terça-feira, 17 de agosto de 2021

BOLSONARO CANCELA DESFILE DO 7 DE SETEMBRO: NEM “TANQUEADA” VAI TER NO DIA DO FALSO “GOLPE” ALARDEADO PELA ESQUERDA DOMESTICADA PARA JUSTIFICAR SUA POLÍTICA DE FRENTE AMPLA BURGUESA

O Ministério da Defesa cancelou oficialmente o desfile militar de 7 de setembro. Segundo a pasta comandada pelo general Walter Braga Netto, o cancelamento acontece por causa da pandemia de covid-19. Braga Netto disse nesta terça (17) a deputados federais que partiu do de Bolsonaro a decisão de não realizar desfiles militares na data. “Com relação a 7 de setembro (…) A determinação, inclusive, foi do próprio presidente da República. Não haverão (sic) desfiles. Isso foi passado a todos exatamente em virtude da pandemia”. Ele disse que no lugar do desfile da Independência, haverá o hasteamento da bandeira em frente ao Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, com restrição de público. O anúncio desmascara mais uma vez a esquerda domesticada, que enxerga “golpe” até mesmo na própria sombra para justificar sua política de frente ampla burguesa.

Em total defensiva, Braga Netto ainda negou ter feito ameaças às eleições no Brasil, em julho, quando uma nota da pasta por eles e pelos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, disse que "as Forças Armadas não aceitarão ataque leviano às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro". 

"Não houve ameaça. Em momento algum a mensagem teve por objetivo desrespeitar o Senado ou o senadores, e nem a eles se referiu, como eu expliquei e conversei com o próprio presidente do Senado, e ele compreendeu perfeitamente. Ao contrário: foi emitida uma resposta a um pronunciamento pontual considerado desrespeitoso e injusto", complementou.

A essa altura nosso leitor poderia cobrar um prognóstico, chegando a hora do golpe ou do fim do governo Bolsonaro? A resposta tem que ser sincera, nem de uma coisa nem da outra! 

A conjuntura política nacional vive um certo impasse na correlação das forças sociais e políticas. A oposição burguesa em seu conjunto, do PSOL ao PSDB, passando pelo PT, PDT, PSB, PCdoB etcetera, não pretende antecipar o fim do governo, seja pela ação das ruas, seja no campo institucional. 

Apesar de todos os partidos da oposição burguesa, a exceção do PSDB, ter apresentado formalmente algum pedido de impeachment, suas lideranças não casam de declarar que não há clima para o “Fora Bolsonaro”, sejam estes Ciro, Dino, Haddad ou Lula.

A cúpula dos partidos da esquerda burguesa adotou a estratégia de “sangrar” Bolsonaro até 2022, e só aí decidir quem estaria em melhores condições de disputar um segundo turno com o neofascista. Registre-se o fato de até o momento ter fracassado a tática da oposição da Rede Globo em “ganhar” o vice-presidente Mourão, dividindo o governo para tentar um impeachment no Congresso.

Tampouco lançar uma grande mobilização popular pelo Fora Bolsonaro está nos planos da Frente Popular ou da Frente mais Ampla. Os recentes atos de rua, surgiram muito mais da espontaneidade das massas, do que qualquer articulação da esquerda reformista. Portanto segue o “plano original” de Lula de sangrar Bolsonaro ao limite das próximas eleições presidenciais, estratégia também compartida por Tucanos, Pedetistas, DEM e afins. 

Na outra trincheira está cristalino que Bolsonaro não reúne condições mínimas de desferir seu sonhado “auto-golpe” contra o STF e o Congresso Nacional.

O Alto Comando das Forças Armadas não acompanharia o clã miliciano em uma aventura militar, as hordas e em última instância camadas da PM, muito mal vista por generais, brigadeiros e almirantes de carreira, que não tem simpatia alguma pelo crescimento do poder das corrompidas polícias estaduais. 

Seria inimaginável, que sem ameaça alguma do movimento operário sobre a estabilidade do Estado Burguês, a cúpula das FFAA desse um golpe contra o STF.

Enfim não será agora, e não está ainda na hora, de um desfecho para a disjuntiva da delicada situação política que atravessa o país.