quinta-feira, 28 de abril de 2022

REBELIÃO POPULAR NO JACAREZINHO(RJ): PM ASSASSINA MAIS UM JOVEM NEGRO. É HORA DE ORGANIZAR AS BARRICADAS OPERÁRIAS DE AUTO-DEFESA

Centenas de moradores da favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro, fizeram um combativo protesto contra o assassinato de mais um jovem negro durante uma ação genocida da Polícia Militar. Os trabalhadores fecharam  a avenida Dom Hélder Câmara, na noite do último dia 25 de abril, em protesto contra o assassinato do jovem Jhonatan Ribeiro de Lima de 18 anos, morto por militares dentro da favela na mesma noite.

Os moradores montaram barricadas com caçambas de lixo, pedaços de madeiras e caixas e colocaram fogo. Os manifestantes estavam revoltados com mais um brutal assassinato de um jovem morador por forças policiais. Militares do Batalhão de Choque, o mesmo que assassinou Jhonatan, tentaram reprimir os moradores, que responderam atirando garrafas de vidro e pedras contra os militares.

As comunidades próximas do Jacarezinho que presenciaram a ação também participaram do protesto popular, e acusaram os policiais pelo crime."Deram um tiro no Jhonatan na minha frente. O moleque não estava com nada. Eles deram o tiro e saíram correndo", afirmou Diego Aguiar, morador da comunidade.

Desde o dia 19 de janeiro, a favela do Jacarezinho está ocupada por forças policiais, como parte do projeto Cidade Integrada, uma das principais bandeiras do governador bolsonarista Cláudio Castro(PL)que buscará sua reeleição no próximo pleito eleitoral. Desde o início do programa dezenas de residências de moradores já foram invadidas e saqueadas pelos militares, moradores também estão sendo alvos de despejos e humilhações, com constantes revistas e xingamentos. Os policiais também estão promovendo execuções sumárias de pessoas que eles mesmos consideram suspeitas. Em maio de 2021, a favela do Jacarezinho foi palco da maior chacina da história do Rio de Janeiro, quando 27 pessoas foram assassinadas durante uma operação da Polícia Civil na comunidade.

O momento de ofensiva da burguesia contra os direitos do proletariado, reflexo direto do aprofundamento da crise capitalista, exige do movimento operário e popular uma estratégia revolucionária para sua defesa diante dos organismos repressivos do Estado burguês. Para a esquerda reformista domesticada pelo capital financeiro a hora é de reivindicar “políticas públicas de segurança”. Já para os Marxistas Leninistas a conjuntura de acirramento da luta de classes impõe a necessidade da construção embrionária das próprias instituições da classe operária, como a organização da auto-defesa das massas, seja na forma de barricadas populares armadas ou comitês proletários de segurança militar da população explorada.