quinta-feira, 1 de julho de 2021

AONDE VAI O PSTU? DA DEFESA DO GOLPE INSTITUCIONAL CONTRA DILMA, PASSANDO PELA FRENTE AMPLA BURGUESA PELO IMPEACHEMT DE BOLSONARO ATÉ CHEGAR AO VOTO EM LULA PRESIDENTE NA ELEIÇÃO DE 2022

O PSTU e a Conlutas assinaram o “superpedido de impeachment”. José Maria de Almeida esteve na Câmara dos Deputados pessoalmente para mostrar seu compromisso com a política de colaborção de classes da Frente Popular de aliança com a direita. Segundo os Morenistas, “A CSP-Conlutas é uma das signatárias do superpedido de impeachment por ser uma das integrantes da campanha Fora Bolsonaro desde o início e entender que as iniciativas unitárias para defender a vida e colocar para fora esse governo genocida são necessárias. A central também valoriza a amplitude da ação e o fato de estar amparada em mobilizações da classe trabalhadora. “É importante essa iniciativa e quanto mais ampla for, melhor. Destacamos especialmente o fato deste protocolo estar sendo combinado com o que de fato pode e deve decidir os rumos da vida da nossa classe que são as mobilizações de rua, e a nossa luta enquanto central neste momento também é a construção de uma greve geral sanitária” declarou o dirigente do PSTU. Regristre-se que o pedido foi assinado por uma “Frente Ampla” burguesa unindo desde o PSTU até Joice Hasselmann (PSL), Alexandre Frota (PSDB), Roberto Freire (Cidadania) e Kim Kataguiri (DEM), além obviamente de figuras do PT, PCdoB, PSOL, REDE, PSB, Cidadania. Agora o PSDB anunciou que vai participar do 3J que também conta com o apoio da Rede Globo. 

Essa ampla aliança coloca nos marcos do regime político burguês a pressão institucional pela saída de Bolsonaro pela via do impeachment, inclusive sinalizando ampla simpatia pelo vice Mourão. A “cereja no bolo” foi a presença do presidente do PSTU, José Maria de Almeida, que ao lado de seus pares e todo a vontade foi logo dizendo que “Estamos aqui para somar!”. 

Em resumo, trata-se da reedição da velha política de apostar as fichas no parlamento burguês para ser um elemento de pressão sobre a chamada “CPI do Genocídio” enquanto sabotam as lutas diretas. Os Morenistas do PSTU que saudaram o golpe parlamentar contra Dilma em 2016, agora dão um passo a diante: junto com a Frente Popular se unem aos “bolsonaristas arrependidos” para angariar votos pelo impeachment de Bolsonaro. Tanto antes, como agora, o PSTU sempre como linha auxiliar da burguesia!

Em resumo, a direção do PSTU deseja seguir disciplinadamente os passos do PT, PSOL e do “conjunto da oposição” que é de “sangrar” Bolsonaro até 2022 visando o estabelecimento da “Frente Ampla” burguesa para a disputa presidencial. Com esta medida fica evidente que os Morenistas seguem a política da Frente Ampla de acumular forças eleitorais para as eleições presidenciais, ação direta dos trabalhadores nem pensar! O circo do impeachment está a serviço dessa plataforma!

Lembremos que PSTU lançou o artigo “O PT, o PSOL e o debate sobre a Frente Ampla” escrito pelo dirigente Eduardo Almeida (05/05/2021) em que afirmava: “Em meio a uma explosiva situação social, o PT e o PSOL se movimentam, fixados nas eleições de 2022. O PT se fortaleceu com a liberação de Lula, novamente viável como candidato a presidência. E está buscando costurar uma ‘Frente Ampla’, que inclua partidos tradicionais da burguesia... No campo do PSOL já está instalado um debate público sobre o tema. A maioria da direção defende o apoio a Lula já no primeiro turno”. 

O PSTU protocolarmente reclama dessa linha política de colaboração de classes, mas acaba votando no PT, como ocorreu no segundo turno das eleições presidenciais de 2018, quando apoiou Haddad para “derrotar Bolsonaro”. 

