65 ANOS DA MORTE DE BERTOLT BRECHT: REFERÊNCIA CENTRAL DO
TEATRO PARA A ESQUERDA COMUNISTA COMBATEU O NAZISMO NA VIDA E NA ARTE!
Em 14 de agosto de 1956, há exatos 65 anos, nos deixou o comunista, poeta e dramaturgo Bertolt Brecht. Ele foi uma referência artística, teatral e literária da esquerda mundial por sua luta contra o nazismo em suas obras, a denúncia do capitalismo em seus textos e pelo seu não alinhamento automático ao Stalinismo, apesar de não travado nenhum combate político consequente contra a burocratização da URSS e da Alemanha Oriental, ainda que tenha sido instigado a fazê-lo por intelectuais simpáticos a luta de Trotsky.
Algumas de suas principais obras são: Um Homem é um Homem, em que cresce a ideia do homem como um ser transformável, Mãe Coragem e Seus Filhos, sobre a Guerra dos Trinta Anos, escrita no exílio, no começo da Segunda Guerra Mundial, e A Vida de Galileu. Registra-se que em 1932 o Estado soviético declara o realismo socialista como cultura oficial. Essa prática restringia e perseguia qualquer tipo de arte que não reivindicasse o regime burocratizado da URSS.
Breton, expoente do movimento surrealista e Leon Trotsky,
dirigente da oposição de esquerda do PC e fundador da Quarta Internacional,
escrevem o Manifesto por uma arte revolucionária independente em 1938. Bertolt
Brecht nunca aderiu a esse Manifesto. Vale ressaltar também que diante dos
esforços dos trotskistas para organizar uma campanha em defesa de Trotsky, o
Kremlin vai responder com um sem número de adesões a um manifesto assinado
pelos mais prestigiados intelectuais “de esquerda”, aderindo ao boicote à
Comissão de Inquérito presidida por Dewey, sob o pretexto de que a defesa de
Trotsky “golpeava as forças do progresso”.
Foi através do prisma da experiência bolchevique que ele (Brecht) viu Galileu cair de joelhos ante a Inquisição e agir assim segundo uma “necessidade histórica”, devido à imaturidade espiritual e política de seu povo. O Galileu de seu drama é Zinoviev ou Bukharin ou Rakovski vestido de roupas históricas. Ele se vê perseguido pelo martírio “inútil” de Giordano Bruno. Esse exemplo terrível faz com que se renda à Inquisição.
Brecht até sua morte manteve um teatro com sua esposa em Berlim Oriental ainda que tenha tidos alguns conflitos com o PC alemão stalinizado. Suas inovações teatrais seguem sendo fonte de inspiração para as novas gerações que não pensam a arte como uma mercadoria para ser vendida e sim como trincheira de luta contra o nefascismo e o capitalismo.
Por essa razão é fundamental conhecer o legado desse dramaturgo, estudá-lo e avaliá-lo à luz dos acontecimentos históricos neste século XXI marcado pelo retrocesso histórico político, ideológico e cultural.