SOB AS ORDENS DA BIG PHARMA: UNIÃO EUROPEIA BARRA USO DA VACINA
RUSSA SPUTNIK V
Em clara submissão a Big Pharma, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou nesta quarta-feira que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) não possui dados suficientes sobre a segurança da vacina russa Sputnik V contra o coronavírus para aprovar seu uso. Numa entrevista à German Newsroom Network (RND), o chefe da Comissão lembrou que o pedido de aprovação foi apresentado à EMA há muito tempo. No entanto, cinicamente alega que “até agora, o fabricante não foi capaz de fornecer dados válidos suficientes para demonstrar a segurança” do medicamento, o que “levanta questões”, enfatizou Von der Leyen, em um claro pronunciamento do imperialismo europeu para atacar a Rússia.
A agência europeia iniciou o processo de avaliação do
Sputnik V em 4 de março. O diretor do Fundo Russo de Investimento Direto
(RDIF), Kirill Dmitriev, destacou na ocasião que o fundo forneceu à EMA “todos
os dados necessários sobre a vacina”. A preparação russa "tem potencial
para dar um contributo fundamental para salvar milhões de vidas na
Europa", disse o responsável, que defendeu a necessidade de a colaboração
no domínio das vacinas estar "acima da política".
Por seu turno, o chanceler russo, Sergei Lavrov, garantiu
esta quarta-feira em entrevista ao jornal Komsomólskaya Pravda que os
representantes da Agência Europeia de Medicamentos não manifestaram
"queixas" sobre a vacina Sputnik V e a sua eficácia. Ao mesmo tempo,
o ministro das Relações Exteriores classificou os ataques do Ocidente às
vacinas russas de "infundados", sublinhando o crescente "grau de
retórica agressiva" por parte de alguns representantes da UE e de seus
Estados membros.
Ao mesmo tempo, o diplomata destacou que especialistas da
RDIF e do Centro Gamaleya de Moscou "dão rapidamente respostas detalhadas
a quaisquer perguntas específicas" sobre o antídoto russo, que já é usado
em quase 70 países ao redor do mundo, incluindo oito europeus. "Estamos
convencidos de que não deve haver lugar para a política no que diz respeito à
saúde e à vida das pessoas", sublinhou Lavrov, que esperava que a União
Europeia levasse isso em conta "em todas as fases subsequentes do exame do
pedido russo" .
O diplomata russo lembrou ainda os exemplos "muito
reveladores" de São Marinho - onde o uso da vacina russa ajudou a reduzir
os casos de coronavírus - e da Argentina, para onde já foram enviadas cerca de
11 milhões de doses, cujo uso generalizado "amenizou a situação" de
população e contribuiu para a diminuição da taxa de propagação da doença.
Entretanto, o representante permanente da Rússia junto da
União Europeia, Vladimir Chizhov, afirmou numa entrevista ao Izvestia que a UE
está a "politizar" a situação com as vacinas russas, bem como
"praticamente tudo o que tem a ver com a Rússia". Além disso, ele não
descartou que o lobby farmacológico possa estar envolvido no atraso da
aprovação do Sputnik V na Europa.
A vacina Sputnik V, desenvolvida pelo Centro Nacional de
Pesquisa Gamaleya para Epidemiologia e Microbiologia em Moscou, usa uma
tecnologia de adenovírus humano de dois vetores diferentes que são dados em
duas injeções administradas com 21 dias de intervalo. Esta solução não contém
adenovírus humanos vivos, mas vetores adenovirais que não se multiplicam e são
completamente seguros para a saúde.
Até o momento, o medicamento, com eficácia de 97,6%, foi
autorizado em 69 países com uma população total de mais de 3,7 bilhões de
habitantes.
Nesta terça-feira, a Comissão Europeia reconheceu os
certificados de vacinação de São Marinho, onde é utilizado o Sputnik V, embora
um representante da entidade tenha esclarecido que esta decisão não significa a
aprovação da vacina russa na UE.
Enquanto isso, um estudo publicado em julho na revista
EClinicalMedicine, uma edição do The Lancet, revelou que o antídoto demonstrou
alta segurança durante a vacinação em San Marino, enquanto a revista científica
Nature descobriu que as evidências obtidas na Rússia e em muitos outros países
sugerem que o Sputnik V é "seguro e eficaz".