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LULA ENCONTRA O TUCANO TASSO: "CARDÁPIO" É A COSTURA DA FRENTE  BURGUESA "CIVILIZATÓRIA" RUMO A UM GOVERNO DE COALIZÃO SERVIL AO GRANDE CAPITAL QUE UNE DESDE O PSDB ATÉ O PCO

Lula teve nesta segunda-feira (23), em Fortaleza (CE), um almoço com o senador tucano Tasso Jereissati (PSDB-CE) para tratar de estratégias visando as eleições de 2022, a formação da chamada frente ampla burguesa "civilizatória" que usa Bolsonaro como o espantalho neofascista para legitimar sua política de colaboração de classes que desarma a resistência direta e a luta operária contra todas as alas da burguesia, incluindo os grandes empresários representados por Tasso. Não por acaso o petista declarou "Os democratas desse país têm a responsabilidade e o desafio de resgatar a civilidade na política brasileira pelo bem do Brasil", afirmou Lula.

"Diálogo importante com o senador @tassojereissati hoje em Fortaleza. Democracia no centro da discussão. Os democratas desse país têm a responsabilidade e o desafio de resgatar a civilidade na política brasileira pelo bem do Brasil", escreveu o petista em sua conta no Twitter. O tucano é membro da CPI da Covid e tem sido crítico ao governo. Em junho, o parlamentar disse que todas as investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito envolvem Bolsonaro. 

Tasso que votaria em Lula num 2º turno contra Bolsonaro. Trata-se de um pacto em defesa das diretrizes da governança global do capital financeiro no Brasil.

O almoço foi aplaudido por todos os partidos da esquerda burguesa. Após o encontro, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), disse achar importante o diálogo entre Lula e Tasso. "Trata-se de proteger a democracia ameaçada pela extrema-direita bolsonarista. Defendo esse diálogo há alguns anos", escreveu nas redes sociais. O governador compartilhou entrevistas feitas em anos anteriores, quando defendeu um acordo nacional capitaneado por PT e PSDB.  

O petista já havia feito rasgados elogios ao Tucano FHC, inimigo dos trabalhadores como Tasso. "Eu gostei da entrevista do FHC. Sempre tivemos uma disputa civilizada. Ele me conhece bem, conhece o Bolsonaro. Fico feliz que ele tenha dito que votaria em mim e eu faria o mesmo se fosse o contrário. Ele sempre foi um intelectual e sabe que não dá pra inventar uma candidatura”, disse Lula há um mês.

O PT já revelou historicamente que seu "norte" de acordos e conciliação é absolutamente suicida, desgraçadamente o PSOL e suas tendências internas não conseguem abstrair esta ácida lição da luta de classes. Quanto ao PCdoB nem precisa lembrar que seu papel recorrente é o mesmo do velho "Partidão", capachos da burguesia e coveiros da revolução em nome do "etapismo" stalinista. 

Somente uma esquerda corrompida como o PCO, ainda tenta apresentar Lula como sendo uma candidatura legítima da classe trabalhadora, quando a realidade aponta exatamente o inverso. O PT deseja ser a opção preferencial do imperialismo ianque para as próximas eleições presidenciais, o nome da Casa Branca escolhido para derrotar o neofascista Bolsonaro, pelo menos está se esforçando muito nesta direção... 

Alimentar ilusões em alianças inócuas e sem nenhuma base real de luta com frações da burguesia é preparar o caminho para novas derrotas do proletariado, à semelhança do que ocorreu nas últimas eleições onde a Frente Popular participou e legitimou o processo mais fraudulento de toda nossa curta história republicana.

Nossa tarefa tática no próximo período deverá ser a da recomposição de forças no campo operário e popular, na perspectiva da revolução socialista como a única vereda programática segura para conduzir a derrota da ofensiva neofascista.