segunda-feira, 23 de agosto de 2021

ENCONTRO DOS GOVERNADORES: “FRENTE AMPLA BURGUESA” INSTITUCIONAL DEFENDE O STF GOLPISTA E A DEMOCRACIA DOS RICOS

Governadores de 23 estados e do Distrito Federal confirmaram presença em uma reunião nesta segunda-feira (23) para debater, entre outros pontos, a escalada da crise entre os poderes da república burguesa. Alguns governadores estarão presencialmente no Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal, mas a maioria vai participar por videoconferência. A reunião do Fórum Nacional de Governadores acontecerá três dias após o presidente Jair Bolsonaro pedir o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O “bloco dos governadores da oposição” que se configura como uma versão institucional da chamada Frente Ampla, incluindo setores do PSDB, PDT, PSB e agora até mesmo o DEM, é um instrumento de enganação política para as massas, no sentido de manter paralisado os movimentos sociais enquanto o rentismo aprova toda sua pauta no Congresso Nacional.

A Frente Popular espera através de um pacto de colaboração de classes ascender novamente ao Planalto e voltar com Lula a gerenciar os negócios da burguesia respeitando os podres instituições do regime golpista, como o STF e o TSE.

Lula e o PT são obviamente os principais mentores deste engodo político, com objetivo de bloquear a reação do proletariado diante da ofensiva neofascista. Mas a tal Frente Ampla e seus governos de “oposição” também contam com o valoroso apoio dos apêndices reformistas como o PCdoB, PSOL e PCO, este último convertido em um “cão” fiel do lulismo. 

O movimento operário e popular não pode depositar confiança alguma neste bloco de governadores da “oposição” que legitimam o “ajuste” do capital financeiro sobre as costas dos trabalhadores e da população pobre. É necessário romper com a política de colaboração de classes da Frente Popular, construindo uma alternativa classista e revolucionária que se coloque a altura das tarefas políticas que o momento exige. 

Enquanto revolução e contrarrevolução se cruzam em toda América Latina, o proletariado brasileiro continua atado nesta verdadeira “camisa de força” desta esquerda reformista que tem como foco absoluto de intervenção as eleições burguesas.

Na última segunda, frente à escalada de tensões entre os poderes federais, governadores de 13 estados já tinham divulgado uma nota de solidariedade ao STF. "A vantagem do fórum é que, dos 27 governadores, quase todos estão comparecendo. Temos a presença de quem é governo e de quem é oposição. E a crise é política, então há necessidade de a gente ter, por parte dos líderes, a compreensão de que esse ambiente de tensão só piora a crise no Brasil", prosseguiu Dias.

O governador do Piauí reforçou ainda que a crise causa "dificuldades" e efeitos na economia, criando um "ambiente de insegurança" aos investidores.

O reacionário tucano Moraes, por exemplo, afirmou que os ataques às instituições pela internet serão apurados e que as eleições estão garantidas. "O Poder Judiciário é independente, o que não significa que não apanhe todo dia. Mas apanha e reage dentro da Constituição". Barroso, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), destacou que não há chance de golpe no país: "A quantidade de vezes que me perguntam se há risco de golpe está me deixando preocupado. Tenho a postura pública firme de negar a probabilidade de golpe e de afirmar que as instituições estão funcionando. Não acho que as Forças Armadas embarcariam nesse tipo de aventura. A quebra da legalidade seria desmoralizante para as Forças Armadas".

Ele também voltou a criticar o voto impresso auditável. Já Gilmar Mendes afirmou que “a democracia está solidificada”: "Tendo a pensar que a democracia está solidificada. Temos tido esses arroubos ao longo desses períodos, mas as respostas institucionais têm prevalecido. […] O Congresso Nacional e o Judiciário têm dado respostas adequadas. As Forças Armadas compreendem seu papel institucional.

Moraes pontuou que três pilares da democracia estão de pé: a imprensa livre, o Judiciário independente e a realização de eleições, ou seja, a farseca base da democracia burguesa.

Alertamos que sob o imenso “guarda chuva” da Frente Ampla em defesa da Nova Ordem Mundial do fascismo sanitário, unindo desde o PSOL, PT até a direita neoliberal, a esquerda reformista chancela a lisura do regime golpista da democracia dos ricos. Afirmam que a burguesia nacional “é ética e seria incapaz de cometer fraudes nas eleições”, frisando que o judiciário brasileiro tem um caráter totalmente “probo e honesto”, portanto “não precisamos de nenhuma auditagem do processo eleitoral virtual”.

Os Marxistas Leninistas não endossam e tampouco integram o a “tropa de choque” da democracia capitalista, ainda mais o histórico regime de golpes e fraudes da decadente burguesia brasileira. A urna roubotrônica, uma criação da elite financeira para ser implantada experimentalmente no Brasil (no seu atual formato totalmente virtual só existe em nosso país), é apenas a ponta do iceberg de todo um sistema eleitoral fraudulento e controlado diretamente pelos serviços de inteligência do imperialismo ianque.

Diante do embuste da Frente Ampla burguesa em defesa do atual regime golpista e fraudulento, a classe operária e o movimento de massas deve responder com suas ações diretas, construindo sua ferramenta revolucionária e sem depositar nenhuma confiança no mito da “democracia universal”.