do Batalhão de Choque, o mesmo que assassinou Jhonatan,
tentaram reprimir os moradores, que responderam atirando garrafas de vidro e
pedras contra os militares.
As comunidades próximas do Jacarezinho que presenciaram a
ação também participaram do protesto popular, e acusaram os policiais pelo
crime."Deram um tiro no Jhonatan na minha frente. O moleque não estava com
nada. Eles deram o tiro e saíram correndo", afirmou Diego Aguiar, morador
da comunidade.
Desde o dia 19 de janeiro, a favela do Jacarezinho está
ocupada por forças policiais, como parte do projeto Cidade Integrada, uma das
principais bandeiras do governador bolsonarista Cláudio Castro(PL)que buscará
sua reeleição no próximo pleito eleitoral. Desde o início do programa dezenas
de residências de moradores já foram invadidas e saqueadas pelos militares,
moradores também estão sendo alvos de despejos e humilhações, com constantes
revistas e xingamentos. Os policiais também estão promovendo execuções sumárias
de pessoas que eles mesmos consideram suspeitas. Em maio de 2021, a favela do
Jacarezinho foi palco da maior chacina da história do Rio de Janeiro, quando 27
pessoas foram assassinadas durante uma operação da Polícia Civil na comunidade.
O momento de ofensiva da burguesia contra os direitos do
proletariado, reflexo direto do aprofundamento da crise capitalista, exige do
movimento operário e popular uma estratégia revolucionária para sua defesa
diante dos organismos repressivos do Estado burguês. Para a esquerda reformista
domesticada pelo capital financeiro a hora é de reivindicar “políticas públicas
de segurança”. Já para os Marxistas Leninistas a conjuntura de acirramento da
luta de classes impõe a necessidade da construção embrionária das próprias
instituições da classe operária, como a organização da auto-defesa das massas,
seja na forma de barricadas populares armadas ou comitês proletários de
segurança militar da população explorada.