domingo, 10 de abril de 2022

AGRAVA-SE A CRISE CAPITALISTA: RENDA SALARIAL DOS TRABALHADORES BRASILEIROS CAI AO MENOR NÍVEL EM DEZ ANOS 

A renda dos trabalhadores brasileiros que vivem nas regiões metropolitanas caiu para menor valor dos últimos dez anos, registrando média de R$ 1.378 no último trimestre de 2021. Embora as pesquisas oficiais apontem para o aumento da ocupação, os altos níveis de informalidade e a inflação tiveram como consequência o empobrecimento da população de todas as classes sociais.Os dados são do boletim Desigualdade nas Metrópoles, produzido em conjunto por pesquisadores da PUC-RS, do Observatório das Metrópoles e da Rede de Observatórios da Dívida Social da América Latina. O boletim se baseia nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad-Contínua), do IBGE.

A renda média nas regiões metropolitanas do país foi a mais baixa da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. Ou seja, os brasileiros estão vivendo com a menor renda do trabalho dos últimos dez anos, pelo menos. Quando comparado com os patamares pré-pandemia, o estudo observou que a renda domiciliar ficou, no final de 2021, 10,2% menor que os níveis de 2020.A renda média é calculada a partir da soma de todos os rendimentos provenientes do trabalho, incluindo o setor informal, dividida pelo número de moradores por domicílio nas regiões metropolitanas, com preços deflacionados até o 4º trimestre do ano passado.

Entre as metrópoles, as situadas nos estados do Norte e Nordeste registram as menores rendas. Os valores mais baixos foram registrados na Grande São Luís (R$ 739,93), Manaus (R$ 824,94) e Recife (R$ 831,66), enquanto que os maiores foram no Distrito Federal (R$ 2.022,91), Florianópolis (R$ 1.895,68) e São Paulo (R$ 1.679,80). Também avaliada no boletim, os índices de desigualdade – medido através do coeficiente de Gini – recuou para 0,602 em média nas metrópoles, o mesmo patamar do primeiro trimestre de 2020. O coeficiente varia de 0 até 1, sendo mais alta quanto maior for a desigualdade.

O recuo da renda e do poder de compra, por conta da inflação acima dos 10%, foi generalizado – mas os mais pobres são sempre os mais prejudicados. No 4º trimestre de 2021, 23,6% dos moradores das metrópoles ainda viviam em domicílios cuja renda média per capita do trabalho era de até um quarto de um salário-mínimo. No auge da pandemia esse percentual chegou a 29,7%. Fica evidente que a degradação das condições de vida e da renda do povo brasileiro é consequência direta da crise capitalista. Somente o bloco da esquerda reformista procura apresentar para os trabalhadores as eleições burguesas como uma alternativa de saída do iminente colapso capitalista.