CASTILLO “ENQUADRADO” PELA BURGUESIA: PARLAMENTO SE RECUSA A APROVAR MINISTROS DO GOVERNO DE COLABORAÇÃO DE CLASSES
Desde que Pedro Castillo anunciou os membros de seu gabinete em uma cerimônia simbólica de posse realizada em Ayacucho, o presidente tem enfrentado forte pressão e críticas da oposição burguesa e da grande mídia a serviço da ordem burguesa pela alegada inadequação de vários dos nomeados, uma situação que tem causou um confronto entre o Executivo e o parlamento dominado pela direita.
Entre os dirigentes indicados como inaptos para ocupar
cargos no Governo Castillo, destaca-se a figura Guido Bellido, nomeado presidente
do Conselho de Ministros, cuja nomeação foi rejeitada por unanimidade pelos
parlamentares de direita, principalmente devido aos seus supostos vínculos (de fato inexistentes) com o Sendero Luminoso.
O governo de Pedro Castillo será marcado por crises permanentes, diante das profundas ilusões das massas que ele irá enfrentar o grande capital, o que obviamente não ocorrerá.
Como ocorreu com o retorno do MAS a presidência da Bolívia com Arce e na volta de Lula (PT) a corrida presidencial no Brasil com chances de vitória em 2022, a esquerda burguesa no continente latino-americano ocupa a cadeira presidencial no Peru, mas seguirá a risca as ordens de seu verdadeiros chefes, os amos imperialistas.
Não por acaso, a Procuradoria Suprema Provincial Especializada em Crimes de Terrorismo e Lesa Humanidad de Huánuco, do Peru, iniciou nesta quarta-feira uma investigação preliminar contra três figuras reconhecidas da política nacional: Guido Bellido, primeiro-ministro em exercício (cujo título oficial é presidente do Conselho de Ministros ); Vladimir Cerrón Rojas, fundador do partido político no poder, Peru Libre (PL); e Guillermo Bermejo, deputado federal do PL, por sua suposta responsabilidade na prática do crime de terrorismo.
A provocação em curso, que visa personalidades do
recém-empossado presidente Pedro Castillo, começa a partir de uma denúncia do
presidente da Associação Plurinacional dos Reservistas Tahuantinsuyan, Eddy
Bobby Villarroel Medina, que acusa os três políticos de suposta vínculos com a
organização terrorista Sendero Luminoso do Vale dos rios Apurímac, Ene e
Mantaro, que se autodenomina Partido Comunista Militarizado do Peru.
Durante as investigações, que durarão 120 dias, também será
investigado o escritor e poeta José Pimentel Vidal, que supostamente teria sido
o elo de ligação entre Cerrón e Víctor Quispe Palomino, um dos líderes da
organização.
Diante das denúncias, o fundador do PL respondeu com ironia por meio de suas redes sociais e
afirmou ter sido novamente perseguido por suas ideias políticas. “Outra nova
reclamação para o terrorismo, alguém duvida que haja uma severa perseguição
política?” Ele questionou por meio de um tweet, demonstrando o impasse que vive o governo da centro-esquerda burguesa.
Cabe ao movimento de massas partir para a ofensiva e impor com seus próprios métodos de luta uma alternativa de poder dos trabalhadores.