quinta-feira, 12 de agosto de 2021

CASTILLO “ENQUADRADO” PELA BURGUESIA: PARLAMENTO SE RECUSA A APROVAR MINISTROS DO GOVERNO DE COLABORAÇÃO DE CLASSES

Desde que Pedro Castillo anunciou os membros de seu gabinete em uma cerimônia simbólica de posse realizada em Ayacucho, o presidente tem enfrentado forte pressão e críticas da oposição burguesa e da grande mídia a serviço da ordem burguesa pela alegada inadequação de vários dos nomeados, uma situação que tem causou um confronto entre o Executivo e o parlamento dominado pela direita. 

Entre os dirigentes indicados como inaptos para ocupar cargos no Governo Castillo, destaca-se a figura Guido Bellido, nomeado presidente do Conselho de Ministros, cuja nomeação foi rejeitada por unanimidade pelos parlamentares de direita, principalmente devido aos seus supostos vínculos (de fato inexistentes) com o Sendero Luminoso.

O governo de Pedro Castillo será marcado por crises permanentes, diante das profundas ilusões das massas que ele irá enfrentar o grande capital, o que obviamente não ocorrerá. 

Como ocorreu com o retorno do MAS a presidência da Bolívia com Arce e na volta de Lula (PT) a corrida presidencial no Brasil com chances de vitória em 2022, a esquerda burguesa no continente latino-americano ocupa a cadeira presidencial no Peru, mas seguirá a risca as ordens de seu verdadeiros chefes, os amos imperialistas. 

Não por acaso, a Procuradoria Suprema Provincial Especializada em Crimes de Terrorismo e Lesa Humanidad de Huánuco, do Peru, iniciou nesta quarta-feira uma investigação preliminar contra três figuras reconhecidas da política nacional: Guido Bellido, primeiro-ministro em exercício (cujo título oficial é presidente do Conselho de Ministros ); Vladimir Cerrón Rojas, fundador do partido político no poder, Peru Libre (PL); e Guillermo Bermejo, deputado federal do PL, por sua suposta responsabilidade na prática do crime de terrorismo.

A provocação em curso, que visa personalidades do recém-empossado presidente Pedro Castillo, começa a partir de uma denúncia do presidente da Associação Plurinacional dos Reservistas Tahuantinsuyan, Eddy Bobby Villarroel Medina, que acusa os três políticos de suposta vínculos com a organização terrorista Sendero Luminoso do Vale dos rios Apurímac, Ene e Mantaro, que se autodenomina Partido Comunista Militarizado do Peru.

Durante as investigações, que durarão 120 dias, também será investigado o escritor e poeta José Pimentel Vidal, que supostamente teria sido o elo de ligação entre Cerrón e Víctor Quispe Palomino, um dos líderes da organização.

Diante das denúncias, o fundador do PL respondeu  com ironia por meio de suas redes sociais e afirmou ter sido novamente perseguido por suas ideias políticas. “Outra nova reclamação para o terrorismo, alguém duvida que haja uma severa perseguição política?” Ele questionou por meio de um tweet, demonstrando o impasse que vive o governo da centro-esquerda burguesa.

Cabe ao movimento de massas partir para a ofensiva e impor com seus próprios métodos de luta uma alternativa de poder dos trabalhadores.