Não por acaso o artigo afirma “Concordamos que é necessário derrotar Bolsonaro. É por isso que estamos na linha de frente da defesa de um movimento de massas para derrotá-lo através das mobilizações de massas. Polemizamos com o PT e a direção da CUT porque eles querem levar tudo para as eleições. Também achamos importante derrotar Bolsonaro nas eleições de 2022, quando chegar a hora”. 

Em resumo, o PSTU avisa: podemos até lançar nossa candidatura testemunhal no 1º turno mas com toda a certeza vamos votar em Lula (PT) e na Frente Ampla burguesa quando chegar a hora, ou seja, no 2º turno da eleição presidencial de 2022!

Para enganar tolos, Eduardo afirma: “O PSTU defende a mais ampla unidade de ação pela derrubada do governo Bolsonaro, já. E defenderemos, nas eleições de 2022, uma alternativa socialista, independente de todos os setores da burguesia. Nossa proposta é categoricamente distinta dessa ‘frente ampla’ do PT, PSOL e partidos da burguesia que está sendo montada”. Ele só não diz que essa linha deve ser adotada somente até o 1º turno, depois o PSTU vai fazer como o PSOL e os próprios Morenistas fizeram em 2018: vota no PT, no caso em Lula!

Depois de pagar um preço alto pelo isolamento de não ter se oposto ao golpe parlamentar contra Dilma em 2016 (o que sem dúvida foi um erro político grave) o PSTU resolveu em 2018 “espiar seus pecados” e votou no PT, argumentando o perigo da “volta da ditadura militar” quando dizia que sequer existia “onda conservadora” no Brasil!

O mais grave é que o PSTU resolveu apoiar Haddad em 2018 justamente quando o candidato do PT rebaixou ainda mais seu programa para agradar a burguesia, se comprometendo com a reforma da previdência e o ajuste neoliberal. Em 2022 vai fazer o mesmo com Lula e sua Frente Ampla!

A estratégia da Frente Popular está toda montada na base podre do cretinismo parlamentar, disseminando a ilusão de uma vitória eleitoral assegurada em 2022. Nesse sentido, articula sua frente de “oposição” mais ampla possível, com Tucanos e até Demistas, contando agora com a presença do PSTU.

Nesse caminho rejeitam cabalmente a derrubada revolucionário de Bolsonaro se limitando ao pedido de impeachment pela via do Congresso Nacional, que representa a ascensão do vice, o general Mourão. 

Apontamos que somente a ação direta e ativa das massas poderá encestar a derrubada cabal deste governo neofascista em seu conjunto, instaurando um novo regime político socialista emanado do poder revolucionário da classe operária, caso contrário o “Fora Bolsonaro” poderá desembocar em algo ainda mais reacionário e entreguista do que a gerência atual. 

Os Marxistas Leninistas que combatem pela derrubada do governo neofascista, apontam claramente a arapuca da estratégia eleitoral, alertando ao movimento operário e popular que somente os métodos mais radicalizados da ação direta das massas e sem expectativa neste congresso golpista podem colocar abaixo Bolsonaro e toda a estrutura do regime vigente.

Esperar “pacientes” as eleições de 2022 ou mesmo o impeachment de Bolsonaro para que assuma o general Mourão, como nos aconselha a receita política do PT, PSOL  e até mesmo do PSTU só fará avançar a ofensiva neoliberal contra as já precárias condições de vida da população pobre e trabalhadora em meio a Pandemia do Coronavírus, limpando o terreno para o recrudescimento do regime bonapartista, instaurado com o golpe institucional em 2016. 

A vanguarda classista deve assumir a liderança da luta para derrotar o projeto golpista, ainda em pleno andamento no país, organizando desde as bases uma poderosa greve geral por tempo indeterminado. 

Nós Marxistas Leninistas compreendemos a gravidade do momento político, e em oposição ao caminho de derrotas da Frente Ampla apoiada pelo PSTU, lançamos um chamado para a formação de uma Frente Operária e Popular, que assuma como norte político a ação direta das massas, no combate frontal e vitorioso contra ofensiva neoliberal e da pandemia do Coronavírus que ameaça suprimir as conquistas históricas dos trabalhadores.